Gian me trouxe para a mansão e a primeira coisa que fiz foi me trancar no meu escritório e assistir às imagens das câmeras, estou com sangue nos olhos, quero os culpados de quem ajudou aquela farsante a fugir, quero todos os envolvidos. Abro uma garrafa de whisky e o bebo, puro mesmo, o primeiro gole, mas a medida em que vejo as imagens de Nataly fugindo de ponta de pé como uma bandida, viro a bebida mais uma vez na boca, a minha raiva é maior que nessa hora eu estava acordado. Jogo a garrafa de bebida na parede, que estilhaça vidro para todos os lados. Como pude me deixar ser enganado por uma mulher? Hoje estou com o meu nome na lama por causa dela, quebro e derrubo tudo que está ao meu alcance e Gian arromba a porta do meu escritório. — Romero, para com isso! — Gian tenta me impedir. — Não vou parar, ela tem que me pagar! Vou atrás daquela infeliz. O deixei falando sozinho e sai para a sala, os meus seguranças acompanhado do meu pai, vem até a mim e me imobilizam. — Me solt
Seis meses se passaram desde que estou na Itália, fiquei o tempo necessário morando com a senhora Guadalupe, como foi difícil esse processo de se desprender do meu sonho de trabalhar como médica, mas em meio a esses meses, estou trabalhando como diretora de uns dos maiores hospitais da Itália que graças a Guadalupe, estou trabalhando aqui. Dou o melhor de mim, o importante é não ser achada pelo monstro do Romero, até a última vez que conversei com Lisa e Jhon, eles me disseram que Romero sumiu da cidade após o ter deixado no altar. Mas o que estou estranhando é o sumiço dos dois, eles não me ligaram mais, nem mandaram mensagens, o coração está apertado, com o dinheiro e o poder que Romero tem, ele irá descobrir cedo ou tarde que os dois ajudaram-me. Tento-me acalmar, pois Jhon e Lisa pediram-me que nunca ligasse para eles, que eles ficariam de dar-me notícias, concentro-me na frente do computador e alguém fala do outro lado da porta. — Anne, posso entrar? — Guadalupe pergunta.
Viajei para um lugar no meio do nada, onde eu possa tentar esquecer e me esconder da grande humilhação pela qual passei, distante e só, fico esperando alguma notícia de Nataly Matiole, fecho os punhos e respiro fundo quando me lembro dela. Alguns meses sozinho foi o suficiente para receber a visita do Gian e do investigador Lyon, os dois são os únicos com permissão para vir a minha casa de campo, e aos vê-los crio esperança que seja notícia de Nataly que eles trazem para mim e ao vê-los digo. — Espero que a vinda dos dois, seja ao menos para me dar uma boa notícia. — Falo, os convidando para sentar. — Encontramos as únicas pessoas que ajudaram a sua mulher a fugir. — Pessoas?! Diga os nomes. — Lisa e Jhon, os amigos da faculdade. — Quem são eles? Me fale tudo! — Ordeno. — Jhon é um rapaz rico e com bastante conhecimento, ele é tão inteligente, classificado como um hacker, Lisa é classe média, bolsista! — Ninguém é páreo para mim, Lyon, não importa o que ele é, só quero
*** NATALY *** Olho atentamente o meu celular tentando criar coragem para discar o número da Natasha, o coração acelera, as mãos tremem. Preciso criar coragem, bebo água e em seguida disquei o número dela, após três chamadas ela atende. — Alô? Quem fala? — Natasha pergunta. — Alô! Sou eu! — Respondo baixo. — Estou conhecendo essa voz, ahhh! — Natasha grita. — Por favor, não grita, chama-me de Anne, esse é o meu nome. — Peço nervosa. — Pode falar, já entendi tudo. — Natasha, preciso muito da sua ajuda em relação alguns amigos meus, peço-te que me mantenha informada sobre os dois. — Anne, a única coisa que posso falar é que o meu irmãozinho abandonou tudo somente para se dedicar a tal vingança, até eu sou suspeita, nos falamos mais tarde e não se preocupe que farei o meu melhor. Natasha desligou o celular, alguém deve ter chegado, Romero está empenhado em encontrar-me, não sei se terei forças para continuar fugindo ou se aceito o meu fim após essa fuga. Romero sempre dei
Cheguei