capítulo 5

SALVATORE

Assim que chegamos em nossa casa, vou direto para o nosso escritório, vou ao bar e encho um copo de whisky. Viro o copo de uma vez, deixando o amargo da bebida queimar em minha garganta, enquanto despejo mais um pouco de bebida e viro novamente.

Jogo o copo com raiva em direção à parede, mas nada disso me acalma; eu estava furioso. Por causa de poucos minutos, Matteo impediu que algo acontecesse com Violet.

Essa noite seria longa. Depois do ocorrido de hoje, meu pico de adrenalina estava nas alturas. Arranco meu paletó, jogando-o em um lugar qualquer, e arranco minha gravata, que parecia estar sufocando. Desaboto alguns botões de minha camisa, arregaço as duas mangas e dou o primeiro soco em direção à parede.

Sinto a dor subir rapidamente dos nós dos meus dedos até meu braço, mas isso não consegue acalmar minha raiva. Dou outro soco e mais outro, e assim sigo sucessivamente. Matteo não deveria ter matado aquele verme tão rápido; deveríamos ter trazido ele e tê-lo torturado lentamente. Só de pensar que ele tocou em algo que me pertence, principalmente algo tão frágil e preciso quanto Violet, meu sangue ferve. Volto a socar novamente a parede até que ouço o barulho da porta se abrindo atrás de mim.

Quando Matteo entra no escritório, ele está com a mesma feição que a minha; assim como eu, ele também não está satisfeito, e sim inquieto. Isso tinha acabado rápido demais; ele não sofreu nem um segundo.

Começo a pensar em Violet novamente e em todo o medo que passou nas mãos daquele verme. Aquilo não poderia acabar tão rápido; alguém essa noite teria que pagar.

— Reúna todos os nossos homens que estavam presentes hoje lá fora — digo para Matteo, que imediatamente liga para nosso primo para reunir a todos.

— Nós dois iremos caçar essa noite, irmão. Iremos caçar qualquer erro para saber como aquele verme colocou a mão no que é nosso e qual de nossos homens sabia daquilo e não fez nada para impedir. Ele sofrerá todas as consequências.

Quando eu e Matteo chegamos ao lado de fora, todos os nossos homens estão reunidos esperando por nós, e logo recebemos a notícia de que um de nossos homens estava junto com aquele verme e ele simplesmente saiu e deixou minha mulher nas mãos daquele filho da puta.

Em questão de segundos, Matteo já estava com o desgraçado caído no chão, mas isso ainda era muito pouco. Eu queria arrancar sua pele, fazê-lo sofrer até que implorasse pela morte.

— Vocês saiam todos daqui — ordeno para o restante dos soldados que estavam presentes. Caminho lentamente até aquele desgraçado que está caído ao chão e me abaixo, ficando frente a frente com ele.

— Então você é o filho da puta que deixou aquele verme tentar abusar da nossa mulher? — pergunto a ele, enquanto o seguro pelo cabelo, fazendo seu rosto ficar erguido para me encarar.

— Eu juro, senhor, quando estávamos no quarto, ela não estava lá — ele tenta explicar, e vejo seus olhos lagrimejarem, que fracote.

— Só estava a freira. Eu disse para aquele idiota não fazer isso. Que vocês acabariam descobrindo tudo.

— Mas você não o impediu! — Matteo diz e dá um chute em seu rosto, que já está machucado de tanto apanhar.

— Sabe o que fazemos com traidores e estupradores? — pergunto a ele, pegando uma pequena faca que estava na cintura de Matteo e vou em sua direção. Matteo segura o traidor e começo a escrever o nosso sobrenome em sua barriga. Os gritos de dor dele são músicas para meus ouvidos, mas isso não era o bastante; eu queria mais. Eu e meu irmão começamos a bater com chutes e socos no corpo que já não reagia. Pego minha arma e a destravo. Quando dou o primeiro disparo, escutamos um grito; Matteo e eu olhamos para trás e Violet está parada no escuro, de pijama, na sacada de seu quarto, em choque. Vejo quando seu corpo cai no chão, desmaiado.

— MAIS QUE PORRA!!! — eu grito com raiva.

— Se essa garota vai desmaiar toda vez que vê a gente atirando em alguém, é melhor começarmos a fazer um estoque de adrenalina pra ela — digo a Matteo, que está parado ao meu lado, olhando para a sacada.

— Dá um jeito nesse lixo. Vou levar ela de novo para dentro do quarto — digo a ele e rumo para dentro da casa. Assim que chego em seu quarto, seu corpo está caído entre a sacada e o batente da janela. Eu a pego cuidadosamente e a coloco em sua cama, cobrindo-a, fechando a janela e verificando se tudo estava em ordem. Alguns minutos depois, desço novamente para o escritório e Matteo está sentado, olhando para todas as câmeras de segurança, mais especificamente a que está no quarto de Violet. Sento ao seu lado e ficamos a observar ela dormir profundamente, enquanto bebemos.

Seis anos. Esse foi o tempo em que eu e meu irmão tivemos que esperar para finalmente podermos ter Violet em nossas vidas, e agora nada e nem ninguém poderá tirá-la de nossas mãos.

— Já pensou em como vamos lidar com ela? — Matteo me pergunta enquanto puxo o zoom da câmera para ficar mais perto de Violet.

— Com cautela. Não quero que ela tenha medo de nós, mas também não poderemos deixar que pense que não pode nos respeitar e obedecer — respondo a ele, que está pensativo.

— O que foi? — pergunto a ele, que está parecendo mais inquieto do que de costume.

— Já parou para pensar que talvez alguém possa usá-la para nos chantagear ou querer tirar vantagem de alguma coisa por achar que ela é importante para nós?

— Bom, isso é fácil: é apenas não agirmos como se ela fosse importante. E, pelo amor de Deus, não fique assustando ela com esse seu jeito — digo para Matteo, que aperta os olhos em minha direção.

— Isso é um dom que eu tenho, irmão. Causo esse sentimento sem ao menos levantar o dedo mindinho — ele diz sorrindo, e voltamos nossa atenção para a câmera.

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