Desci do táxi, andei rapidamente até a entrada do grande portão e anunciei quem eu sou de verdade, Nataly Matiole! Não consigo controlar o meu nervosismo em encontrar a mulher que eu sempre sonhei em conhecer, tocá-la, sentir o seu amor, carinho e proteção que o da minha mãe. O meu coração está ansioso, sinto borboletas no estômago, quando entrei pela porta daquele enorme palácio, todos me olham como se eu fosse outra pessoa do outro mundo. Todos ficam admirados comigo, só posso ser muito parecida com ela. Fiquei aguardando a mulher que se diz ser a minha mãe, quando ela desce as escadas como uma rainha lentamente, sem pressa! Lembro-me da foto preto e branco, os meus olhos analisam a sua imagem e à medida que a minha mãe se aproxima eu apaixono-me por ela, era como se eu estivesse renascendo. Foi impossível não se emocionar, não me controlei e corri para ir ao seu encontro, eu precisava daquele abraço e declarei-me. — Mãe, eu te amo! Te amo muito, muito! É você, tão linda, a min
Após os seguranças saírem, fico a sós com a mulher que destruiu a minha vida, ali completamente indefesa e sem forças para lutar contra mim, vejo pelo olhar de Nataly o quanto ela está abalada por conta da sua mãe, ela não esperava tamanho golpe, não sinto pena ninguém, mas fiquei com pena da coitada, pensava que a sua mãe seria o seu refúgio, mas ela ama mesmo é dinheiro. Ouvir e ver Nataly de joelhos aos meus pés implorando para eu fazer o que quiser com ela em troca da liberdade dos seus amigos desconcertou-me um pouco, o meu sonho era vê-la ajoelhada aos meus pés como ela está agora, mas não me senti feliz e nem realizado ao vê-la naquela situação. Mesmo com a mão machucada a amarrei e a deixei no escuro, e fui embora fugindo de tanto choro e drama sinto-me incomodado com a tristeza dela. No caminho de volta para o hotel, o segurança pergunta-me se vamos levar mantimentos para Nataly, eu digo que sim. Tomei banho e troquei o curativo da minha mão. A imagem de Nataly se ajoelh
Pensei que tinha morrido até voltar a apertar a mão de quem estava do meu lado e ao abrir os olhos, vi que Romero está do meu lado e ele não me matou, não estou no céu, mas sim no inferno, talvez. Romero soltou a minha e saiu rapidamente gritando pelos médicos, desnorteado. — Por favor, um médico! — Romero grita. Ligeiramente uma equipe médica vem me ver e começam a me avaliar. Romero é retirado do meu quarto para os médicos avaliarem-me da cabeça aos pés, um cuidado enorme comigo, fiquei mais algumas horas no quarto de UTI e fui transferida para a enfermaria, podendo assim receber visitas e Romero entra devagar vestido de preto, ficamos em silêncio ele me encara, nem ele e nem eu disse nada, mesmo bastante cansada decidi quebrar o silêncio. — Você queria tanto me matar, que quase conseguiu, porque não desligou os aparelhos e acabou comigo de uma vez, por que me deixou viva? — Pergunto quase não saindo a voz. — Não te devo explicações, Nataly, só peço que descanse, foi uma
Nataly ainda segue internada, e na sacada do hotel vejo-me completamente confuso e quão a sua internação mexeu comigo, a visito todos os dias, seguro na sua mão e a peço que ela acorde. Parece loucura eu pedindo pela vida da mulher que jurei matá-la todos esses meses atrás, admito para mim que prefiro ela viva, continuei conversando com ela dormindo, mesmo Nataly dormindo, aperto novamente a sua pequena mão. — Nataly, está na hora de acordar, precisamos ir embora. Quando termino de falar sinto a mão de Nataly apertar a minha e aos poucos ele abre os olhos, me assustei na hora e corri para chamar os médicos. E quando Nataly acordou, peço aos médicos todo o suporte para que ela se recupere o mais rápido possível. Não é fácil ver Nataly tão debilitada, nunca acompanhei ninguém num hospital, sei que poderia pagar uma enfermeira para acompanhá-la, mas não consigo deixá-la sozinha esses dias. Sei que todos me conhecem por ser uma pessoa ruim e Nataly também tem essa imagem de mim q
