Catarine Grecco Estava sentada na recepção, tentando assimilar tudo o que acabei de ouvir do filho do Marco. Como o mundo dá voltas, se tornando ao mesmo tempo tão minúsculo. Jamais em toda minha existência poderia imaginar ter notícias do único amor da minha vida, Marco D'Angelis. Será que ele ainda lembra de tudo o que vivemos?Como ele deve está depois de tantos anos?Será que sentiu a minha falta, assim como sinto a dele até hoje?"Ah! Basta dessas idiotices e infantilidades Catarine. Não continue se iludindo por um amor que só existiu na sua cabeça romantizada. Marco nunca sentiu absolutamente nada por você, a não ser desejo de possui-la, para depois abandona-la como fizera anos atrás. Se ele sentisse algo verdadeiro teria lhe procurado, ou melhor, teria sido capaz de enfrentar o mundo para viver esse amor." — logo pensei tentando afastar a todo instante pensamentos errados e ilusórios da minha cabeça.Fui em direção a recepção, peguei um pouco d'água, na tentativa de acalmar o
Eliza Alegria e medo, foi o que senti ao reencontrar a minha mãe. Eu estava alegre por está frente à frente com minha mãe depois de tantos anos, mas por outro lado, havia o medo em ser descoberta pelo poderoso Vitório Grecco, o meu pai. Eu fiquei apavorada, só de imaginar a atitude que aquele homem poderia ter, e todo o mal que causaria a minha Anna se a tivesse em suas mãos. Mesmo tendo certeza absoluta que a pessoa que a tirou do carro não poderia ser outra se não o próprio avô, eu não sabia o que poderia esperar de um louco como ele. Sei bem que esse desaparecimento repentino de Anna, foi somente para me amedrontar e deixar claro quem realmente comandava por aqui, mas se ele imaginava que poderia me assustar ou me coagir com suas atitudes, estava muitíssimo enganado, pois para proteger a minha filha, a minha menina, eu seria capaz de absolutamente tudo, até mesmo enfrentar o meu próprio pai. Após abraçar Anna e ter a maravilhosa, porém preocupante surpresa, ao reencontra-la atrav
ArthurSaímos rapidamente do hospital para evitar expor as vidas de Eliza e Anna novamente, já bastava de sustos por hoje, agora mais do que nunca precisamos pensar muito bem antes de dar sequer um passo, porque o maldito Grecco já deixou bem claro do que é capaz de fazer para nos destruir. Eliza reencontrou sua mãe e avó, e infelizmente tivemos que trazê-las juntamente conosco, e esse nunca foi o meu objetivo, não por carregarem esse maldito sobrenome, mas pelo perigo que suas presenças acarretariam para a minha família. Durante todo o trajeto para casa vejo através do retrovisor o olhar de Eliza distante e entristecido, e não posso fingir que não sabia o real motivo, até porque eu fui o causador disso, ela estava alegre, mesmo com a duvida sobre a gravidez, mas por culpa da minha grosseria, tudo mudou. Por algum momento nossos olhares se cruzam, mas imediatamente ela o afasta, voltando-se para o movimento dos carros na avenida principal. Mantenho-me calado, até chegarmos em casa e
AndréAo ouvir vozes alteradas do lado de fora, me levanto no mesmo instante destrancando a porta, mas antes de abrir guardo por Arthur que rapidamente se aproxima, e logo em seguida à abro. E assim que coloco os pés para fora ouço algo que confesso não esperar e que me destruiu por dentro. Descobri que o babo tinha ou teve outra mulher antes de se casar com a mamma, e foi justamente a Catarine Grecco. Me aproximo, sem que percebam, e pego a fotografia que caiu no tapete felpudo, após Eliza ter derrubado um mini baú de madeira no chão. Nossas mãos se tocam, mas eu nada falo, apenas seguro a fotografia e a olho atentamente analisando cada detalhe, cada parte e fragmento daquela imagem contida num papel antigo. Viro meu olhar em direção a Arthur e retornamos para o escritório a fim de compreendermos tudo o que acabara de acontecer. Novamente fecho a porta à chave retornando ao lugar de início. Deposito a foto em cima da mesa e Arthur a observa minuciosamente dizendo:— O que pensa sobre