no hospital e a única coisa que quero é trabalhar muito, para ao menos tentar esquecer esse momento em que estou tão vulnerável, emotiva e triste, não tem um minuto sequer que não pense em Jhon, fico em oração para que esse delicado momento da minha vida e da dele passe. Sento-me a frente do computador e com inúmeros documentos na minha frente para analisar, alguns problemas a serem solucionados, hoje é o dia de solucionar todos os problemas desse lugar, um dia o meu sonho era trabalhar como médica e hoje tenho que me contentar em somente administrar um hospital, fiz uma escolha e hoje tenho que me acostumar com que o destino me deu. As horas da noite parecem passar mais rápido e a Carmen enfermeira chefe entra no meu escritório. — Está difícil se acostumar com você trabalhando nesse horário! — Carmen fala sentando-se à minha frente. — Até que estou gostando, como está o plantão para você? — Pergunto enquanto olho o computador. — Está agitado, acabamos de atender uma
A minha mão sangrava muito quando cheguei na emergência, um médico que atendeu rapidamente, ao ver a minha mão com inúmeros cacos, vejo o quão louco estou, o meu pai tem razão quando fala que não tenho controle sobre mim. Após toda a limpeza, recebi anestesia, pois os cortes foram muito profundos, levando vários pontos, o médico disse que tive sorte e por pouco quase perdi os movimentos da minha mão esquerda. Após a minha mão ser enfaixada, pedi para ir para o hotel, os médicos não liberaram a minha saída, o que me deixou muito estressado, fazendo-me alterar, não aceito ninguém desobedecer às minhas ordens e confesso que tem sido difícil aceitar isso. Lyon sempre perto de mim, tenta me acalmar, os médicos aplicaram-me um remédio calmante, o que fez eu dormir igual criança. Acordei, já era manhã, ainda tonto, esfrego os olhos e não tem ninguém no quarto, a minha outra mão dói. — Alguém para me ajudar, Lyon, Lyon, você está aí?! — Grito. — Bom dia, Romero, estou aqui. — Lyon fa
Ao sair do trabalho, olho para todos os lados, como é ruim se sentir assim novamente, como me ilude em pensar que um dia viveria em paz e longe do Romero, a imagem do tal homem continua nos meus pensamentos, o modo como ele estava vestido parecia um dos seguranças do Romero. A insegurança é tão grande que liguei para Guadalupe e pedi para ir dormir com a mesma. Ela recebe-me de braços abertos, como fez desde a primeira vez em que pus os meus pés na Itália. — Menina Nataly, continua preocupada com o homem que viu hoje? — Sempre fui uma mulher corajosa, me tornei uma mulher traumatizada e com pânico. Você tem notícias do Jhon? Estou tão aflita que me esqueci dele, não posso me comunicar com os meus dois amigos, Romero grampeou os celulares dos dois. — Gente, esse homem é um inferno, fiquei até curiosa para conhecê-lo, não tem foto dele? — Não queira conhecê-lo, Guadalupe. Romero sempre me mostrou o seu pior lado desde a primeira vez que nos vimos, ele é egoísta, grosso, tóxico,
Após a minha reunião com Nair Petrus, fui para o meu quarto de hotel esperar deitado todo o desenrolar dessa história toda, que bela mãe Nataly tem. Estou ansioso para ver se Nair vai fazer tudo como eu mandei, inclusive ela procurar os mais diversos meios de comunicação, a uma hora dessas a foto de Nataly já deve estar no site de pessoas desaparecidas, em todos os portais, vai ser impossível ela se esconder por muito tempo, ligo para Lyon e pedi para ele vir ao meu quarto. — Estou aqui, Romero, pode dizer. — Nair já fez o que eu mandei? — Pergunto enquanto sento na varanda do hotel. — Sim, ela fez, Nair é bastante conhecida, e por ela ser a mãe de Nataly será mais fácil encontrá-la, não que as nossas buscas foram frustradas, descobri que ela fugiu com o circo até uma cidade e de lá ela viajou de avião. — É o quê, Lyon? Circo! Destrua-os, preciso saber onde Nataly está. — Se acalma, Romero, Nataly cortou os cabelos curtos, e o dono só trouxe a mesma até a cidade vizinha, e os