Seis meses se passaram desde que estou na Itália, fiquei o tempo necessário morando com a senhora Guadalupe, como foi difícil esse processo de se desprender do meu sonho de trabalhar como médica, mas em meio a esses meses, estou trabalhando como diretora de uns dos maiores hospitais da Itália que graças a Guadalupe, estou trabalhando aqui. Dou o melhor de mim, o importante é não ser achada pelo monstro do Romero, até a última vez que conversei com Lisa e Jhon, eles me disseram que Romero sumiu da cidade após o ter deixado no altar. Mas o que estou estranhando é o sumiço dos dois, eles não me ligaram mais, nem mandaram mensagens, o coração está apertado, com o dinheiro e o poder que Romero tem, ele irá descobrir cedo ou tarde que os dois ajudaram-me. Tento-me acalmar, pois Jhon e Lisa pediram-me que nunca ligasse para eles, que eles ficariam de dar-me notícias, concentro-me na frente do computador e alguém fala do outro lado da porta. — Anne, posso entrar? — Guadalupe pergunta.
Viajei para um lugar no meio do nada, onde eu possa tentar esquecer e me esconder da grande humilhação pela qual passei, distante e só, fico esperando alguma notícia de Nataly Matiole, fecho os punhos e respiro fundo quando me lembro dela. Alguns meses sozinho foi o suficiente para receber a visita do Gian e do investigador Lyon, os dois são os únicos com permissão para vir a minha casa de campo, e aos vê-los crio esperança que seja notícia de Nataly que eles trazem para mim e ao vê-los digo. — Espero que a vinda dos dois, seja ao menos para me dar uma boa notícia. — Falo, os convidando para sentar. — Encontramos as únicas pessoas que ajudaram a sua mulher a fugir. — Pessoas?! Diga os nomes. — Lisa e Jhon, os amigos da faculdade. — Quem são eles? Me fale tudo! — Ordeno. — Jhon é um rapaz rico e com bastante conhecimento, ele é tão inteligente, classificado como um hacker, Lisa é classe média, bolsista! — Ninguém é páreo para mim, Lyon, não importa o que ele é, só quero
*** NATALY *** Olho atentamente o meu celular tentando criar coragem para discar o número da Natasha, o coração acelera, as mãos tremem. Preciso criar coragem, bebo água e em seguida disquei o número dela, após três chamadas ela atende. — Alô? Quem fala? — Natasha pergunta. — Alô! Sou eu! — Respondo baixo. — Estou conhecendo essa voz, ahhh! — Natasha grita. — Por favor, não grita, chama-me de Anne, esse é o meu nome. — Peço nervosa. — Pode falar, já entendi tudo. — Natasha, preciso muito da sua ajuda em relação alguns amigos meus, peço-te que me mantenha informada sobre os dois. — Anne, a única coisa que posso falar é que o meu irmãozinho abandonou tudo somente para se dedicar a tal vingança, até eu sou suspeita, nos falamos mais tarde e não se preocupe que farei o meu melhor. Natasha desligou o celular, alguém deve ter chegado, Romero está empenhado em encontrar-me, não sei se terei forças para continuar fugindo ou se aceito o meu fim após essa fuga. Romero sempre dei
Cheguei no hospital e a única coisa que quero é trabalhar muito, para ao menos tentar esquecer esse momento em que estou tão vulnerável, emotiva e triste, não tem um minuto sequer que não pense em Jhon, fico em oração para que esse delicado momento da minha vida e da dele passe. Sento-me a frente do computador e com inúmeros documentos na minha frente para analisar, alguns problemas a serem solucionados, hoje é o dia de solucionar todos os problemas desse lugar, um dia o meu sonho era trabalhar como médica e hoje tenho que me contentar em somente administrar um hospital, fiz uma escolha e hoje tenho que me acostumar com que o destino me deu. As horas da noite parecem passar mais rápido e a Carmen enfermeira chefe entra no meu escritório. — Está difícil se acostumar com você trabalhando nesse horário! — Carmen fala sentando-se à minha frente. — Até que estou gostando, como está o plantão para você? — Pergunto enquanto olho o computador. — Está agitado, acabamos de atender uma
