capítulo 4

Matteo

Tive a péssima ideia de não acompanhar Violet até seu quarto. Sei que minha presença estava lhe causando medo. Infelizmente, causo isso nas pessoas; não sei se são as tatuagens, os piercings ou meu tamanho, mas adoro ser temido apenas com um olhar. Porém, por incrível que pareça, não quero que ela sinta medo, assim como as outras pessoas.

Agora, neste momento, estou aqui no salão principal, junto com um bando de freiras e um grupo de adolescentes desesperadas que não param de gritar em meus ouvidos. Tudo isso porque eu tentei ser legal.

Poderia ter apenas matado alguém para dar um exemplo, mas não estou aqui ouvindo essa velha do caralho que acha que é nossa avó, dando sermão de como estamos blasfemando em sua escola. Estou quase perdendo o pouco da paciência que ainda me resta, para acabar explodindo a cabeça dela na frente de todo mundo.

Ouço barulho de algo caindo no andar de cima, depois ouço passos apressados e um barulho novamente que chama a atenção de todos.

- Vou checar o andar de cima - digo para Salvatore, com minha arma em punho.

- Deixa que nossos homens cuidem disso - diz Salvatore, mas eu o ignoro completamente. Meu instinto está dizendo que tem algo errado e, uma coisa sobre meu instinto: ele nunca está errado. Subo as escadas rapidamente, chegando ao andar superior.

Chego no primeiro corredor e não avisto nada. Acho que vou embora, quando ouço uma voz abafada pedindo socorro em meio ao choro. Vou seguindo a voz e vejo um de meus homens em cima de Violet, que está gritando e chorando desesperadamente. No mesmo instante, o arranco de cima dela e descarrego minha arma em sua cabeça.

Quando olho para o lado, vejo Violet aos prantos e ela acaba desmaiando no chão devido à cena. Arranco meu paletó e ouço uma voz vindo de dentro do quarto. Após jogar meu paletó em cima de Violet para cobrir sua blusa que estava rasgada, caminho até o quarto de onde vinha a voz e me deparo com uma irmã amarrada em uma cadeira, também desesperada, aos prantos.

- Por favor, não faça nada a ela, é apenas uma menina - a irmã que está amarrada diz para mim, com a voz trêmula. Desenrolo seu corpo magro do lençol e caminho novamente para o corpo de Violet. Eu a pego em meu colo.

- Não se preocupe, nunca machucaria minha esposa - digo à irmã e desço as escadas indo de encontro com nossos homens. Dou instruções para sumirem com o corpo do vagabundo.

Quando chego no salão principal, todos param olhando o pequeno ser deitado em meus braços.

- Por Cristo, o que fizeram com ela? - a irmã pergunta, caminhando até mim, mas eu me afasto.

- Não encoste nela. Meu instinto protetor estava em alerta máximo; ninguém chegaria perto dela novamente, a não ser eu e Salvatore.

- Espero você no carro - digo para Salvatore, indo em direção ao SUV preto. Enquanto caminho, fico analisando sua feição angelical enquanto dorme. Após alguns minutos, Salvatore entra e seguimos para nossa casa. Durante todo o caminho, fico com ela em meus braços até chegarmos em nossa nova mansão.

Antigamente, cada um tinha seu apartamento, mas agora teríamos que assumir a responsabilidade por Violet. Decidimos morar todos na mesma casa, também para ficarmos perto dela o máximo possível e, fora isso, por questão de logística.

Muita coisa no submundo acontece de madrugada; às vezes, temos que sair às pressas e voltamos depois de dias. Então, com todos no mesmo lugar, sempre um estaria de olho nela. Por mais que tenhamos nossos seguranças, não quero que ninguém se aproxime dela, principalmente depois do ocorrido de hoje. Então, nada melhor do que eu e Salvatore para cuidarmos de sua segurança. Além disso, toda a nossa casa está acompanhada de um sistema de proteção que foi feito por mim e Salvatore, que envia atualizações para nossos celulares, assim podemos ficar de olho nela quando estivermos fora.

Todos os quartos ficam perto uns dos outros. A suíte principal é dela, por ser mulher achamos melhor, por ser mais espaçosa. Seu quarto é neutro, já que deixamos para ela escolher como queria sua decoração. O quarto de Salvatore fica em frente ao de Violet, e o meu à esquerda.

Quando entramos, Salvatore vai direto para nosso escritório, enquanto levo Violet para seu quarto. Eu a deito na cama e falo para Dona Rosa ficar responsável por ela e cuidar de tudo que ela precisar quando acordar.

Desço as escadas novamente e vou para nosso escritório. Assim que entro, Salvatore estava socando a parede com toda sua raiva. Algo me dizia que essa noite seria extremamente longa e que algumas cabeças iriam rolar.

- Ele encostou nela? - meu irmão perguntou, apoiando seus braços sobre a parede. Foco meus olhos em sua mão e vejo os nós de seus dedos estourados.

- Responde, porra! Aquele filho da puta tocou nela, Matteo? - Ele avança sobre mim com raiva, segurando o colarinho da minha camisa social. Se ele não fosse do meu sangue e eu não confiasse minha vida a ele, provavelmente agora já teria revidado e o matado.

- Não, ele não encostou nela. Cheguei a tempo. Se demorasse mais alguns minutos, talvez não tivesse conseguido impedir. - Respondo a ele. Esse é o momento em que me arrependo profundamente por ter matado aquele verme rapidamente; não deveria ter dado a sua redenção tão fácil como teve.

Eu deveria ter feito ele sofrer, deveria ter o deixado em estado irreconhecível. Eu queria, nesse momento, que ele literalmente implorasse para que eu acabasse com sua vida e que ele morresse lembrando o motivo de estar recebendo sua punição.

- Como aquele filho da puta estava sozinho com ela lá em cima se mandamos todos os nossos homens em grupos? E quando estão separados, sempre estão em duplas? - Salvatore me questiona, e isso é uma coisa que odeio. Por isso, nunca admito nenhuma falha de nossos homens; um simples erro pode ser literalmente o seu fim.

- Mais alguém estava com ele! E o safado simplesmente saiu e iria deixar aquele verme abusar de uma garota e de uma freira. - Digo mais a mim mesmo do que para Salvatore. Imediatamente, ligo para nosso primo e mando ele reunir todos os homens que estavam conosco hoje.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo