Capítulo 5

De repente, mais uma garota chegou, dizendo ser amiga de Sofia. Mas Luca não se deixou enganar. Diferente de Emi, que tinha um olhar doce e sofrido, essa nova garota transbordava ambição e desejo.

Ainda assim, ele se manteve em silêncio. Se Sofia ficava feliz ao vê-la, não era hora de intervir. Mas manteria os olhos bem abertos.

— Emi, você sabia o que minha tia ia fazer comigo? E você, Soraya, sabia? — Sofia perguntou, sua voz carregada de incerteza.

— Não, amiga! Ela não é de contar nada para ninguém! — Emi respondeu prontamente.

— V-verdade... Ela nunca fala o que pensa ou o que vai fazer. — Soraya acrescentou, hesitante.

Sofia suspirou, confusa.

— E agora, o que eu vou fazer? Ela me vendeu para ele, disse que agora ele é meu representante legal... E eu nem o conheço. Estou nessa casa enorme e não conheço ninguém.

Um brilho surgiu nos olhos de Soraya quando ela se aproximou.

— Eu tive uma ideia... E se você pedisse para ele deixar eu vir morar aqui? Assim, te faço companhia e você não se sente tão sozinha.

— Emi, você também viria morar aqui, se ele deixasse? — Sofia perguntou, ansiosa. — Eu só tenho vocês duas como amigas. Não quero perder vocês.

— É, Emi, vem também... — Soraya insistiu, com um tom estranho na voz.

— Mas eu não tenho coragem de pedir nada para ele — confessou Sofia. — Não o conheço.

— Pode deixar comigo, eu peço.

— Soraya, espe...

Antes que Sofia pudesse impedir, Soraya já estava chamando Luca.

— Ei, Luca, eu gostaria de saber se Emi e eu podemos vir morar aqui para fazer companhia para Sofia. Ela está assustada e com medo, e nossa presença faria bem para ela. Afinal, essa casa ainda é estranha para ela. Podemos?

Luca se levantou, e Sofia só então percebeu sua altura. Ele era imenso, provavelmente 1,90m, assim como seu amigo. Ele se aproximou delas com um semblante sério.

— Primeiramente, Sofia não está em uma casa estranha. Esta casa também é dela, e ela não precisa ter medo. Segundo, Sofia, podemos conversar no meu escritório? Prometo que não mordo.

Sofia hesitou, mas assentiu.

— T-Tá bom...

Ela o seguiu por um curto corredor até uma porta de madeira escura e ornamentada.

Luca abriu a porta do escritório e indicou uma cadeira.

— Entre, por favor. Sente-se aqui.

Ele se encostou na mesa, ficando o mais próximo possível. Observou quando Sofia engoliu em seco.

— Nós dois sabemos qual é a nossa relação, não sabemos? Acho que não preciso descrever.

A voz dela saiu quase como um sussurro:

— Eu... Eu vou ter que dormir com você?

Luca franziu o cenho.

— Não. Só se você quiser... Você quer?

— Não! Por favor...

— “Droga.” — pensou Luca — Tudo bem. Nunca vou te forçar a nada. Vou respeitar você. A única coisa que peço em troca é o mesmo respeito. Aqui nesta casa, você terá tudo. Você já terminou o ensino médio?

— Sim, já... Eu ia tentar entrar para a universidade daqui, mas as coisas...

— Então você vai para a universidade. Mas terá que prometer que vai se comportar e não vai fugir. Terá seguranças te acompanhando. Espero que isso não seja um problema.

Os olhos de Sofia se arregalaram.

— Você... Você vai me deixar ir para a universidade?

— Sim, mas com dois seguranças da minha confiança.

Luca pegou um cartão e estendeu para ela.

— Isso aqui é seu. Não tem limite de uso. Você vai precisar. Quanto à universidade, eu pago tudo, incluindo o material.

— Senhor Moretti, eu não preciso de tudo isso... Eu prometo que vou me comportar e...

— Para você, sou Luca. Apenas Luca. Entendeu?

Ele pegou um celular na mesa e entregou a ela.

— Esse é o último lançamento. Está no seu nome. Meu número já está salvo nele. E eu também tenho o seu.

Sofia pegou o aparelho, ainda parecendo em choque.

— Senhor Moretti, isso tudo é dem...

Antes que ela terminasse a frase, Luca segurou seu rosto com as duas mãos e a beijou. O beijo foi intenso, arrebatador, tirando o ar de ambos. Quando se separaram, ele manteve o rosto próximo ao dela.

— Já disse, para você sou Luca. E tudo que estou te dando são presentes. Não recuse.

Ele passou o polegar sobre o lábio dela antes de acrescentar:

— E outra coisa... Sou extremamente ciumento. Então espero não ver o número de nenhum homem nesse seu celular, entendeu?

Sofia corou violentamente.

— O-Ok... Luca.

— E as suas amigas? Você acha mesmo necessário que elas morem aqui?

— Se quiser que eu aceite tudo o que está me dando, deixe elas ficarem. Por favor.

Luca analisou Sofia por um instante e, então, sorriu de canto.

— Deixo... Mas com uma condição.

— Qual?

— Me dê um beijo. Um beijo de verdade. Como se eu fosse alguém especial para você.

— Isso não é justo... Eu nem te conheço.

— Mas não seria o primeiro...

Luca se encostou na beirada da mesa, esperando a decisão dela. Sofia hesitou, pensativa. Mas, então, levantou-se, colocou os braços ao redor do pescoço dele, ficou na ponta dos pés e o beijou.

Dessa vez, o mundo parou.

O beijo não era experiente, mas era doce, puro... Delicioso. Luca nunca se sentiu assim com outra mulher.

Quando ela se afastou, seu rosto estava completamente vermelho. Luca achou aquilo incrivelmente lindo.

— Posso ir falar com elas para trazerem suas coisas? — perguntou Sofia, ainda sem fôlego.

Ele sorriu.

— Sim, pode, minha pequena.

Ela saiu praticamente correndo do escritório, e, logo depois, Dwayne entrou.

— O que você fez com ela, irmão? A garota passou por mim vermelha e de cabeça baixa.

Luca riu e contou tudo. Dwayne o observou como se soubesse que ele havia caído na própria cilada.

— Irmão, não importa o que aconteça, estou com você até o fim. — Dwayne aperta a mão do Luca.

— Obrigado, irmão. Mas temos um problema.

— Qual? Só dizer que eu resolvo.

Luca suspirou, cruzando os braços.

— Esse não é tão simples... Neste exato momento, temos um anjo e um demônio ao lado de Sofia. Quero ver até onde o demônio consegue ir sem deixar a máscara cair.

Dwayne sorriu, confiante.

— Conta comigo, sempre.

— Sempre, irmão.

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