André Sai da casa de Arthur sem sequer olhar para os lados. Estava focado em meu objetivo, que desde o início sempre foi destruir o Victorio Grecco, e não voltaria atrás nesse pensamento de modo algum. Entro em um táxi, e sigo o meu caminho. Odiava quando isso acontecia, mas depois da tentativa de assassinato e ter meu carro destruido, era tudo o que me restava. Silencioso e pensativo sigo o meu caminho, as cartas foram lançadas e minha palavra foi dada, após concluir essa missão, desaparecerei de Palermo definitivamente sem sequer olhar para trás. Não há nada que me prenda à esse lugar, nem mesmo a minha família. Eliza já escolheu o seu destino e certamente não estou em seus planos. É duro, mas devo aceitar que pela primeira vez não alcançarei o maior dos meus objetivos, talvez o único que realmente valeu a pena em toda minha vida, ter a mulher que amo ao meu lado. Logo o que tanto desejei infelizmente tornou-se inviável e impossível de ser realizado, o que me causa muitas vezes um
André— Pronto! Quem fala? — falo impaciente— Isso é modo de tratar o teu tio André?— Donato? — sento na cama confuso com essa ligação — Eco! Eu mesmo! Pelo menos minha voz tu reconheces. — ele diz sarcástico como sempre— O que deseja Donato? Se estás à procura do babo, já adianto que ele não está. — falo áspero — Não é nada disso, André. Já soube que Marco está hospitalizado. — me surpreendo por ele está tão bem informado, pelo visto não é o mesmo imbecil de antes.— Nossa! Como os assuntos sobre nossa família chegaram até Veneza ou será Paris? Afinal Donato, onde ficava localizada a sua estadia durante esse último tempo? Ou melhor dizendo, onde esteve gastando todo o dinheiro que eu conquisto através de muito trabalho?— Que isso sobrinho! Quem o escuta imagina que sou um desocupado ou um gigolô.— Não me chame de sobrinho, pois não temos parentesco algum. O babo que sempre teve um bom coração considerando qualquer um como se fosse da família. E você durante todos esses anos nu
ElizaArthur não conseguia sequer imaginar como me feriu com suas atitudes e principalmente as palavras. Pelo visto todo aquele amor que dizia sentir acabou da noite para o dia, num estalar de dedos, mas isso já era de se esperar, pois em toda minha vida sempre me deparei com esse tipo de situações. Já estava mais do que na hora de retomar as rédeas da minha vida. Agora tenho alguém que precisa de mim e necessita da minha ajuda. Alguém pelo qual respiro, e preciso oferecer sempre o melhor de mim. Anna sempre foi a razão do meu viver, mesmo antes de saber os verdadeiros laços que nos ligavam, e hoje mais do que nunca, precisava da minha presença ao seu lado. Preciso dá um rumo na minha vida, meu ferimento já está praticamente cicatrizado e consigo caminhar vagarosamente. Abandonei tudo o que eu mais amo desde que coloquei os pés nesse lugar. Preciso voltar a ser a mulher obstinada e lutadora que sempre fui. Devo e irei erguer minha cabeça, a partir de agora voltarei a ser aquela Eliza
Me chamo Donato Santoro, e sou digamos que, um irmão postiço de Marco D'Angelis, ou seja, tio de André, Adriel e Arthur por assim dizer. Arthuzito sempre foi o meu preferido desde bambino, mas Marco com a idéia fixa de primogenitura, colocou André a frente dos negócios da família. Até que ele tem sido muito útil durante todos esses anos, pois tem pulso firme e sabe ganhar dinheiro assim como o "titio", além é claro de se esquivar sempre das autoridades de maneira sublime. Não posso negar, mas André era brilhante, e não negava o seu sangue, posso afirmar que teve a quem puxar. Porém nos últimos tempos, tive informações de que estava deixando muito a desejar por aqui, então eu que não sou bobo nem nada, decidi regressar para Palermo. Posso dizer que tenho somente uma filha de apenas dezenove anos chamada Donatella, que por sinal é a pedra, ou melhor dizendo, o diamante no meu sapato de couro egípcio. A minha princesinha nasceu por acaso, nada foi planejado, eu me relacionei com sua mã