- Gente, acharam mais duas meninas, ou melhor, os corpos. O Kris falou que estavam da mesma forma que os outros, drenados. Desta vez ele não me mandou as fotos. Eles estão tentando manter sigilo desta vez, acham que se divulgarem tornará as investigações mais difíceis.
- Mais? Eles ainda não têm nada! Ou tem alguma coisa?
- Por que, Henrique? Interessou-se no assunto agora?
- Não enche, Filipe? Só queria saber como o Kris que é, bom esquece, irão dizer que é ciúmes da Linda.
- O que tem eu, Rique? - Melinda chegou e se juntou a eles.
- Nada, Lindinha, o Fil está incomodando o Rique por causa do Kris. Já soube, né?
- Sim, Docinho. Tadinhas das meninas, suas vidas interrompidas de uma forma tão estupida e brutal.
- Você viu? Ele deixou você ver?
- Ele não deixou vocês verem?
- Viu como não é ciúme? Ele faz qualquer coisa para ter atenção dela.
- Não concordo, amor, mas acho que devemos aproveitar que estam
- Irá ficar? - Sim, mas pode fechar tudo, eu não sairei daqui! Ainda tenho algumas planilhas para atualizar... - Boa noite, prima! - Boa noite, Fil! Encosta a minha porta, por favor! Melinda ficou no escritório, pois participou de uma reunião com alguns investidores até o horário do almoço, acabou atrasando seu trabalho... Ela girou sua cadeira e ficou olhando o mar. Ficou um tempo contemplando o reflexo da Lua, admirando a beleza do lugar. - Lindo mesmo! Ela virou rápido. - Como entrou aqui? Está tudo trancado! - Nada que meu charme não resolva. - Acho que não poderei te dar atenção, tenho tanto o que fazer... - Só olhar para você já é suficiente, parece que a Lua perde seu brilho! Você rouba ele com seu maravilhoso sorriso... Ela olhou para ele sem graça, coisa que é difícil de acontecer. - Obrigada. Agora seja sincero o que quer de mim! Acho legal você me cortejar, passarmos um tempo j
- Acorda, querida, precisa tomar seu remédio. - Bom dia, tia! Onde o Rique está? - Desculpe, bom dia. Ele foi ver um problema não sei onde com o David e não quis acordá-la. Ele pediu para eu apenas dar seu remédio. Está há dois dias sem comer direito, quer que eu traga algo diferente para tomar café? - Não, tia, obrigada. Acho que irei pedir para alguém me buscar. Preciso ver a vovó. - Não acho uma boa ideia, se vocês não querem que ela saiba que estava doente... Acho que seus tios estão cuidando bem dela. Deixa-me ver isso como está. - Eu sei... AI! - Desculpe. - Eu sei que estão cuidando dela. - Ainda está feio. - Mas eu preciso vê-la. - Eu acho bom que fique aqui, mas não posso segurá-la. Só peço que espere o Henrique chegar, senão ele ficará bravo comigo, conheço o filho que tenho. Deixa-me limpar direitinho aqui... Como não sentiu quando aconteceu isso e não viu o bicho que picou aqui? Ainda mais es
- Bom dia, Lindinha! - Fil? Bom dia! O que faz aqui há essa hora? - Preciso de você! - Tá, deita comigo, o que aconteceu? - O Gui pediu um tempo! Três anos... Um tempo, para que? - Espera! Que isso? Não coloca as coisas na minha boca assim! - É bala de canela, trouxe para nós! - Que é de canela eu percebi, não enfia as coisas assim na boca das pessoas! Não perdeu essa mania ainda? - O que eu faço? - A pergunta é, o que eu fiz? Depois de achar a resposta se não for satisfatória, faça a anterior! - Eu não fiz nada. Fala com ele! - Não, agora não é hora, é madrugada! Onde estavam? - O Gui quis ir em uma festa, e do nada ele me pegou pelo braço e me tirou da festa, me trouxe para casa e pediu um tempo... Sem explicação nenhuma!
- Corre, Fê! - Credo, Linda, de onde tira tanta disposição de manhã? - Amor! - Credo... Eu te amo, prima, mas não aguento mais, corre sozinha. Melinda virou de frente para a prima que estava mais atrás e continuou correndo de costas olhando para Fernanda. Não foi muito longe, foi interrompida. Sentiu duas mãos segurando seus ombros. - Vai cair e se machucar. Ela virou, sorriu e abraçou-se no pescoço de Kris. - Quando voltou? - Ontem. Cheguei ao final da noite. Oi Fê... Vamos tomar alguma coisa? - Vamos, a Docinho já estava parando mesmo. - Essa louca não tem o que fazer e sai para correr essa hora... Pior que me convence a vir junto. Como soube que estávamos aqui? - Sou inspetor de polícia! - Como foi lá? Conseguiu descobrir alguma coisa? - Ai, Lindinha, eu não posso falar desta vez. - Tudo bem! Vamos ficar aqui na praia, você busca para nós? - Trago os mesmos suco
- Por quê? - Eu já falei, Henrique, agora não dá! Um cliente cancelou o contrato, a multa dele não chega nem na metade da folha de pagamento. - Eu faço um empréstimo para vocês! - Sério, Henrique? Pare o carro! - Que? Está louca, é tarde! - Pare ou eu desço com ele andando. - Eu sei que irei me arrepender depois. Linda, não faça nada de cabeça quente. Eu te levo em casa... - Tchau, Henrique. Eu não preciso do seu dinheiro! Henrique desceu e foi atrás dela. - Melinda, me desculpe, eu não quis te ofender, amor! - Vocês sempre tiveram essa visão, a pobre nerd que caiu de paraquedas no ensino médio com doze anos, fui a primeira da classe em todos os anos, criada pela avó, porque seus pais morreram, podemos humilhá-la o quanto quisermos. Agora que voltei acham que podem continuar... Não, Henrique! Não podem e não irão! - Eu nunca humilhei você, sempre gostei muito de você! - Por isso que namor
Melinda, um ser cheio de muita beleza, não somente exterior, mas uma beleza interior quase indescritível. Com um coração puro que toda maldade que passa em sua mente não são mais que meros pensamentos, não consegue nem beber e dirigir. Sua vida não foi perfeita, seu ideal era crescer em uma casinha branca com um jardim cheio de flores coloridas, casar e ter filhos, ele amava Henrique desde a primeira vez que o viu sentado na quadra de basquete. Também foi a primeira vergonha que ela passou no colegial. Foi a primeira vez que foi consolada no banheiro por sua verdadeira e única amiga, Katy. Katy foi uma das vítimas fatais de um acidente em que Guilherme dirigia bêbado, além de Katy, outros dois jovens também morreram, ficando somente Gui e Linda vivos. O processo de Guilherme nunca rolou, seus pais conseguiram apagar tudo de seu registro. Mas não do coração de Melinda. - Desculpa, senhor, assim não dá, esse valor é abaixo do mercado. O senhor acha que encontrará outra empresa
- Vai ir como? - De carro, acho que consigo dirigir por três horas sem dormir na estrada. - Isso eu sei, quero saber como irá vestida, seu pescoço está estranho de novo. Parou de tomar seu remédio? - Parei, mas acho que não tem haver uma coisa com a outra. Mas respondendo sua curiosidade, Fil. Irei com um vestido azul com gola alta. Não preciso estar tão bem apresentável, estou indo por obrigação, era só uma colega de faculdade, nem éramos tão amigas. - Vai levar seu encosto? - Não, o Henrique não poderá ir, disse que tem compromisso. - Não gosto da ideia de ir e voltar durante a noite. Mesmo que não beba, acho perigoso. - Fil, querido, eu sei me cuidar, mandei revisar meu carro. - Posso ir junto? Melinda olhou para seu primo com todo carinho para dizer não, mas de repente mudou de ideia. - Se me prometer que não irá beber e nem dar em cima dos meninos pode. - Imagina eu dar em cima dos men
- Bom dia, Lindinha! - Aiii, bom dia! Amor, o que é isso? - Café, vem comigo! - Sabe que tenho que trabalhar, né? - Sei, amor! Pode sentar aqui sem falar de trabalho um pouquinho. - Já vou! - Que horas irá voltar? - Sem falar de trabalho... - Quando iremos para o Havaí? Quero comprar nossas passagens e reservar um quarto no hotel. - Vou ver hoje na reunião. Vou tentar tirar uns dias! - Quem foi? - Quem foi o que, Henrique? - Quem foi seu outro homem? - Que assunto é esse? E agora? Você não conhece, era da faculdade! - Quem? Quando? - Você não conhece, Henrique. Eu cheguei desorientada em Miami depois que você terminou comigo para ficar com... Bom deixa assim! Ele me viu, sentamos, bebemos e... Acabou rolando, ficamos três anos juntos até ele ser transferido para Nova York e eu decidi não ir junto... Ele era meu professor de economia, solteiro, sem filhos. -