Dentro de um ônibus lotado sentada numa poltrona número 37 que ficava na janela olhando as belas paisagens do interior. Ela escondia seu rosto enquanto admirava as belas matas verdes do lugar.
Não queria que ninguém visse suas lágrimas descendo do seu rosto enquanto lembrava o que deixou para trás. Carregando mágoas no coração e tristeza no rosto, e um fruto dentro do ventre. Com suas mãos acariciava sua barriga de cinco meses de gravidez fruto de um relacionamento conturbado, e até mesmo proibido.
Sem ninguém no mundo tentava sua sorte na cidade grande sem saber o que esperar do futuro. Durante a viagem, olhava as belas paisagens que amenizava um pouco a sua dor de ser rejeitada pela sua própria família, e do seu único e verdadeiro amor.
Um amor impossível de ser vivido devido às diferenças sociais. Já que ela era filha de uma família de agricultores de origem humilde. Engravidou- se de um dos filhos mais novo da família rica da qual eram os patrões de seus pais.
Os mais ricos da região. A viagem seria longa até chegar ao seu destino, a cidade de Curitiba/PR. Muita coisa deixou para trás. E pensava que nunca mais voltaria à sua terra onde nasceu e cresceu. Levava com ela dolorosas lembranças de ser rejeitada pelo próprio pai.
E também algumas vezes que foi feliz ainda quando criança. Seus melhores momentos foi quando vivia brincando com seu amigo de infância e adolescência. Bons tempos aqueles pensava ela entre soluços sentada na poltrona número 37 do ônibus que viajava.
E quando anoiteceu conseguiu dormir um pouco. Dominada pelo cansaço da longa viagem e saudade de sua mãe que foi obrigada a deixar para trás. Mas estava magoada com seu pai que a expulsou de casa quando soubera que estava esperando um filho de um pai desconhecido por uma razão especial.
Não queria dizer o nome do pai da criança. A pedido de sua mãe que temia que ele perdesse o emprego na fazenda em que trabalhava. Caso ele soubesse certamente haveria uma guerra entre as famílias. E sua mãe tinha motivos para aconselhar sua filha a não falar a verdade. Deu todas suas economias para sua filha ficar longe por uns tempos até que as coisas voltassem ao normal.
Rebecca com seu coração partido por ter que deixar para trás algumas pessoas que ela mais amava. Sua mãe, sua melhor amiga Clarissa parceira de todas as horas, e cúmplice do seu namoro com David seu grande e único amor, assim pensava ela. Sem poder dar a notícia a ele que estava esperando um filho dele. Que por ser filho de pais ricos estava estudando fora do País Estados Unidos. E nem sabia o que estava acontecendo com a sua amada que ele jurou amar eternamente. Só não sabia qual seria a sua reação quando soubesse que Rebecca estivesse esperando um filho dele.
Ele tinha sérias divergências com sua família. Sua mãe Cecília uma mulher arrogante e preconceituosa que não via com bons olhos a relação do seu filho com a filha dos empregados. E fazia de tudo para afastar um do outro, e lutou para que o filho estudasse fora do País com esse propósito. Já o pai de David era mais sensível, e nunca gostou de se envolver nos relacionamentos dos filhos. E para não se estressar com a sua mulher a deixava tomar conta de tudo.
E até estudar fora do País para ele não tinha nenhuma relevância desde que fosse feliz com as escolhas que fizeste. Quanto a quem seu filho estava apaixonado via com bons olhos por ser uma jovem linda e determinada. De alguma forma, por ele não ter filha mulher tinha um carinho especial, e até torcia para que fosse ser sua nora no futuro.
E Rebecca sentiu isso e levou com ela essa doce lembrança. Depois de passar a viagem entre lágrimas por ter sido expulsa pelo seu próprio pai, Rebecca estava se sentindo em casa com suas primas e sua tia, e madrinha. Foi uma festa com a chegada. E pela primeira vez ela estava se sentindo amada por uma família unida. Sentiu inveja ao lembrar que na sua família não era assim. Principalmente lembrando-se do seu pai sempre reclamando de tudo e todos sempre de mau humor. Parecia o tempo nublado em dia de inverno de cara amarrada.
Ela ficou com pena de sua mãe, que estava casada há quase 30 anos, sofrendo maus tratos e até agressão quando ele bebia. Rebecca tinha dois irmãos mais velhos que também não aceitavam o fato da Irmã ter engravidado do filho do patrão. Porque temiam perder os empregos. Já que trabalhavam nas fazendas e nas lavouras.
Tereza e suas filhas embora espantadas com a novidade de que a sobrinha estivesse grávida jovem ainda com 18 anos de idade, mas que estava disposta a ajudar a sua sobrinha predileta em tudo caso fosse preciso. As primas de Rebecca que se chamavam Ana e Luiza estavam adorando a ideia de terem um sobrinho já que elas gostariam de serem madrinhas. Decisão difícil para Rebecca escolher quem seria a madrinha do seu filho. Ainda não sabia o sexo do bebê. Mas não tinha preferência desde que nascesse com saúde.
Estava feliz, embora com saudades de sua mãe e seu amado David, que desde então ela nunca mais soube dele desde que foi para Estados Unidos estudar. Ele foi praticamente forçado pela mãe que tinha um propósito de deixar ele o mais longe possível da filha da empregada.
E sabia que ele nunca iria abrir mão dela por nada desse mundo, e sabendo que ele era apaixonado desde a infância e que era muito assediado por outras garotas do local, mas que para ele só importava Rebecca. E quando Cecília soube que ela estava esperando um filho, ameaçou demitir toda a família se não afastasse Rebecca da fazenda.
E sem saída o pai de Rebecca expulsou a filha de casa só com a roupa do corpo, não dando nem dinheiro para pegar um ônibus até a cidade. E além de ouvir insultos como! “Você nunca mais volte aqui nessa casa, e não é mais minha filha!”.
Rebecca ouviu isso calada sem poder se defender das acusações do seu próprio pai e de seus irmãos que alegavam que ela não era mais Irmã. Sua mãe como dependia do seu pai não tivera forças para defender sua filha. Mas escondida deu uma quantia em dinheiro e algumas de suas jóias e o endereço de sua Irmã que morava em Curitiba. E pediu para mandar notícias assim que pudesse. Rebecca saiu com a promessa de que um dia voltaria por cima e com muito orgulho do seu filho. Ia lutar com unhas e dentes para dar do bom e do melhor para seu filho, mesmo acreditando que seria mãe solteira para o resto da sua vida. Até porque ela não acreditava mais que pudesse encontrar o pai do seu filho, ou filha, pelas circunstâncias da vida. Sabia que ela tinha que só contar com ajuda de suas primas e sua tia que a recebeu de braços abertos, e com ela mesma. Sua tia se chamava Teresa viúva há mais de 15 anos depois que perdeu
A vida de Jussara, mãe de Rebecca estava nos seus piores dias da sua vida. Na verdade, se tornou um verdadeiro inferno desde que descobriu que sua filha estava grávida, comendo o pão que o diabo amassou, como dizem na gíria popular. E seu casamento com seu marido estava em perigo. Ela nem dormia mais com ele, sentia nojo toda vez que ele se referia a sua filha como uma mulher qualquer. Até de vagabunda chamava, e isso deixava mais angustiada sem saber notícias de sua filha. Como estava longe numa cidade grande, mesmo sabendo que podia contar com sua irmã Tereza que recebeu de braços abertos. A sua patroa o tratava com desprezo sempre fazendo insinuações de sua filha. De que na cidade grande não ia ter a mesma chance que tinha quando trabalhava na lavoura, e fazia questão de jogar na cara coisas absurdas como? &nbs
Rebecca estava prestes a ganhar seu filho amado. Ela não tinha certeza que nome colocaria, mas sabia que era um menino. Sentia-se angustiada com medo que pudesse acontecer alguma coisa longe da sua família, mas só sentia falta de sua mãe e de David sem saber como ele ia reagir quando soubesse que seria pai do seu filho, mas estava cercada de carinho e cuidados de suas primas e sua tia Tereza. Que estava sendo uma mãe e algumas amigas que ela conquistou. Ajudava sua tia com trabalhos diários que fazia, e mais o dinheiro que recebia de sua mãe que escondido enviava. Cecília a contragosto fazia questão de ajudar desde que Rebecca nunca mais voltasse a perturbar seu filho. Esse foi o trato. A bolsa estourou e foram diretamente para um hospital público. Todas ansiosas com a chegada do bebê. E foi intenso o preparo do nascimento levando mais de d
