A minha mão sangrava muito quando cheguei na emergência, um médico que atendeu rapidamente, ao ver a minha mão com inúmeros cacos, vejo o quão louco estou, o meu pai tem razão quando fala que não tenho controle sobre mim. Após toda a limpeza, recebi anestesia, pois os cortes foram muito profundos, levando vários pontos, o médico disse que tive sorte e por pouco quase perdi os movimentos da minha mão esquerda. Após a minha mão ser enfaixada, pedi para ir para o hotel, os médicos não liberaram a minha saída, o que me deixou muito estressado, fazendo-me alterar, não aceito ninguém desobedecer às minhas ordens e confesso que tem sido difícil aceitar isso. Lyon sempre perto de mim, tenta me acalmar, os médicos aplicaram-me um remédio calmante, o que fez eu dormir igual criança. Acordei, já era manhã, ainda tonto, esfrego os olhos e não tem ninguém no quarto, a minha outra mão dói. — Alguém para me ajudar, Lyon, Lyon, você está aí?! — Grito. — Bom dia, Romero, estou aqui. — Lyon fa
Ao sair do trabalho, olho para todos os lados, como é ruim se sentir assim novamente, como me ilude em pensar que um dia viveria em paz e longe do Romero, a imagem do tal homem continua nos meus pensamentos, o modo como ele estava vestido parecia um dos seguranças do Romero. A insegurança é tão grande que liguei para Guadalupe e pedi para ir dormir com a mesma. Ela recebe-me de braços abertos, como fez desde a primeira vez em que pus os meus pés na Itália. — Menina Nataly, continua preocupada com o homem que viu hoje? — Sempre fui uma mulher corajosa, me tornei uma mulher traumatizada e com pânico. Você tem notícias do Jhon? Estou tão aflita que me esqueci dele, não posso me comunicar com os meus dois amigos, Romero grampeou os celulares dos dois. — Gente, esse homem é um inferno, fiquei até curiosa para conhecê-lo, não tem foto dele? — Não queira conhecê-lo, Guadalupe. Romero sempre me mostrou o seu pior lado desde a primeira vez que nos vimos, ele é egoísta, grosso, tóxico,
Após a minha reunião com Nair Petrus, fui para o meu quarto de hotel esperar deitado todo o desenrolar dessa história toda, que bela mãe Nataly tem. Estou ansioso para ver se Nair vai fazer tudo como eu mandei, inclusive ela procurar os mais diversos meios de comunicação, a uma hora dessas a foto de Nataly já deve estar no site de pessoas desaparecidas, em todos os portais, vai ser impossível ela se esconder por muito tempo, ligo para Lyon e pedi para ele vir ao meu quarto. — Estou aqui, Romero, pode dizer. — Nair já fez o que eu mandei? — Pergunto enquanto sento na varanda do hotel. — Sim, ela fez, Nair é bastante conhecida, e por ela ser a mãe de Nataly será mais fácil encontrá-la, não que as nossas buscas foram frustradas, descobri que ela fugiu com o circo até uma cidade e de lá ela viajou de avião. — É o quê, Lyon? Circo! Destrua-os, preciso saber onde Nataly está. — Se acalma, Romero, Nataly cortou os cabelos curtos, e o dono só trouxe a mesma até a cidade vizinha, e os
Desci do táxi, andei rapidamente até a entrada do grande portão e anunciei quem eu sou de verdade, Nataly Matiole! Não consigo controlar o meu nervosismo em encontrar a mulher que eu sempre sonhei em conhecer, tocá-la, sentir o seu amor, carinho e proteção que o da minha mãe. O meu coração está ansioso, sinto borboletas no estômago, quando entrei pela porta daquele enorme palácio, todos me olham como se eu fosse outra pessoa do outro mundo. Todos ficam admirados comigo, só posso ser muito parecida com ela. Fiquei aguardando a mulher que se diz ser a minha mãe, quando ela desce as escadas como uma rainha lentamente, sem pressa! Lembro-me da foto preto e branco, os meus olhos analisam a sua imagem e à medida que a minha mãe se aproxima eu apaixono-me por ela, era como se eu estivesse renascendo. Foi impossível não se emocionar, não me controlei e corri para ir ao seu encontro, eu precisava daquele abraço e declarei-me. — Mãe, eu te amo! Te amo muito, muito! É você, tão linda, a min
Após os seguranças saírem, fico a sós com a mulher que destruiu a minha vida, ali completamente indefesa e sem forças para lutar contra mim, vejo pelo olhar de Nataly o quanto ela está abalada por conta da sua mãe, ela não esperava tamanho golpe, não sinto pena ninguém, mas fiquei com pena da coitada, pensava que a sua mãe seria o seu refúgio, mas ela ama mesmo é dinheiro. Ouvir e ver Nataly de joelhos aos meus pés implorando para eu fazer o que quiser com ela em troca da liberdade dos seus amigos desconcertou-me um pouco, o meu sonho era vê-la ajoelhada aos meus pés como ela está agora, mas não me senti feliz e nem realizado ao vê-la naquela situação. Mesmo com a mão machucada a amarrei e a deixei no escuro, e fui embora fugindo de tanto choro e drama sinto-me incomodado com a tristeza dela. No caminho de volta para o hotel, o segurança pergunta-me se vamos levar mantimentos para Nataly, eu digo que sim. Tomei banho e troquei o curativo da minha mão. A imagem de Nataly se ajoelh
Pensei que tinha morrido até voltar a apertar a mão de quem estava do meu lado e ao abrir os olhos, vi que Romero está do meu lado e ele não me matou, não estou no céu, mas sim no inferno, talvez. Romero soltou a minha e saiu rapidamente gritando pelos médicos, desnorteado. — Por favor, um médico! — Romero grita. Ligeiramente uma equipe médica vem me ver e começam a me avaliar. Romero é retirado do meu quarto para os médicos avaliarem-me da cabeça aos pés, um cuidado enorme comigo, fiquei mais algumas horas no quarto de UTI e fui transferida para a enfermaria, podendo assim receber visitas e Romero entra devagar vestido de preto, ficamos em silêncio ele me encara, nem ele e nem eu disse nada, mesmo bastante cansada decidi quebrar o silêncio. — Você queria tanto me matar, que quase conseguiu, porque não desligou os aparelhos e acabou comigo de uma vez, por que me deixou viva? — Pergunto quase não saindo a voz. — Não te devo explicações, Nataly, só peço que descanse, foi uma
Nataly ainda segue internada, e na sacada do hotel vejo-me completamente confuso e quão a sua internação mexeu comigo, a visito todos os dias, seguro na sua mão e a peço que ela acorde. Parece loucura eu pedindo pela vida da mulher que jurei matá-la todos esses meses atrás, admito para mim que prefiro ela viva, continuei conversando com ela dormindo, mesmo Nataly dormindo, aperto novamente a sua pequena mão. — Nataly, está na hora de acordar, precisamos ir embora. Quando termino de falar sinto a mão de Nataly apertar a minha e aos poucos ele abre os olhos, me assustei na hora e corri para chamar os médicos. E quando Nataly acordou, peço aos médicos todo o suporte para que ela se recupere o mais rápido possível. Não é fácil ver Nataly tão debilitada, nunca acompanhei ninguém num hospital, sei que poderia pagar uma enfermeira para acompanhá-la, mas não consigo deixá-la sozinha esses dias. Sei que todos me conhecem por ser uma pessoa ruim e Nataly também tem essa imagem de mim q
Saio devagar após ouvir a conversa das duas para elas não perceberem que eu estava ali e fui diretamente para o escritório do Gian, na sua casa, Ao chegar lá, ele já me espera com um cafezinho sem açúcar que ele sabe que eu amo. — Vamos falar sobre o que, chefe Romero? Confesso a você que estava com saudades do meu amigo. — Vamos falar sobre negócios. Primeiro, o que achou dos meus mais novos investimentos? — Achei interessante, tem tudo para ser um ótimo investimento, as mesmas famílias trabalhando com os mesmos negócios,, e Nataly o que vai fazer com essa garota, Romero? — Ela vai trabalhar nas tarefas domésticas com Lena para pagar todo o dano me causou. — Não estou ouvindo isso de você, Romero, essa menina estava para se formar em medicina. Romero, tira essa ideia louca de vingança da sua cabeça. — Claro que preciso me vingar, não foi você que foi deixado no altar! — Falo alto e me levantei. Sem querer derrubei no chão um livro de leitura do Gian e de dentro do livro