ElizaEstava perplexa com a atitude grosseira que Arthur me tratou, mesmo sabendo de tudo o que fiz para deixar o que sinto pelo André para trás e nos dá uma oportunidade de sermos felizes juntos. Sinceramente eu não esperava essa atitude por parte dele, ainda mais quando era visível que eu estava apenas preocupada com o que pudesse acontecer com ele. Ao ouvir o disparo, olhamos para o mar e avistamos uma lancha se aproximando em alta velocidade, e André estava com uma arma em punho prestes a atirar novamente em nossa direção. Foi quando num piscar de olhos ele atirou e acertou em cheio na lâmpada que havia dentro da cabana na praia. Arthur me segurou forte pelo braço, e mais uma vez, falou num tom sério e bastante seco comigo. Ele estava sombrio, muito diferente do homem carinhoso e apaixonado que me tomou em seus braços a pouco, e isso me assustava profundamente. Sempre que se sentia acuado ele reagia dessa maneira, eu até entendia sua reação, mas aceitar esse jeito bruto, jamais.
AndréHoras antes do acidente com ElizaJá havia passado por toda àquela situação na boate, e ainda experimentar o dissabor de ficar afastado dos negócios da família dando lugar ao maldito do Arthur, estavam acabando comigo. A minha possessividade e o meu lado controlador me destruiam por dentro. Mas o que poderia se esperar de um homem que foi criado para ser impetuoso e frio o suficiente para conseguir levar com mãos de ferro todo um império? Muitos me achavam um monstro, mas não tinha como ser diferente. Não me deram escolha alguma, pra mim era somente isso e isso, ponto final. Não tive oportunidade de dizer tudo o que eu desejava para o meu futuro, e agora já era muito tarde para voltar atrás, e tentar mudar o que já estava enraizado na minha alma. Sempre tive muitas dificuldades de me relacionar, principalmente se tratando das mulheres. Para mim todas não passavam de interesseiras e cobras prontas para dar o bote quando tivessem uma oportunidade, assim como minha mamma fez com o
AndréSaí daquele hospital, e já dentro de um táxi que fui obrigado a usar porque foi Adriel quem me trouxe até o hospital com a desculpa da minha embriaguez e que já tinha feito besteiras demais para um único dia, liguei para Marina dizendo para me encontrar no lugar de sempre. Ela até tentou se esquivar, com certeza estava chateada pelo modo que a tratei na última vez que estivemos juntos, mas isso pouco me importava, e sequer dou-lhe alternativas para escolha, até porque ela era uma mulher qualquer e seu trabalho era servir quem lhe pagasse mais, sendo assim hoje ela não me escaparia.Já no flat, me sirvo de mais uma bebida enquanto aguardava a chegada de Marina, que chegou dez minutos depois, estava linda e deliciosa como sempre, mas seu olhar estava diferente, até juraria que ele escondia algo. Mas não foi para isso que a chamei, para descobrir o que a incomodava ou o que passava dentro da sua cabeça, e sim para diminuir essa erupção dentro de mim deixada por Eliza.Não dei sequer
Catarina GreccoEstava revirando as minhas lembranças e de repente sinto uma forte pontada no peito. Uma dor gigantesca que me fazia perder o ar completamente. Na hora levo minha mão ao peito, e em meu pensamento só vinham imagens da minha Eliza, a minha linda filha que eu sequer sabia onde estava.— Meu Deus, será que minha menina está bem? Proteja-a onde quer que esteja. — suplico com os olhos marejados Já estava por tantos anos longe da minha princesa, e nem ao menos sabia o seu paradeiro. A cada dia que passava a minha aflição só aumentava, e tudo isso por culpa do maldito Victorio, que insistia em dizer que ela estava morta, mas eu tinha certeza que tudo isso não passava de mais uma das suas mentiras, causada pela sua mente louca e impiedosa. Todos os dias sinto a necessidade de me trancar em meu quarto, e ficar por um longo tempo observando essas recordações, que só me fazem relembrar de como a minha vida se transformou nesse inferno após a traição do Marco.Como a nossa vida
