Cristiano Eduardo surpreendia cada dia que passava na escolinha em que estudava. Era inteligente nas matérias e muito disciplinado. Embora tímido, não gostava muito de conversar e brincar com outras crianças que gostava de bagunça. Tinha cabelo liso escuro que caia no rosto, pele clara, olhos verdes igual ao da mãe para o orgulho de Rebecca que cada dia que passava mais feliz estava com seu filho.
E sua tia Tereza que se tornou mais que amiga na vida de Rebecca. A única coisa que deixava contrariada, era quando a sua tia queria que ela saísse para se divertir, e arrumasse um namorado, já que Rebecca era linda e despertava paixões nos homens por onde passava.
Mas para Rebecca seu único homem que interessava era David que ela não tinha esquecido-se dele. Embora não tenha certeza se ele estava sabendo que era o pai. E sua vida estava mais ligada ao seu filho. Queria dar o melhor para ele e participar de todos os momentos quando pudesse.
Agora era uma mulher mais madura, dona de si mesma com saudades de sua mãe. Não tinha planos de voltar tão cedo, só quando tivesse a chance de comprar terras e tirar sua família da escravidão de trabalhar nas terras do seu Domingos. Mesmo ela não tendo nada contra ele, e sim sua mágoa era com a mãe de David, dona Cecília. Ela conhecia bem pela arrogância e soberba com mania de grandeza.
Talvez seu pai não a expulsasse de casa se não fosse por causa dela. Essa mágoa ela carregava. O sonho de Rebecca valia muito mais porque estava investindo em seu filho. E daria maior apoio em tudo que ele quisesse ser. Por enquanto ainda o menino com sete anos de idade sonhava ser jogador de futebol desde que tinha dois anos, era essa paixão. E se fosse ela daria apoio.
A felicidade dele era o que mais importava mesmo ela não gostando de futebol como seus compadres casados com suas primas. Embora eles fossem torcedores de times diferentes. Um torcia para o São Paulo e outro para o Palmeiras. Mesmo eles sendo paranaenses e torciam para clubes paulistas.
E o sonho de ver um afiliado jogar num desses clubes seria a glória. Mas o menino ainda não tinha noção do que era torcer. A única coisa que ele amava era jogar futebol. O tempo foi passando aconselhada pelos seus compadres e a tia Tereza. Rebecca matriculou numa escolinha de futebol do Atlético Paranaense. Algum tempo depois estava mais desenvolvido Cristiano Eduardo para orgulho de todos em volta.
Tereza e suas duas filhas, que estavam casadas e também tinham dois filhos. E principalmente Rebecca que não escondia a alegria de ser mãe, e nunca se arrependeu. Mesmo passando pelo que passou. Estava realizada, embora ainda trabalhava como doméstica e pagava um carnê do INSS para um dia ter direito à aposentadoria.
Tentou sair de onde trabalhava, mas não conseguiu deixar o casal por motivos de doença. A sua patroa precisava dela mais do que nunca por ter seu marido no hospital por uma doença grave que mais tarde viera a falecer. E como Rebecca se sentia grata por tudo o que eles fizeram não tivera coragem de abandonar.
E assim foi ficando lá ganhando muito mais do que se estivesse ganhando numa loja como vendedora, ou até mesmo numa fábrica. Além do mais ganhava muitas roupas e presentes e ela fazia questão de enviar pelo correio para sua mãe e seus irmãos e seu pai que mais tarde viera pedir perdão pelo que fizera, mas não queria que ela voltasse pelo menos por enquanto por causa de Cecília que cada dia que passava mais insuportável ficava, porque David há dois anos para dar notícias e ter cortado relações com a mãe pelo fato dela ter discriminado Rebecca.
E isso ele não conseguia perdoar, embora ainda não soubesse da verdadeira história de que ela deu à luz a um filho dele. E Cecília nem mesmo sabendo que era avó de um lindo menino amoleceu o coração. Que para ela era um bastardo e não queria reconhecer como neto. Ao contrário do seu Domingos que contava os minutos para conhecer seu neto. E toda vez que olhava as fotos do menino ficava emocionado, por ele ter a mesma semelhança de David quando tinha a mesma idade.
Tinha mais neto de outros dois filhos que estavam casados, mas por ter eles por perto talvez não sentisse tanto. João por ser orgulhoso e rústico não aceitou bem ser avô. Pretendia sair e morar em outro lugar. Cecília culpava Rebecca por David ter se afastado da família. E não queria mais assunto com ela e sim só com a Jussara que também não tinha coragem de falar a verdade com medo de perder o emprego.
Mas estava cansada de ouvir reclamação todos os dias de Cecília que nem seus filhos estavam mais suportando ela. E nem iam mais a casa dela para almoçar aos domingos. preferiam ir à igreja. Os filhos casados e as noras que também não aguentavam mais ouvir reclamando de tudo. Era do marido que era acomodado que não tomava uma atitude de mandar embora a família de João e Jussara, mesmo que Domingos obedecesse algumas ordens de sua esposa, mas expulsar a família que ele tinha como irmão seu João e dona Jussara jamais faria.
E se tivesse que fazer isso com certeza ia se separar. Domingos era um homem calmo até demais, mas quando saia do sério era difícil se controlar. Teve uma séria discussão com a sua mulher.
— Quando vai ser homem de atitude e mandar esses mortos de fome embora? — Domingos olhou com uma expressão séria sentindo seu sangue subir. E nunca chegou a ponto de gritar com a sua esposa. E deixou que ela tomasse conta de tudo. Só não imaginava que ela pudesse estar por trás da expulsão de Rebecca e queria saber como, e porquê.
— Sim. Eu farei isso desde que me fale quais são os motivos que quer expulsar essa família?
— E desde quando te dei satisfação do que eu faço ou deixo de fazer se você é um banana que nunca fez nada nessa vida, eu sempre tive que tomar as rédeas de tudo! — Domingos estava estarrecido com o que acabou de ouvir. E se perguntava: “Será que eu conheço minha mulher?”. Seu sangue ferveu de raiva e de arrependimento de ter deixado as coisas chegarem ao ponto em que chegou, mas antes de tomar qualquer atitude queria saber o que a família fizera de tão grave a ponto de querer expulsar da fazenda. — Ainda quero saber o que essa família fez de tão grave assim? — É um problema meu que não te diz respeito! — Domingos chegou ao seu limite, não era de gritar com ninguém muito menos com a sua família, mas ouvindo sua esposa
Até que Cecília protestou não aceitando a ideia da separação. Ela subestimou seu marido quando falou firme a respeito. E ela a ignorou. E agora estava vendo que ele estava decidido e nada faria mudar de idéia. Aguentou até onde pode. E vendo que não havia saída teve que se calar, o que seu marido tinha a dizer a respeito da separação. E ela com ar da sua arrogância acreditava que sem ela não saberia viver, e deixou ir em frente. — Então meu marido vai em frente com essa loucura. O que tem a falar? Nossos filhos estão curiosos pra saber porque está terminando um casamento de 25 anos? — Vou direto ao assunto. E não vamos ficar aqui perdendo tempo batendo boca. Eu tenho aqui a minha proposta, como eu disse: você fica com as lavouras e plantações. E e
— Silêncio! E deixam ela falar, e você Cecília cale a sua boca que você não manda mais nada aqui, e você João, por favor, não quero perder a minha amizade e a confiança que tenho em você, deixa sua esposa falar. Pode continuar dona Jussara! — Obrigado senhor Domingos. Minha filha foi expulsa covardemente sem poder se defender de um erro que ela cometeu, mas não matou, e não roubou. E simplesmente ela se apaixonou pelo seu filho David! — Como assim? — Perguntou Domingos espantado. — Mas prossiga! — Nem eu sabia, até que um dia ela confessou que estava grávida. Na hora entrei em pânico, não sabia o que fazer. Eles estavam juntos há muito tempo. Namoravam às escondidas, porque David sabia que a mãe dele ia ser contra o namoro!