Saio devagar após ouvir a conversa das duas para elas não perceberem que eu estava ali e fui diretamente para o escritório do Gian, na sua casa, Ao chegar lá, ele já me espera com um cafezinho sem açúcar que ele sabe que eu amo. — Vamos falar sobre o que, chefe Romero? Confesso a você que estava com saudades do meu amigo. — Vamos falar sobre negócios. Primeiro, o que achou dos meus mais novos investimentos? — Achei interessante, tem tudo para ser um ótimo investimento, as mesmas famílias trabalhando com os mesmos negócios,, e Nataly o que vai fazer com essa garota, Romero? — Ela vai trabalhar nas tarefas domésticas com Lena para pagar todo o dano me causou. — Não estou ouvindo isso de você, Romero, essa menina estava para se formar em medicina. Romero, tira essa ideia louca de vingança da sua cabeça. — Claro que preciso me vingar, não foi você que foi deixado no altar! — Falo alto e me levantei. Sem querer derrubei no chão um livro de leitura do Gian e de dentro do livro
Estava tão cansada e tão fraca que não ousei discutir com Romero, eu só queria dormir, nem que fosse um pouquinho, não me surpreendi quando ele disse que tenho que fazer as tarefas domésticas no lugar de Lena. Querendo ou não, devo a ele, Romero está cego de ódio e escolheu-me para ser o centro do seu ódio, não sei até quando irei aguentar tamanho sofrimento. Tomei um banho e descansei por algumas horas, o suficiente para passar a dor de cabeça, estava um pouco enjoada. Ao chegar na cozinha, Lena lamenta por Romero me deixar com os afazeres domésticos, para falar a verdade, achei até melhor ficar no pequeno quarto, aqui embaixo. Após me alimentar, fui guardar as poucas coisas no meu quarto. Lena diz que o meu antigo quarto está do jeito que deixei, ela me ajuda a trazer o restante das coisas aqui para o quarto de baixo. — Lena, sei que você não confia em mim, liga para a minha amiga Lisa, ou visite-a, preciso saber notícias dela e de John, que sofreu um acidente ao ser perseguido
Não esperava que Gian fosse apaixonado por Natasha, homens como nós apaixonados é um fiasco, a minha irmã é rebelde, ela odeia quem vive do crime organizado, Gian e ela é zero chances, mas existe um tal dos opostos se atraem. Ao sair da casa do Gian dirijo-me até a grande mansão dos meus pais, não sou um homem de sentimentos, mas preciso dar um abraço na minha mãe, acho que a única mulher que me ama nessa vida é ela. Os portões se abrem para mim, e lá está ela no jardim, sempre na dela, distante, não sai de casa, não a vejo com amigas, a observo de longe, percebo o quão solitária é a sua vida, o pior é que não trouxe nem um presente para lhe alegrar. — Mãe, como vai? — Falo aproximando. — Filho, Romero, que alegria de te ver aqui! Tão lindo o meu filho. — Mamãe abraça- me. — Voltei, mãe, trouxe Nataly comigo, achei a fugitiva, agora sim, poderei vingar-me. — Romero, filho, se você não a ama, meu querido, solte essa moça! Procure alguém que te ame de verdade, a nossa vida é
Terminei de limpar os corredores, estava totalmente suada, nunca trabalhei tanto na minha vida e o pior que ainda não estou nem na metade da casa, fecho os olhos, respiro fundo e desci para deixar os materiais de limpeza na despensa, indo para o meu quarto. Entro embaixo do chuveiro, tomei um banho rápido, vesti um vestido, passei um pouco do meu perfume, olho-me diante do pequeno espelho. — Romero não perde por esperar. — Falo sozinha. Lena b**e levemente na porta do quarto, avisando-me que o motorista estava à minha espera, apressei-me e fui até à garagem. — Bom dia, senhora, o senhor Romero deu ordens para levá-la ao salão e após isso numa loja para a senhora comprar roupas, e principalmente o vestido que usará essa noite. — Tudo certo. Romero adora mandar nas pessoas, ele acha que é um rei, só que comigo não vai ser assim, se ele me matar será lucro, não tenho mais nada a perder mesmo. Aprecio a liberdade das pessoas andando pela cidade, abro um pouco o vidro do carro,