Tempo

Amelia gritou, esperneou e tentou correr para longe, ela via mais a frente na frente do palácio o que lhe esperava. O príncipe cortaria sua cabeça na frente do palácio, a sua empregada estava parada sorrindo em sua direção enquanto ela era levada para um palco, ela serviria de atração para todos os empregos. Ninguém se importava com ela, ela era aquela que um dia andou pelos corredores com todos sorrindo e a servindo, mas agora estavam todos de cabeça baixa esperando que sua morte acontecesse.

--Por favor -- ela ainda continuava sendo arrastada pelos degraus sendo posicionada com a cabeça na madeira a cesta a sua frente fez com que seu corpo reagisse as mãos em sua barriga, ela gritou para qualquer um que estivesse à sua frente com esperança que alguém ouvisse sua voz -- estou gravida, por favor.

Tudo que pensava era em seu filho no ventre, mas já era tarde havia feito a escolha errada sua família sempre esteve certa. Se tivesse ouvido seu pai, se tivesse seguido o plano de seu pai, talvez tudo aquilo não estivesse acontecendo, talvez o rumo de sua história fosse outro, mas ali agora perto da morte só podia desejar que tudo fosse diferente, mas ela não queria uma segunda chance para viver feliz, ela queria fazer da sua vida uma vingança, vingança contra todos que estavam presentes naquele lugar, vingança por aquele que estava carregando em seu ventre que jamais veria a luz do dia, jamais andaria pelo palácio, vingança por ter ido contra seu próprio pai quando ele era o que estava a livrando de um pesadelo que agora estava vivendo. Ela fechou os olhos esperando pelo que veria a seguir, não queria olhar para mais ninguém desejando com todas as suas forças que pudesse voltar no tempo, que pudesse fazer tudo diferente e que pudesse ter por fim sua revanche que ao invés de ser traída se tornaria a quem trairia.

-- Esse não é meu filho -- sussurrou ele enquanto ria escandalosamente, todos, todos estavam traindo ela seu filho no ventre, Amélia tremia enquanto mantinha os olhos fechados, ela esperava que tudo aquilo acabasse o mais rápido possível -- é você não é minha esposa.

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-- Amélia -- a voz que gritava mexendo em seu corpo era grave ela sabia quem era mais não queria abrir os olhos, ela estava morta, não sabia porque ainda estava ouvindo aquela voz, sua cabeça havia sido cortada, todos estavam presentes encarando seu rosto, Igor havia traído sua confiança -- Amélia -- ela não queria ouvir aquela voz estava amigável, meiga, mas ela sabia que era mentira, estava no inferno seria atormentada no seu descanso pela empregada que a traiu -- Amélia -- Amélia abriu os olhos vendo o rosto de Abigail em sua frente, ela sorria em sua direção estava em sua cama voltou seu rosto para o lado vendo o vestido de casamento pendurado, ela correu para longe de Abigail quase caindo o pavor tomou conta de seu rosto enquanto colocava a mão em seu pescoço -- acalmasse, sei que está nervosa, hoje é grande dia, mas precisa se acalmar.

-- Grande dia? -- Amélia virou seu rosto para Abigail ainda estava com as mãos em seu pescoço voltou seu rosto para o vestido de noiva sua mão percorreu a barriga, mas sabia que não havia nada ali dentro, ajoelhou-se no chão ainda não entendo, já havia passado por isso, já havia dito sim no altar, Abigail correu em sua direção segurando seus ombros, ela se encolheu dando alguns passos para trás -- que grande dia?

-- Dia de seu casamento, minha senhora -- respondeu Abigail com o rosto transtornado colocando a mão na testa de Amélia, falsa era a única coisa que ela conseguia pensar -- seus pais ainda não responderam se virão ao seu casamento.

-- Não virão -- Amélia virou seu rosto para o vestido, colocou a mão em seu pescoço, ela havia ganhado uma segunda chance havia sido ouvido em suas preces, não estava aqui para cometer o mesmo erro -- eles não vem.

-- Não importa -- disse Abigail ajeitando os cabelos de Amélia,”eu estou aqui, o príncipe à espera, todos estamos aguardando este belo casamento.  Amélia levantou-se virando seu rosto para longe dela, não conseguia encarar seu rosto sem lembrar de sua risada andou até o vestido é tocou, branco com diamantes, ela sabia o que devia fazer, sabia que destino deveria seguir, ela colou a mão em sua barriga lembrando que devia ao seu filho.

-- Vou me preparar sozinha -- disse ela com mais firmeza sem olhar para Abigail que não entendia seu pedido -- pode se retirar.

Abigail não entendia a rigidez de Amélia ficou por alguns minutos parada encarando o rosto dela, mas ela continuava encarando o vestido, colocou a mão em seu pescoço lembrando novamente de tudo que havia acontecido. Abigail fez uma reverência rápida e saiu do quarto, quando a porta se fechou, ela pode cair no chão segurava o vestido com uma mão ainda não podia acreditar em sua sorte, havia voltar no tempo, tinha uma segunda chance, não para viver uma vida simples de volta para casa de volta para o seu pai, ela tirou a mão de seu vestido colocando em sua barriga, não sentia mais a batida de seu coração, estava vazio, ela tinha um novo destino e estaria pronto para se vingar de todos, cada um deles. Ela se levantou ajeitando o cabelo novamente já havia passado por isso uma vez sabia como funcionava a cerimônia, ele estaria esperando ela no salão principal, o conselheiro os quatro dariam a benção, então uma marca deve ser registrada na testa, almas gêmeas, companheiros para a vida toda, mas ela não repetiria o mesmo erro novamente. Ela se levantou enxugando as lágrimas que saiam de seu rosto, não tinha tempo para chorar, repetia a si mesma que não podia confiar em ninguém, ela estava completamente sozinha, andou até a penteadeira e começou a pentear seu cabelo fio por fio, sabia o que devia ser feito, humilharia ele, faria da sua vida um inferno até que ele fosse morto do mesmo jeito que planejava matá-la.

-- Não confie em ninguém -- sussurrou Amélia para si mesma como um mantra, -- apenas em si mesma. Ela se virou para o vestido branco olhou para o relógio estava perto, ela entraria a qualquer momento, Amélia levantou-se tirando a roupa que usava colocou o vestido em seguida, não havia alegria em seu rosto, enquanto fechava o zíper, ela não se importava em ajeitar ele em seu corpo, não prendeu o cabelo como da última vez, deixou solto. Ela se virou para porta vendo Abigail entrar com seu olhar melancólico para a sua direção, dessa vez ela não tinha o rosto triste, pois já sabia o que estava por vir.

-- Seus pais recusaram comparecer no casamento. Ela não chorou dessa vez, ela sorriu para Abigail que não havia entendido pegou no vestido andando para na direção de Abigail.

-- Temos um casamento para comparecer.

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