Capítulo 6

Sofia voltou para a sala um pouco mais animada com a notícia boa, mas na sua mente o beijo de Luca não a deixava em paz.

— Meninas, ele deixou, mas, por favor, não podemos abusar. Ele é um homem bem sério.

Soraya sorriu animada e puxou Emi pelo braço.

— Vamos, Emi, buscar nossas coisas! Amiga, tem algum motorista que possa nos levar e trazer de volta?

Sofia hesitou.

— Eu não sei...

Antes que ela pudesse responder, Luca interveio:

— Tem sim, o Eron. Mas, a partir de hoje, ele é motorista da Sofia. Então, ela decide se vocês podem usar o carro.

Sofia assentiu.

— Tudo bem. Peça para ele levá-las, por favor.

Luca chamou o funcionário.

— Eron, venha aqui, por favor.

— Sim, senhor Moretti. O que deseja?

— A partir de hoje, você será o motorista da Sofia. O que ela pedir, faça.

— Ok, senhor Moretti. E a senhora, algum pedido?

Sofia sorriu gentilmente.

— Sim, por favor, leve-as onde precisarem e as traga de volta. Ah, e pode me chamar de Sofia.

As meninas partiram, e, logo depois, Dwayne também saiu, deixando Sofia sozinha com Luca. Sentindo-se um pouco desconfortável, Sofia decidiu ir para seu quarto. Precisava atualizar seu novo celular e entrar em contato com a universidade, já que havia sido aceita, mas ainda não formalizou sua matrícula.

Ela queria ser médica pediátrica. Ainda não conseguia acreditar que esse sonho seria possível graças ao estranho que estava do outro lado do corredor...

Após um tempo, foi até o banheiro tomar um banho, mas esqueceu de levar roupas. Enrolou-se na toalha e saiu, apenas para se deparar com Luca sentado em sua cama.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou, surpresa.

— Bati na porta, mas como não respondeu, resolvi entrar — ele disse, analisando-a de cima a baixo. — Acho melhor colocar uma roupa... Ou vou encarar isso como um convite.

Luca sorriu de canto.

— Nossa, você é tão linda...

Sofia sentiu o rosto esquentar.

— Não é nenhum convite! Espera aqui, por favor.

Correu para o closet e fechou a porta, respirando fundo. Vestiu um conjunto de lingerie preta rendada e um vestido de alcinha preto com detalhes lilases. Penteou o cabelo rapidamente com os dedos e, quando saiu, encontrou Luca observando-a com um olhar intenso.

— Linda de qualquer jeito.

Ela desviou o olhar.

— Precisa de algo, Luca?

— Sim. De você — ele respondeu sem hesitar. — Mas não vou insistir... Vim saber quando vamos à universidade para resolver sua matrícula. Também queria saber o que você pretende fazer lá.

— Podemos ir agora. Liguei para lá, e só falta comparecer para o pagamento do semestre e outras formalidades. E... quero ser pediatra.

Luca arqueou uma sobrancelha.

— Você gosta de crianças?

Os olhos de Sofia brilharam.

— Sim! Muito! Elas são anjinhos de felicidade.

— Quer ter filhos? Quantos?

Ela sorriu timidamente.

— Sim, mas só depois de me casar, quando encontrar a pessoa certa. Ainda não sei quantos... Talvez três.

— “Quando encontrar a pessoa certa? Ela não está me vendo aqui?” — Luca pensou chateado.

Sofia percebeu que Luca ficou sério com sua resposta.

Ele se levantou, pegando a chave do carro.

— Pegue um casaco. Vamos logo para a universidade. Suas amigas devem chegar em breve, então é melhor não demorarmos.

Ela pegou o casaco e o seguiu. No caminho, ouviu-o murmurar baixinho:

— Como assim, quando encontrar alguém? Eu sou esse alguém...

Sofia sentiu seu rosto esquentar, mas fingiu não ter ouvido.

Depois de resolverem as pendências na universidade, Luca a deixou em casa e saiu.

Luca ligou para Dwayne e marcou um encontro na base. Precisavam resolver alguns assuntos com Draco, além do fato de que agora sua casa não era mais tão sossegada quanto antes.

Quando chegou, Draco o olhou com um sorriso zombeteiro.

— Então é verdade, Luca? Agora você é um homem comprometido?

Dwayne riu.

— Poderia esperar só mais um pouco antes de jogar esse tijolo nele, né, Draco?

Luca cruzou os braços.

— Pelo visto, vocês conversam muito sobre mim, hein? Bom saber.

