- Onde você está?
- Na praça, não tinha nada para fazer agora!
- Na praça sozinha, Linda! Por favor, vai para casa. É muito perigoso ficar sozinha.
- Ai, Henrique! Não pira amor...
- Não brinca comigo assim, estou preocupado. Não quero que encontrem seu corpo também!
- Tá bom! “Mas eu quero a piscina do coelhinho também”!
- Só você mesmo, consegue brincar com coisa séria! “Não tem piscina, o coelhinho tá gripado”! Agora vai para casa. Eu te amo!
- Quero ver o que irei ganhar por isso. Terá que valer a pena.
Ela desligou e colocou o telefone no bolso, escorregou no banco e deitou a cabeça no encosto olhando para o céu. Ali ela viajou um pouco nos seus pensamentos. Sua avó está muito dependente, e ela não consegue fazer muita coisa.
- Boa noite! Acho que não deveria estar aqui! É perigoso, olha quantas meninas em poucos meses.
- Não acho que queiram perder tempo comigo!
- Mesmo? Você tem quase todo
- Quando que você falou com a Linda? - Faz uns dois dias, ela estava muito abalada, mas estava bem. Deixei-a com a vovó e a Maggy. - E não me falou nada, Fê? Ela não está em casa desde ontem e não atende o telefone. O Gui e eu já a procuramos em todos os cantos da cidade, e o Henrique já acionou todos os policiais das cidades vizinhas. A vovó não tem ideia que a Linda sumiu. Como iremos explicar isso para ela? - O papai está lá caso alguém ligue. - Isso eu sei, Fernanda, eu estava junto quando ele disse que iria para lá. Mãe, conseguiu falar com o cara aquele? - Olha o respeito, menino, ele é juiz. E não, ainda não consegui, ele está viajando com a família. O que deu nessa menina, tão ajuizada, some assim. Tomara que não tenha acontecido nada com ela. - Mãe, agora não é hora, não aconteceu, a Melinda sabe se defender. - Filipe, a mamãe está certa, ela pode... - Chega! Não vamos mais falar sobre isso agora. Meu filho lig
- Bom dia, vovó! Já tomou café? - Já, filha! Bom dia! Que horas ele chega? - Não sei, velhinha, não falei isso com ele. Depois do café eu vejo! - Vocês irão casar quando? Melinda saiu correndo da cozinha. - Está ficando gagá, vovó? Quem falou em casar? - No meu tempo era assim. Namorava-se para casar! Na sua idade eu já era casada e tinha seu tio... - Nossa vovó, parabéns! Imagina quantos maridos eu teria hoje... - Filha! – A vovó falou em tom de advertência. - Vovó! - Melinda replicou no mesmo tom. - Não gosto quando você brinca assim! E o filho do Jacques é um menino direito, não pode iludir ele, querida! - Não estou iludindo, só ainda não falamos nisso! Vou terminar meu café e ligar para ele... O telefone tocou e Melinda atendeu. - Oi, docinho! - Você está bem prima? - Sim, o que aconteceu? - Outra menina desapareceu... - Eeee? - Você che
Melinda levantou com a maior bagunça na sala. Fernanda falava alto e rápido, já Filipe pulava feito criança na frente da avó. - Gente, o que aconteceu? Sumiu mais alguém? - Não, montaram um parque no terreno ao lado da praia, vamos na roda gigante, Linda, vamos? - Gente, Fê, convida o David, eu não gosto de roda gigante, aquilo parece que vai cair. - Essa menina tem muito que aprender, ela não gosta de nada. - Vovó, eu gosto de café! Vou tomar café e nos encontramos no final da tarde. Vou ligar para o Rique ir junto conosco. Os dois saíram e a vovó Sarah ficou enchendo Melinda de conselhos, como fazer isso, como fazer aquilo... Hoje foi o dia que Melinda aproveitou para ficar um pouco em casa. Chegou o horário que eles haviam combinado e ela estava esperando por eles sentada no banco da praça. Ela sentiu algo estranho, um frio no estômago, virou rápido para trás, mas não viu nada. Gui foi o primeiro a chegar. - O que foi?