ArthurMinutos antes do acidente Depois que coloquei Eliza na lancha junto com o Rick me senti um pouco mais tranquilo por saber que ela estaria em segurança. Isso pelo menos era o que eu imaginava até o momento.Voltei correndo para a praia e percebo que tio Fran estava junto com o maldito André. Não entendo o motivo de tanta fúria por parte dele, pois tudo não passou de uma simples brincadeira, mas pelo visto o meu querido irmãozinho não tinha tanto senso de humor como eu imaginava.Permaneci tranquilo com a minha arma em punho enquanto André vinha com uma fúria terrível pra cima de mim. Tentei me afastar impedindo que iniciassemos uma briga, mas pra ser bem sincero eu não queria evitar nada, muito pelo contrário, tudo o que mais desejava era dá um fim em tudo aquilo definitivamente.Não tive sequer a chance de pronunciar uma única palavra, porque André veio pra cima de cima já atirando. O desgraçado deu um tiro que passou raspando pelo meu ombro, e por muito pouco não me acertou e
ArthurFoi uma grande surpresa para ambos descobrirem quem eu me tornei, passei de menino mimado para um homem poderoso, mas eles ainda estavam bem longe de descobrirem tudo que sou capaz de fazer para conseguir o que eu desejo. Vamos lá, sou Arthur D'Angelis, o filho caçula de Valentina e agora, segundo Francesco, o seu único filho. Contudo não é porque acabei de descobrir minha verdadeira árvore genealógica que deixarei de ter o lado obscuro dos D'Angelis enraizado dentro de mim. Bom, como todos já sabem, nasci e cresci ao lado da minha suposta família. Quando completei a maior idade sai pelo mundo em busca de autoconhecimento. Eu não queria viver na sombra de ninguém e muito menos crescer com os paparicos da mamma. Não que eu não a amasse, mas eu desejava ser reconhecido e construir a minha vida pelos meus próprios méritos, para assim não ser tachado eternamente como um sanguessuga.Comecei a estudar Engenharia Mecânica, sempre fui um apaixonado por carros, velocidade, sou excele
AndréJá estava complicado suportar o Arthur e de uma hora pra outra surge esse maldito sujeito dizendo ser marido da minha feiticeira. A vontade que tenho é de esfolar esse desgraçado todinho com minhas próprias mãos. Arthur era realmente um otário, como colocou esse bosta pra trabalhar na organização junto com ele? Realmente era difícil compreender, mas isso também não importava, tudo o que eu quero é encontrar a Eliza o quanto antes, e assim todo esse inferno e angústia terão fim. Por outro lado, não posso negar que a minha vontade é de matar esses dois, e ir procurar a minha feiticeira sozinho, mas agora eu preciso raciocinar e agir friamente como sempre fiz, de um jeito ou de outro precisava desses merdas para encontra-la, porque quanto mais pessoas estivessem junto nessa busca melhor seria. Me sinto de mãos atadas e pela primeira vez sem saber o que vai acontecer, já estamos aqui há horas e não sabemos de nada. Estou as cegas, sem notícias, pistas ou rastro de onde ela possa est
Uma semana depoisAndréA chuva perdurou por vários, e apenas hoje, quando completa uma semana do desaparecimento de Eliza que finalmente o céu abriu renovando a esperança de encontra-la. Estava do lado de fora da cabana tentando encontrar uma maneira potencializar as buscas, e assim aumentar as chances de resgata-la com vida. Olhando para o mar, fico pensativo, até que lembro de cães farejadores.— Isso. Eles poderão ajudar e muito. — falo e sorrio— André! — Francesco me chamava, e eu nem percebi que ele estava tão próximo — Sim. — respondi com a cabeça baixa — Tem alguma novidade para nos contar? — ele pergunta — Não. — respondi seco sem olha-lo e ouço uma voz que não era a de Francesco — Mesmo se ele tivesse nunca nos contaria, não é mesmo? — Arthur insinua algo que não era verdade, se tinha alguém que queria esconder Eliza de todos, não era eu.Já de pé e de frente a ele falo:— Está completamente enganado. Ela ao seu lado estaria muito mais segura do que estando comigo, eu s