Draco riu ainda mais.

— E então? Está mesmo comprometido?

Luca suspirou.

— Talvez. Mas não vejo isso como um problema. Sofia é livre. Se vamos ter algo além de amizade, só depende dela. Se quiser ser apenas minha amiga, serei o melhor amigo do mundo para ela. Entenderam?

Dwayne e Draco trocaram olhares e assentiram, ainda rindo.

— Sim! — responderam em uníssono.

— Ótimo. Agora, vamos ao trabalho.

Sofia foi até a cozinha procurar algo para o almoço, mas não encontrou nada.

— Meninas, precisamos ir ao mercado. Não temos comida aqui.

Soraya bocejou preguiçosamente na espreguiçadeira da piscina.

— Ah, baby, chama só a Emi. Me recuso a sair dessa piscina maravilhosa.

Sofia suspirou.

— Tudo bem, amiga, eu vou com você — Emi respondeu, levantando-se.

Antes de saírem, Sofia lançou um olhar sério para Soraya.

— Amiga, não podemos abusar...

Pegou o cartão que Luca lhe deu, chamou o senhor Eron e foram ao mercado.

Fizeram uma compra grande, já que as meninas agora moravam com ela. Felizmente, os seguranças trouxeram outro carro, o que ajudou a acomodar todas as sacolas.

De volta para casa, Sofia pediu ajuda para guardar as compras. Soraya, no entanto, continuou na piscina.

— Soraya, pode nos ajudar a guardar as coisas?

— Eu só saio da piscina para comer!

Sofia revirou os olhos, mas não insistiu. Emi, por outro lado, ajudou em tudo.

Depois, Sofia começou a preparar o almoço. Fez três tipos de lasanha: quatro queijos, vegetariana para Emi e frango com queijo e presunto. Preparou também sucos naturais de laranja, morango e melancia.

Quando tudo ficou pronto, chamou Soraya para ajudar a pôr a mesa, mas a amiga recusou novamente.

— Sofia, não acho certo o jeito que Soraya está agindo. Estamos aqui por você, mas ela está parecendo a dona da casa — Emil comentou, preocupada.

— Eu sei, amiga, mas acho que é porque ela nunca teve nada disso...

Antes que pudessem continuar a conversa, Luca e Dwayne entraram na cozinha.

— Que cheiro maravilhoso é esse? — Luca perguntou.

— Verdade, parece delicioso! — Dwayne acrescentou.

Emi sorriu.

— Sofia fez lasanha. Ela é ótima na cozinha.

Sofia corou.

— Emi, vamos pegar mais pratos, por favor?

Saiu apressada, tentando evitar o olhar intenso de Luca.

Luca observou Sofia sair com um sorriso no rosto.

— Estou surpreso com esse lado dela — comentou.

Dwayne riu.

— E a loirinha também é bem esforçada. Duas lindas.

Luca chamou Irina, uma das funcionárias da casa.

— Como foram as coisas por aqui hoje? Pedi que ficasse de olho em Soraya. Algo para me contar?

— Sim, senhor Moretti. A senhorita Lennon é muito ingênua e boazinha. Já a senhorita Lancaster passou o dia na piscina, bebendo. Recusou-se a ir ao mercado, a ajudar na cozinha e até a pôr a mesa. A senhorita Salvatore ajudou em tudo.

Luca assentiu.

— Obrigado, Irina. Continue com o bom trabalho.

Dwayne bufou.

— Que folgada. Ela acha que as meninas são empregadas dela?

Luca cruzou os braços, pensativo.

— Vamos ver até onde isso vai.

Foram para a sala de jantar, onde Sofia pediu para chamarem Soraya.

— Não precisa — Luca disse. — Quando ela estiver com fome, virá.

Ele olhou para Sofia e sorriu.

— Obrigado pela refeição. A apresentação está linda. Pode me dizer os sabores? — Luca pergunta curioso.

Ela explicou com delicadeza, e todos começaram a comer.

De repente, Soraya entrou na sala usando um biquíni minúsculo, com expressão contrariada.

— Por que não me chamaram para almoçar?

Luca a encarou friamente.

— Achei que você estava aproveitando a piscina. Não quis interromper.

— Só estava me distraindo um pouco...

— Um aviso: você não está de férias. Aqui não é um hotel. Não abuse da minha boa vontade. E não ande pela casa desse jeito, é vulgar e desnecessário.

Levantou-se e seguiu para o escritório. Dwayne o acompanhou, rindo baixinho.

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