Melinda caminhava na calçada que contornava a praça, estava cansada, já era final da tarde e seu carro havia estragado, por não ser muito longe de onde mora, ela resolveu deixar o carro onde estava e m****r arrumar no outro dia. Pensava em como ela faria para ir trabalhar no outro dia, pois Filipe estava viajando e ela também achava dinheiro posto fora pegar um táxi, e ônibus ali? Envolta com milhões de ideias não notou a aproximação do desconhecido rapaz que já havia a seguido outras vezes, o mesmo que abordara seus amigos algumas vezes. Ela levou um susto quando ele alinhou seu corpo ao dela, se fazendo visível ao seu lado. Nem conseguiram se cumprimentar quando Neitan os abordou, com um olhar fulminante para o rapaz, fez com que ele se afastasse de Melinda. - O que foi isso? Correu o pobre rapaz. - Você nem o conhece. Ele poderia ser um problema para você! Quase não vejo mais você por aqui. - Estou trabalhando muito, ainda mais agora que o meu tio está lar
- Gente, acharam mais duas meninas, ou melhor, os corpos. O Kris falou que estavam da mesma forma que os outros, drenados. Desta vez ele não me mandou as fotos. Eles estão tentando manter sigilo desta vez, acham que se divulgarem tornará as investigações mais difíceis. - Mais? Eles ainda não têm nada! Ou tem alguma coisa? - Por que, Henrique? Interessou-se no assunto agora? - Não enche, Filipe? Só queria saber como o Kris que é, bom esquece, irão dizer que é ciúmes da Linda. - O que tem eu, Rique? - Melinda chegou e se juntou a eles. - Nada, Lindinha, o Fil está incomodando o Rique por causa do Kris. Já soube, né? - Sim, Docinho. Tadinhas das meninas, suas vidas interrompidas de uma forma tão estupida e brutal. - Você viu? Ele deixou você ver? - Ele não deixou vocês verem? - Viu como não é ciúme? Ele faz qualquer coisa para ter atenção dela. - Não concordo, amor, mas acho que devemos aproveitar que estam
- Irá ficar? - Sim, mas pode fechar tudo, eu não sairei daqui! Ainda tenho algumas planilhas para atualizar... - Boa noite, prima! - Boa noite, Fil! Encosta a minha porta, por favor! Melinda ficou no escritório, pois participou de uma reunião com alguns investidores até o horário do almoço, acabou atrasando seu trabalho... Ela girou sua cadeira e ficou olhando o mar. Ficou um tempo contemplando o reflexo da Lua, admirando a beleza do lugar. - Lindo mesmo! Ela virou rápido. - Como entrou aqui? Está tudo trancado! - Nada que meu charme não resolva. - Acho que não poderei te dar atenção, tenho tanto o que fazer... - Só olhar para você já é suficiente, parece que a Lua perde seu brilho! Você rouba ele com seu maravilhoso sorriso... Ela olhou para ele sem graça, coisa que é difícil de acontecer. - Obrigada. Agora seja sincero o que quer de mim! Acho legal você me cortejar, passarmos um tempo j
- Acorda, querida, precisa tomar seu remédio. - Bom dia, tia! Onde o Rique está? - Desculpe, bom dia. Ele foi ver um problema não sei onde com o David e não quis acordá-la. Ele pediu para eu apenas dar seu remédio. Está há dois dias sem comer direito, quer que eu traga algo diferente para tomar café? - Não, tia, obrigada. Acho que irei pedir para alguém me buscar. Preciso ver a vovó. - Não acho uma boa ideia, se vocês não querem que ela saiba que estava doente... Acho que seus tios estão cuidando bem dela. Deixa-me ver isso como está. - Eu sei... AI! - Desculpe. - Eu sei que estão cuidando dela. - Ainda está feio. - Mas eu preciso vê-la. - Eu acho bom que fique aqui, mas não posso segurá-la. Só peço que espere o Henrique chegar, senão ele ficará bravo comigo, conheço o filho que tenho. Deixa-me limpar direitinho aqui... Como não sentiu quando aconteceu isso e não viu o bicho que picou aqui? Ainda mais es
- Bom dia, Lindinha! - Fil? Bom dia! O que faz aqui há essa hora? - Preciso de você! - Tá, deita comigo, o que aconteceu? - O Gui pediu um tempo! Três anos... Um tempo, para que? - Espera! Que isso? Não coloca as coisas na minha boca assim! - É bala de canela, trouxe para nós! - Que é de canela eu percebi, não enfia as coisas assim na boca das pessoas! Não perdeu essa mania ainda? - O que eu faço? - A pergunta é, o que eu fiz? Depois de achar a resposta se não for satisfatória, faça a anterior! - Eu não fiz nada. Fala com ele! - Não, agora não é hora, é madrugada! Onde estavam? - O Gui quis ir em uma festa, e do nada ele me pegou pelo braço e me tirou da festa, me trouxe para casa e pediu um tempo... Sem explicação nenhuma!