Uma semana depois David estava no Brasil para o espanto de todos nas redondezas. Sentiu saudades dos tempos que vivia ali, muita coisa mudou desde a sua partida quando era jovem. Tivera que fazer muito esforço para não chorar, não queria que sua filha Victória de Cinco anos e sua esposa soubessem do passado dele. O envolvimento com Rebecca, pelo menos por enquanto. Queria tirar aquela história a limpo. Só não sabia onde começar? A primeira coisa era tirar satisfação com a sua mãe, e conversar com a dona Jussara e seu João, e seu pai primeiro. Pensou bem e foi até a casa do seu pai matar a saudade e saber o que levou a se separar de sua mãe. Quando foi se aproximando percebeu que ele estava velho com marcas de sofrimento e pele queimada pelo sol trabalhando de sol a sol. E pelo que percebeu seu pai es
Ela foi expulsa pelo meu amigo João que nunca me falou os motivos. Cobrei essa atitude feia contra a própria filha, eu desaprovei a atitude dele. Tirei satisfação. Então, ele me relatou que a sua mãe o ameaçou. Ou ele expulsava a filha ou toda a família seria expulsa. Desesperado fez o que sua mãe mandou. Eu não sabia de nada até que naquela reunião em família que coloquei sua mãe na parede que me contasse a verdade, mas ela se negou a falar então dona Jussara contou tudo, e parece que Rebecca não se casou até hoje, e pelo que sei acredito que ela ainda está te esperando ou talvez acredite que você nunca quis assumir o filho que teve com ela. — David ficou pálido sem saber se gritava ou chorava de raiva ódio mágoa ao descobri o mau caráter de sua mãe. E se perguntava a si mesmo: “Ela não é minha mãe? É um monstro. Como ela pôde agir assim friamente m
Ficou insegura em perder seu amado, mas como ela tinha caráter e forte personalidade entendeu as razões. E pediu para que ele contasse com ela para tudo mesmo com o coração partido. Era inteligente e sempre soube desde o começo quando a conheceu num bar de música ao vivo. Ele estava na mesa bebendo triste, que chegou a cair. E foi expulso pelo dono do bar na época, e ela se compadeceu e ofereceu ajuda, e levou até seu apartamento e lá tomou um banho e bebeu um café forte. E quando o porre passou contou toda a história. Comovida ela ficou com pena e resolveu ajudar, e assim foram se tornando amigos. E até que um dia ela acabou se apaixonando por ele. Mesmo sabendo dos riscos de que um dia ele viesse saber notícias de Rebecca. E esse dia chegou. Como sempre foi uma mulher madura e independente, sabia como lidar com essas situações mesmo não
Quanto a David tinha esquecido e nem lembrava mais dele, mas agora sabendo que foi vítima das armações da mãe dele que vieram à tona. Balançou um pouco, mas soube que ele estava bem casado. Menos mal pensava ela. Assim não precisava se envolver emocionalmente. Tinha só um objetivo na vida. Que era realizar o sonho do seu filho que era o mais importante da sua vida. Embora suas primas e sua tia quisessem que ela tivesse algum namorado para se distrair um pouco. Já que vivia de casa para o trabalho e do trabalho pra casa. O que Rebecca mais temia era se envolver com algum homem que fizesse mal ao seu filho. Só de pensar nisso sentia arrepios quando ouvia pela internet ou TV a respeito de filhos sendo estuprados e maltratados pelos padrastos. E isso ela não queria de jeito algum. Tinha alguns encontros casua
— Eu tenho tia, e obrigado por tudo! O tempo foi passando. E Rebecca conseguiu matricular seu filho numa escolinha do Paraná Clube, e todos ficaram encantados com Cristiano Eduardo. Principalmente o técnico que acreditava que o garoto tinha futuro como um grande jogador para o orgulho de Rebecca com seu sorriso nas orelhas. Vendo seu filho sendo destaque nas categorias de base, e realizando seu sonho não tinha preço. Agora era esperar um tempo até que as coisas se ajeitassem e ela voltaria para sua terra natal rever sua mãe de quem sentia saudade. Mesmo não tendo certeza se perdoaria seus irmãos e seu pai. Mas precisava voltar o quanto antes e depois seguir sua vida adiante. David estava de viagem marcada para a cidade de Curitiba, para acertar as contas com Rebecca. E sua esposa viajou