Emma. Edward não me tirou do país como eu queria, ao contrário, me levou para uma fazenda no interior do estado a menos de 200 quilômetros de onde Gregory estava. — Eu não poderei vir visitá-la constantemente – ele pendurou o casaco no closet que ficava na entrada da casa – mas você pode me ligar quando quiser. Estarei sempre à disposição. Certamente, meu rosto demonstrou minha decepção com a decisão dele, mas eu sabia que sozinha eu também não iria muito longe além dali. Eu mal tinha dinheiro para me manter por muito tempo, o que era contraditório, já que fui casada com um bilionário por dois anos e meio. Mas a verdade era que tudo o que eu tinha havia sido comprado por Gregory. Ele raramente me dava dinheiro e me proibiu de trabalhar. Aceitei viver assim por todos aqueles anos. Eu acreditava que poderia amolecer o coração duro de Gregory, mas minha bondade só o afastava cada vez mais de mim. Eu queria muito ter condições de decidir o meu destino nesse momento, ir para o mais lo
Gregory. Peguei o primeiro voo daquela manhã, mesmo sabendo que Edward estava de volta e que sua posse na presidência aconteceria naquela tarde. Eu viajava ao lado de Masson e ele estava confiante de que havia encontrado Emma. Fazia muito sentido ela estar na Inglaterra, na terra onde Edward viveu a vida inteira. Eu precisava confessar que Masson havia sido mais rápido do que o esperado. — Parece ansioso para encontrar sua mulher – foi um sussurro provocativo no meu ouvido. Eu o encarei com desdém, enquanto Masson ria, zombava de mim. — Como eu não estaria ansioso? Preciso fazer Emma pagar pelo que fez o mais rápido possível. Masson sacudiu os braços e era nítido em seu semblante que ele não acreditava no que eu dizia. Nos últimos dias, várias hipóteses sobre um suposto interesse meu por Emma haviam surgido, tanto por Masson quanto pela própria Alya. Ninguém aceitava que eu precisava encontrá-la para recuperar o que era meu, nem que eu fizesse isso à força. — Fiquei sabendo qu
Gregory. Edward zombava de mim na frente de todos. Aquelas pessoas pareciam acreditar em suas palavras. Eu era colocado como um louco, que precisava de um tratamento urgentemente. — Tudo bem, a reunião acabou por hoje – ele colocou as mãos no bolso e sua expressão suavizou. Os risos na sala sessaram e tudo o que eu ouvir depois disso foram passados, indo embora, até não restar mais ninguém. Durante aqueles longos minutos esperando a sala se esvaziar, eu me segurei para não cometer uma loucura. Considerei ter problemas demais e não poderia me envolver em mais um. Foi quando a última pessoa saiu da sala e a porta se fechou que Edward deixou de ser a vítima e passou a ser o vilão. — O que você achou que encontraria na Inglaterra, Gregory? – eu franzi o cenho – acha que se eu estivesse com a Emma, a levaria para uma casa abandonada. Você não sabe que eu não moro naquele lugar há anos? Ele estava tentando me envolver no seu jogo sujo ao ponto de me fazer acreditar que de fato eu esta
Gregory. Uma hora depois, eu estava em frente à delegacia, cercado por jornalistas com seus microfones direcionados a mim. O que afinal eles queriam que eu dissesse? Que havia sido eu o responsável pela explosão? Se eu contasse a verdade, ninguém acreditaria. A minha caçada por Emma estava ficando perigosa demais e eu me questionei durante o trajeto se valeria a pena. As palavras de Edward rondaram minha mente, tinha que haver um motivo maior do que apenas recuperar uma herança que já não era mais minha. Eu devia uma explicação a mim mesmo do porquê queria Emma ao meu lado. Entrei na sala do delegado e só então percebi o quanto estava malvestido. Vi meu reflexo no espelho e me assustei. Minha barba estava enorme, meu cabelo bagunçado. Eu estava longe de ser o homem bonito e sedutor a quem fui um dia. Desde a morte do vovô e o submisso da Emma, a minha vida já não era mais a mesma. Me sentei sobre os olhares atentos, mas foi a presença de outra pessoa que chamou a atenção. Edward e
Emma Depois que Edward partiu, foi como se eu tivesse sido jogada em uma vida que não era minha. Uma mulher como eu que cresceu nas dificuldades e que teve que aprender a trabalhar desde cedo para auxiliar a mãe a sustentar a casa, não sabia liderar uma frota de empregados. Edward havia deixado mais de vinte pessoas ao meu redor para que eu administrasse e desse ordens e eu não sabia como fazer aquilo. Era estranho ser servida e não me levantar nem mesmo para lavar um copo. Quando me casei com Gregory vi ser necessário voltar aos meus velhos hábitos para não enlouquecer com aquele casamento. Eu me trancava na cozinha da mansão e lavava panelas e cozinhava. Era o meu passatempo favorito na prisão que eu vivia. Eu não podia sair sozinha, fazer minhas próprias comprar, escolher meus próprios sapatos. Toda a minha vida havia sido governada por Gregory durante dois anos e meio e foi como se eu tivesse desaprendido a cuidar de mim mesma. Acreditei que fugindo estaria livre, mas agora
Eu me lembro de apenas entrar na casa e depois acordar no meu quarto, com Edward ao meu lado. Eu me assustei, me levantando tão rápido que a cabeça girou como um pião e estalou como uma bomba, explodindo.— Não se esforce, Emma – a mão de Edward me alcançou, tocando meus ombros e me forçando a deitar novamente – eu chamei um médico para cuidar de você.Eu, ainda de olhos fechados, me questionei como havia parado ali e como Edwa
Gregory.Eu enlouqueceria brevemente com o desaparecimento de Emma. Todos já sabiam que ela era minha esposa, não se falava em outra coisa nos jornais de fofoca sobre minha esposa desaparecida. Por muito tempo desejei me livrar dela, às vezes parecia um peso esmagando o meu coração, tê-la ao meu lado e saber que eu havia causado tanto sofrimento. Às vezes tentava me convencer de que eu havia salvado ela dos abusos de Masson, mas bastava olhar nos olhos de Emma e ver a dor dela por estar ao meu lado.Ouvi uma batida na porta e dessa vez não mencionei jogar o copo contra a parede como da última vez. Observei Samantha esticar o pescoço assim que a porta foi aberta e olhar para mim, assustada. Eu causava medo até nos meus empregados. Pela expressão no rosto dela, notícias ruins entrariam por aquela porta.
Gregory. Eu estava de ressaca naquela manhã. Fazia alguns dias que eu não ia trabalhar. Ter que chegar na empresa e saber que todas as ordens dadas a mim viriam de Edward, eu tinha vontade de desistir de tudo. Nunca me senti tão fraco, tão incapaz. Eu nunca imaginei que a ausência de Emma causaria tão mal à minha vida e consequentemente nas minhas decisões. Mas, por algum motivo, eu decidir ir trabalhar naquela manhã. Levantei, tomei um demorado banho e me arrumei. A aparência refletida no espelho era a pior possível, mas eu me arrastei até o carro e dirigi até o enorme prédio no centro da cidade. Eu estava sendo vigiado, todas as manhãs eu avistava um carro preto parado a alguns metros da minha casa. Percebi isso quando reparei na placa, era a mesma. O carro estava parado no mesmo lugar naquela manhã. Eram policiais, eu sabia por que assistia documentários na TV sobre casos assim. Edward certamente estava pagando bem aos policiais para me vigiarem e eu sabia que qualquer passo q