David estranhava a forma como sua mãe dava as notícias a ele a respeito da sua amada Rebecca. Alguma coisa estava errada nessa história? Pensava ele. Toda vez que ligava para sua mãe ela não deixava as coisas claras como ele gostaria. Ela sempre inventava uma desculpa de que Rebecca não estava em casa e tinha saído com outro rapaz que estava apaixonado por ela, e que tinha esquecido dele. Mas para David ela estava mentindo, porque ele melhor do que ninguém sabia que sua mãe era contra o namoro deles dois, mas também sabia que Rebecca era linda, que por onde passava despertava interesse nos rapazes da região. E muitas vezes despertava ciúmes. Embora para Rebecca ele era o único homem que amou e amaria para sempre, muitas vezes passou pela cabeça de David largar tudo. Seus estudos, trabalho, e voltar para o Brasil e ver de perto o que estava acontecendo, não estava sendo fácil para conciliar estudo e trabalho
Cristiano Eduardo surpreendia cada dia que passava na escolinha em que estudava. Era inteligente nas matérias e muito disciplinado. Embora tímido, não gostava muito de conversar e brincar com outras crianças que gostava de bagunça. Tinha cabelo liso escuro que caia no rosto, pele clara, olhos verdes igual ao da mãe para o orgulho de Rebecca que cada dia que passava mais feliz estava com seu filho. E sua tia Tereza que se tornou mais que amiga na vida de Rebecca. A única coisa que deixava contrariada, era quando a sua tia queria que ela saísse para se divertir, e arrumasse um namorado, já que Rebecca era linda e despertava paixões nos homens por onde passava. Mas para Rebecca seu único homem que interessava era David que ela não tinha esquecido-se dele. Embora não tenha certeza se ele estava sabendo que era o pai. E sua vid
— E desde quando te dei satisfação do que eu faço ou deixo de fazer se você é um banana que nunca fez nada nessa vida, eu sempre tive que tomar as rédeas de tudo! — Domingos estava estarrecido com o que acabou de ouvir. E se perguntava: “Será que eu conheço minha mulher?”. Seu sangue ferveu de raiva e de arrependimento de ter deixado as coisas chegarem ao ponto em que chegou, mas antes de tomar qualquer atitude queria saber o que a família fizera de tão grave a ponto de querer expulsar da fazenda. — Ainda quero saber o que essa família fez de tão grave assim? — É um problema meu que não te diz respeito! — Domingos chegou ao seu limite, não era de gritar com ninguém muito menos com a sua família, mas ouvindo sua esposa
Até que Cecília protestou não aceitando a ideia da separação. Ela subestimou seu marido quando falou firme a respeito. E ela a ignorou. E agora estava vendo que ele estava decidido e nada faria mudar de idéia. Aguentou até onde pode. E vendo que não havia saída teve que se calar, o que seu marido tinha a dizer a respeito da separação. E ela com ar da sua arrogância acreditava que sem ela não saberia viver, e deixou ir em frente. — Então meu marido vai em frente com essa loucura. O que tem a falar? Nossos filhos estão curiosos pra saber porque está terminando um casamento de 25 anos? — Vou direto ao assunto. E não vamos ficar aqui perdendo tempo batendo boca. Eu tenho aqui a minha proposta, como eu disse: você fica com as lavouras e plantações. E e
— Silêncio! E deixam ela falar, e você Cecília cale a sua boca que você não manda mais nada aqui, e você João, por favor, não quero perder a minha amizade e a confiança que tenho em você, deixa sua esposa falar. Pode continuar dona Jussara! — Obrigado senhor Domingos. Minha filha foi expulsa covardemente sem poder se defender de um erro que ela cometeu, mas não matou, e não roubou. E simplesmente ela se apaixonou pelo seu filho David! — Como assim? — Perguntou Domingos espantado. — Mas prossiga! — Nem eu sabia, até que um dia ela confessou que estava grávida. Na hora entrei em pânico, não sabia o que fazer. Eles estavam juntos há muito tempo. Namoravam às escondidas, porque David sabia que a mãe dele ia ser contra o namoro!