Emma. A foto mostrava Gregory no chão e a matéria dizia com detalhes que Edward, o herdeiro da herança e o novo bilionário da cidade, havia expulsado o grande perdedor. Meu coração explodiu no peito. Gregory merecia passar por tudo isso, eu sabia que sim, mas eu não conseguia arrancar do meu peito o sentimento de culpa. Eu havia causado toda essa confusão quando decidir partir e deixar apenas um acordo de divórcio. Lembrei-me então da última mensagem de Gregory. Ele havia mandado Masson me procurar. A última coisa que eu queria era encontrar meu padrasto mais uma vez e vê-lo se divertindo com o meu sofrimento. Fiquei nervosa no quarto, enquanto temia sair e encontrar Masson a qualquer momento. Era mais seguro ficar ali, esperando Edward. Desliguei meu celular, arranquei o chip, mas não consegui descartá-lo. Talvez eu precisasse dele quando o meu filho nascesse. Talvez Gregory desejasse conhecê-lo. Improvável. Ele não havia perguntado por aquela criança nenhuma única vez. O filho
Gregory. Humilhação em praça pública. Meu rosto estava em todos os jornais, alguns até faziam chacota de mim. Como eu poderia perdoar Emma por ter me feito passar por esse inferno. Ela me abandonou, carregando um filho meu. Me impediu de receber minha herança e agora tudo o que me restava era o emprego medíocre na empresa da família, enquanto eu assistia Edward em sua acessão. Bebi o último gole de uísque e depois joguei o copo contra a parede. Eu não havia percebido Samantha se aproximar, apenas ouvi o grito da empregada quando o objeto se partiu em mil pedaços a poucos centímetros do seu rosto. — O que você quer, empregada? – eu indaguei já sobre o efeito do álcool, de forma rígida e bruta, fazendo Samantha se encolher, parecendo menor do que era. — O senhor tem uma visita – ela disse, atropelando as palavras. Estava com medo de mim. Fechei os olhos. Sei que devia um pedido de desculpas a Samantha por quase acertá-la com um copo, embora não tivesse sido minha intenção. Mas eu
Gregory. Edward pediu pela segunda vez o adiantamento da sua posse. Era claro que ele pediria, estava viajando alegando estar a trabalho, mas eu sabia exatamente o que ele fazia. Levava Emma para outro país para escondê-la de mim, acreditando que eu não a encontraria. Tentei descobrir para onde aquele bastardo havia ido, mas a companhia aérea não quis me revelar nem mesmo eu pagando uma alta quantia pela informação. Edward era inteligente o suficiente para esconder seu rastro, mas eu seria mais que ele. Eu estava no meu escritório concluindo algumas pistas de onde Emma poderia estar quando Alya entrou sem ser anunciada. Eu só percebi haver escurecido quando olhei pela janela e vi a escuridão lá fora. Não disse uma palavra a ela, apenas observei, incomodado, ela se aproximar e me envolver em seu abraço. Esquivei o corpo imediatamente e evitei olhar para ela e ver o quanto ficaria decepcionado. Mas Alya não era o tipo de mulher que escondia os próprios sentimentos. Se algo a incomod
Emma. Edward não me tirou do país como eu queria, ao contrário, me levou para uma fazenda no interior do estado a menos de 200 quilômetros de onde Gregory estava. — Eu não poderei vir visitá-la constantemente – ele pendurou o casaco no closet que ficava na entrada da casa – mas você pode me ligar quando quiser. Estarei sempre à disposição. Certamente, meu rosto demonstrou minha decepção com a decisão dele, mas eu sabia que sozinha eu também não iria muito longe além dali. Eu mal tinha dinheiro para me manter por muito tempo, o que era contraditório, já que fui casada com um bilionário por dois anos e meio. Mas a verdade era que tudo o que eu tinha havia sido comprado por Gregory. Ele raramente me dava dinheiro e me proibiu de trabalhar. Aceitei viver assim por todos aqueles anos. Eu acreditava que poderia amolecer o coração duro de Gregory, mas minha bondade só o afastava cada vez mais de mim. Eu queria muito ter condições de decidir o meu destino nesse momento, ir para o mais lo
