Melinda levantou com a maior bagunça na sala. Fernanda falava alto e rápido, já Filipe pulava feito criança na frente da avó.
- Gente, o que aconteceu? Sumiu mais alguém?
- Não, montaram um parque no terreno ao lado da praia, vamos na roda gigante, Linda, vamos?
- Gente, Fê, convida o David, eu não gosto de roda gigante, aquilo parece que vai cair.
- Essa menina tem muito que aprender, ela não gosta de nada.
- Vovó, eu gosto de café! Vou tomar café e nos encontramos no final da tarde. Vou ligar para o Rique ir junto conosco.
Os dois saíram e a vovó Sarah ficou enchendo Melinda de conselhos, como fazer isso, como fazer aquilo... Hoje foi o dia que Melinda aproveitou para ficar um pouco em casa. Chegou o horário que eles haviam combinado e ela estava esperando por eles sentada no banco da praça. Ela sentiu algo estranho, um frio no estômago, virou rápido para trás, mas não viu nada. Gui foi o primeiro a chegar.
- O que foi?
Melinda caminhava na calçada que contornava a praça, estava cansada, já era final da tarde e seu carro havia estragado, por não ser muito longe de onde mora, ela resolveu deixar o carro onde estava e m****r arrumar no outro dia. Pensava em como ela faria para ir trabalhar no outro dia, pois Filipe estava viajando e ela também achava dinheiro posto fora pegar um táxi, e ônibus ali? Envolta com milhões de ideias não notou a aproximação do desconhecido rapaz que já havia a seguido outras vezes, o mesmo que abordara seus amigos algumas vezes. Ela levou um susto quando ele alinhou seu corpo ao dela, se fazendo visível ao seu lado. Nem conseguiram se cumprimentar quando Neitan os abordou, com um olhar fulminante para o rapaz, fez com que ele se afastasse de Melinda. - O que foi isso? Correu o pobre rapaz. - Você nem o conhece. Ele poderia ser um problema para você! Quase não vejo mais você por aqui. - Estou trabalhando muito, ainda mais agora que o meu tio está lar
- Gente, acharam mais duas meninas, ou melhor, os corpos. O Kris falou que estavam da mesma forma que os outros, drenados. Desta vez ele não me mandou as fotos. Eles estão tentando manter sigilo desta vez, acham que se divulgarem tornará as investigações mais difíceis. - Mais? Eles ainda não têm nada! Ou tem alguma coisa? - Por que, Henrique? Interessou-se no assunto agora? - Não enche, Filipe? Só queria saber como o Kris que é, bom esquece, irão dizer que é ciúmes da Linda. - O que tem eu, Rique? - Melinda chegou e se juntou a eles. - Nada, Lindinha, o Fil está incomodando o Rique por causa do Kris. Já soube, né? - Sim, Docinho. Tadinhas das meninas, suas vidas interrompidas de uma forma tão estupida e brutal. - Você viu? Ele deixou você ver? - Ele não deixou vocês verem? - Viu como não é ciúme? Ele faz qualquer coisa para ter atenção dela. - Não concordo, amor, mas acho que devemos aproveitar que estam
- Irá ficar? - Sim, mas pode fechar tudo, eu não sairei daqui! Ainda tenho algumas planilhas para atualizar... - Boa noite, prima! - Boa noite, Fil! Encosta a minha porta, por favor! Melinda ficou no escritório, pois participou de uma reunião com alguns investidores até o horário do almoço, acabou atrasando seu trabalho... Ela girou sua cadeira e ficou olhando o mar. Ficou um tempo contemplando o reflexo da Lua, admirando a beleza do lugar. - Lindo mesmo! Ela virou rápido. - Como entrou aqui? Está tudo trancado! - Nada que meu charme não resolva. - Acho que não poderei te dar atenção, tenho tanto o que fazer... - Só olhar para você já é suficiente, parece que a Lua perde seu brilho! Você rouba ele com seu maravilhoso sorriso... Ela olhou para ele sem graça, coisa que é difícil de acontecer. - Obrigada. Agora seja sincero o que quer de mim! Acho legal você me cortejar, passarmos um tempo j