A minha mão sangrava muito quando cheguei na emergência, um médico que atendeu rapidamente, ao ver a minha mão com inúmeros cacos, vejo o quão louco estou, o meu pai tem razão quando fala que não tenho controle sobre mim. Após toda a limpeza, recebi anestesia, pois os cortes foram muito profundos, levando vários pontos, o médico disse que tive sorte e por pouco quase perdi os movimentos da minha mão esquerda. Após a minha mão ser enfaixada, pedi para ir para o hotel, os médicos não liberaram a minha saída, o que me deixou muito estressado, fazendo-me alterar, não aceito ninguém desobedecer às minhas ordens e confesso que tem sido difícil aceitar isso. Lyon sempre perto de mim, tenta me acalmar, os médicos aplicaram-me um remédio calmante, o que fez eu dormir igual criança. Acordei, já era manhã, ainda tonto, esfrego os olhos e não tem ninguém no quarto, a minha outra mão dói. — Alguém para me ajudar, Lyon, Lyon, você está aí?! — Grito. — Bom dia, Romero, estou aqui. — Lyon fa
Ao sair do trabalho, olho para todos os lados, como é ruim se sentir assim novamente, como me ilude em pensar que um dia viveria em paz e longe do Romero, a imagem do tal homem continua nos meus pensamentos, o modo como ele estava vestido parecia um dos seguranças do Romero. A insegurança é tão grande que liguei para Guadalupe e pedi para ir dormir com a mesma. Ela recebe-me de braços abertos, como fez desde a primeira vez em que pus os meus pés na Itália. — Menina Nataly, continua preocupada com o homem que viu hoje? — Sempre fui uma mulher corajosa, me tornei uma mulher traumatizada e com pânico. Você tem notícias do Jhon? Estou tão aflita que me esqueci dele, não posso me comunicar com os meus dois amigos, Romero grampeou os celulares dos dois. — Gente, esse homem é um inferno, fiquei até curiosa para conhecê-lo, não tem foto dele? — Não queira conhecê-lo, Guadalupe. Romero sempre me mostrou o seu pior lado desde a primeira vez que nos vimos, ele é egoísta, grosso, tóxico,
Após a minha reunião com Nair Petrus, fui para o meu quarto de hotel esperar deitado todo o desenrolar dessa história toda, que bela mãe Nataly tem. Estou ansioso para ver se Nair vai fazer tudo como eu mandei, inclusive ela procurar os mais diversos meios de comunicação, a uma hora dessas a foto de Nataly já deve estar no site de pessoas desaparecidas, em todos os portais, vai ser impossível ela se esconder por muito tempo, ligo para Lyon e pedi para ele vir ao meu quarto. — Estou aqui, Romero, pode dizer. — Nair já fez o que eu mandei? — Pergunto enquanto sento na varanda do hotel. — Sim, ela fez, Nair é bastante conhecida, e por ela ser a mãe de Nataly será mais fácil encontrá-la, não que as nossas buscas foram frustradas, descobri que ela fugiu com o circo até uma cidade e de lá ela viajou de avião. — É o quê, Lyon? Circo! Destrua-os, preciso saber onde Nataly está. — Se acalma, Romero, Nataly cortou os cabelos curtos, e o dono só trouxe a mesma até a cidade vizinha, e os
Desci do táxi, andei rapidamente até a entrada do grande portão e anunciei quem eu sou de verdade, Nataly Matiole! Não consigo controlar o meu nervosismo em encontrar a mulher que eu sempre sonhei em conhecer, tocá-la, sentir o seu amor, carinho e proteção que o da minha mãe. O meu coração está ansioso, sinto borboletas no estômago, quando entrei pela porta daquele enorme palácio, todos me olham como se eu fosse outra pessoa do outro mundo. Todos ficam admirados comigo, só posso ser muito parecida com ela. Fiquei aguardando a mulher que se diz ser a minha mãe, quando ela desce as escadas como uma rainha lentamente, sem pressa! Lembro-me da foto preto e branco, os meus olhos analisam a sua imagem e à medida que a minha mãe se aproxima eu apaixono-me por ela, era como se eu estivesse renascendo. Foi impossível não se emocionar, não me controlei e corri para ir ao seu encontro, eu precisava daquele abraço e declarei-me. — Mãe, eu te amo! Te amo muito, muito! É você, tão linda, a min