Gregory. Peguei o primeiro voo daquela manhã, mesmo sabendo que Edward estava de volta e que sua posse na presidência aconteceria naquela tarde. Eu viajava ao lado de Masson e ele estava confiante de que havia encontrado Emma. Fazia muito sentido ela estar na Inglaterra, na terra onde Edward viveu a vida inteira. Eu precisava confessar que Masson havia sido mais rápido do que o esperado. — Parece ansioso para encontrar sua mulher – foi um sussurro provocativo no meu ouvido. Eu o encarei com desdém, enquanto Masson ria, zombava de mim. — Como eu não estaria ansioso? Preciso fazer Emma pagar pelo que fez o mais rápido possível. Masson sacudiu os braços e era nítido em seu semblante que ele não acreditava no que eu dizia. Nos últimos dias, várias hipóteses sobre um suposto interesse meu por Emma haviam surgido, tanto por Masson quanto pela própria Alya. Ninguém aceitava que eu precisava encontrá-la para recuperar o que era meu, nem que eu fizesse isso à força. — Fiquei sabendo qu
Gregory. Edward zombava de mim na frente de todos. Aquelas pessoas pareciam acreditar em suas palavras. Eu era colocado como um louco, que precisava de um tratamento urgentemente. — Tudo bem, a reunião acabou por hoje – ele colocou as mãos no bolso e sua expressão suavizou. Os risos na sala sessaram e tudo o que eu ouvir depois disso foram passados, indo embora, até não restar mais ninguém. Durante aqueles longos minutos esperando a sala se esvaziar, eu me segurei para não cometer uma loucura. Considerei ter problemas demais e não poderia me envolver em mais um. Foi quando a última pessoa saiu da sala e a porta se fechou que Edward deixou de ser a vítima e passou a ser o vilão. — O que você achou que encontraria na Inglaterra, Gregory? – eu franzi o cenho – acha que se eu estivesse com a Emma, a levaria para uma casa abandonada. Você não sabe que eu não moro naquele lugar há anos? Ele estava tentando me envolver no seu jogo sujo ao ponto de me fazer acreditar que de fato eu esta
Gregory. Uma hora depois, eu estava em frente à delegacia, cercado por jornalistas com seus microfones direcionados a mim. O que afinal eles queriam que eu dissesse? Que havia sido eu o responsável pela explosão? Se eu contasse a verdade, ninguém acreditaria. A minha caçada por Emma estava ficando perigosa demais e eu me questionei durante o trajeto se valeria a pena. As palavras de Edward rondaram minha mente, tinha que haver um motivo maior do que apenas recuperar uma herança que já não era mais minha. Eu devia uma explicação a mim mesmo do porquê queria Emma ao meu lado. Entrei na sala do delegado e só então percebi o quanto estava malvestido. Vi meu reflexo no espelho e me assustei. Minha barba estava enorme, meu cabelo bagunçado. Eu estava longe de ser o homem bonito e sedutor a quem fui um dia. Desde a morte do vovô e o submisso da Emma, a minha vida já não era mais a mesma. Me sentei sobre os olhares atentos, mas foi a presença de outra pessoa que chamou a atenção. Edward e
Emma Depois que Edward partiu, foi como se eu tivesse sido jogada em uma vida que não era minha. Uma mulher como eu que cresceu nas dificuldades e que teve que aprender a trabalhar desde cedo para auxiliar a mãe a sustentar a casa, não sabia liderar uma frota de empregados. Edward havia deixado mais de vinte pessoas ao meu redor para que eu administrasse e desse ordens e eu não sabia como fazer aquilo. Era estranho ser servida e não me levantar nem mesmo para lavar um copo. Quando me casei com Gregory vi ser necessário voltar aos meus velhos hábitos para não enlouquecer com aquele casamento. Eu me trancava na cozinha da mansão e lavava panelas e cozinhava. Era o meu passatempo favorito na prisão que eu vivia. Eu não podia sair sozinha, fazer minhas próprias comprar, escolher meus próprios sapatos. Toda a minha vida havia sido governada por Gregory durante dois anos e meio e foi como se eu tivesse desaprendido a cuidar de mim mesma. Acreditei que fugindo estaria livre, mas agora