- Acorda, querida, precisa tomar seu remédio. - Bom dia, tia! Onde o Rique está? - Desculpe, bom dia. Ele foi ver um problema não sei onde com o David e não quis acordá-la. Ele pediu para eu apenas dar seu remédio. Está há dois dias sem comer direito, quer que eu traga algo diferente para tomar café? - Não, tia, obrigada. Acho que irei pedir para alguém me buscar. Preciso ver a vovó. - Não acho uma boa ideia, se vocês não querem que ela saiba que estava doente... Acho que seus tios estão cuidando bem dela. Deixa-me ver isso como está. - Eu sei... AI! - Desculpe. - Eu sei que estão cuidando dela. - Ainda está feio. - Mas eu preciso vê-la. - Eu acho bom que fique aqui, mas não posso segurá-la. Só peço que espere o Henrique chegar, senão ele ficará bravo comigo, conheço o filho que tenho. Deixa-me limpar direitinho aqui... Como não sentiu quando aconteceu isso e não viu o bicho que picou aqui? Ainda mais es
- Bom dia, Lindinha! - Fil? Bom dia! O que faz aqui há essa hora? - Preciso de você! - Tá, deita comigo, o que aconteceu? - O Gui pediu um tempo! Três anos... Um tempo, para que? - Espera! Que isso? Não coloca as coisas na minha boca assim! - É bala de canela, trouxe para nós! - Que é de canela eu percebi, não enfia as coisas assim na boca das pessoas! Não perdeu essa mania ainda? - O que eu faço? - A pergunta é, o que eu fiz? Depois de achar a resposta se não for satisfatória, faça a anterior! - Eu não fiz nada. Fala com ele! - Não, agora não é hora, é madrugada! Onde estavam? - O Gui quis ir em uma festa, e do nada ele me pegou pelo braço e me tirou da festa, me trouxe para casa e pediu um tempo... Sem explicação nenhuma!
- Corre, Fê! - Credo, Linda, de onde tira tanta disposição de manhã? - Amor! - Credo... Eu te amo, prima, mas não aguento mais, corre sozinha. Melinda virou de frente para a prima que estava mais atrás e continuou correndo de costas olhando para Fernanda. Não foi muito longe, foi interrompida. Sentiu duas mãos segurando seus ombros. - Vai cair e se machucar. Ela virou, sorriu e abraçou-se no pescoço de Kris. - Quando voltou? - Ontem. Cheguei ao final da noite. Oi Fê... Vamos tomar alguma coisa? - Vamos, a Docinho já estava parando mesmo. - Essa louca não tem o que fazer e sai para correr essa hora... Pior que me convence a vir junto. Como soube que estávamos aqui? - Sou inspetor de polícia! - Como foi lá? Conseguiu descobrir alguma coisa? - Ai, Lindinha, eu não posso falar desta vez. - Tudo bem! Vamos ficar aqui na praia, você busca para nós? - Trago os mesmos suco
- Por quê? - Eu já falei, Henrique, agora não dá! Um cliente cancelou o contrato, a multa dele não chega nem na metade da folha de pagamento. - Eu faço um empréstimo para vocês! - Sério, Henrique? Pare o carro! - Que? Está louca, é tarde! - Pare ou eu desço com ele andando. - Eu sei que irei me arrepender depois. Linda, não faça nada de cabeça quente. Eu te levo em casa... - Tchau, Henrique. Eu não preciso do seu dinheiro! Henrique desceu e foi atrás dela. - Melinda, me desculpe, eu não quis te ofender, amor! - Vocês sempre tiveram essa visão, a pobre nerd que caiu de paraquedas no ensino médio com doze anos, fui a primeira da classe em todos os anos, criada pela avó, porque seus pais morreram, podemos humilhá-la o quanto quisermos. Agora que voltei acham que podem continuar... Não, Henrique! Não podem e não irão! - Eu nunca humilhei você, sempre gostei muito de você! - Por isso que namor
Melinda, um ser cheio de muita beleza, não somente exterior, mas uma beleza interior quase indescritível. Com um coração puro que toda maldade que passa em sua mente não são mais que meros pensamentos, não consegue nem beber e dirigir. Sua vida não foi perfeita, seu ideal era crescer em uma casinha branca com um jardim cheio de flores coloridas, casar e ter filhos, ele amava Henrique desde a primeira vez que o viu sentado na quadra de basquete. Também foi a primeira vergonha que ela passou no colegial. Foi a primeira vez que foi consolada no banheiro por sua verdadeira e única amiga, Katy. Katy foi uma das vítimas fatais de um acidente em que Guilherme dirigia bêbado, além de Katy, outros dois jovens também morreram, ficando somente Gui e Linda vivos. O processo de Guilherme nunca rolou, seus pais conseguiram apagar tudo de seu registro. Mas não do coração de Melinda. - Desculpa, senhor, assim não dá, esse valor é abaixo do mercado. O senhor acha que encontrará outra empresa