**Felipe (narrando)**Após Manu dizer que iria ficar comigo, a felicidade explodiu dentro de mim. Dormimos agarrados.Eu nunca fui de assumir alguma mulher, nunca fui de demonstrar meus sentimentos a ninguém. Mas sabia que essa menina era diferente, e que tudo o que aconteceu não era comum. No começo, trouxe Manuela para casa por pena e obrigação, mas agora tudo mudou dentro de mim. Eu estava... estava gostando dela.Acordei cedo, pois tinha que resolver muitos problemas na biqueira. Um cara estava causando problemas para o meu morro, e eu iria resolver essa situação de uma vez por todas.Me levantei devagar para não acordar Manu. Ela estava dormindo tão linda.Tomei banho, vesti uma camisa polo da Lacoste e uma bermuda tactel. Como sempre, atravessei o fuzil nas costas e coloquei minha pistola na cintura.Desci e me deparei com Flávia acordada, toda arrumada, tomando café.— Vai para onde? — perguntei.— Bom dia para você também, maninho. — falou de forma irônica.— Bom dia. Agora, r
**Beatriz narrando:** Uma atitude desesperadora. Isso define o momento em que menti para Felipe, dizendo que o filho é dele. Se ele descobrir que isso é mentira, estou morta, principalmente porque o filho é do próprio primo dele. Galego irá me fazer pagar caro por negar a paternidade ao próprio filho. Ele odeia o primo por ter o que ele nunca pôde ter, e agora o filho dele também será do primo. O futuro é incerto. Só sei que vou encontrar um jeito de fugir antes que meu filho nasça. Pelo menos nesse meio tempo, vou conseguir me sustentar, comer bem, pagar minhas contas e juntar dinheiro para fugir desse morro, para bem longe. Me sentei no sofá, esperando o horário de ir pegar dinheiro lá na boca. Agora, sim, minha vida ia se resolver. Pensei em tirar o bebê, mas essa não parece ser a melhor solução; posso me arrepender disso um dia. Ouvi batidas no meu portão e fui abrir devagar, com esse calorão infernal. Abri e dei de cara com Galego, que me olhava com ódio. Ele me deu um puxão
**Manuela narrando:**O dia passou arrastado, minha barriga parecia um peso insuportável. Enjôos, dificuldades para andar e todas as outras chateações da gravidez me acompanhavam. Minha visão de vida, desde que vim morar aqui, passou por uma transformação completa. Claro, eu não poderia mudar minha essência da noite para o dia, mas meu coração parecia mais leve. Tudo era diferente, muito distante do lugar onde fui criada. Aqui, sentia que poderia conquistar o que sempre desejei: uma família.— Manu, vou ao supermercado. Se precisar de algo, é só me ligar. — Nanda disse.— Claro, Nanda. - sorri. — A Flávia já chegou?— Ainda não.Após a despedida, Nanda partiu para o mercado, deixando-me sozinha novamente.Sem muitas opções interessantes, decidi ligar a TV e assistir a um episódio de Bob Esponja. A verdade é que ainda me divirto muito assistindo desenhos. Não consigo me sentir totalmente adulta.Horas se passaram, e Nanda retornou do mercado, reabasteceu a despensa, finalizou suas taref
**Felipe narrando**Eu não imaginava que Manu iria reagir tão bem. Quer dizer, não tão bem, porque ninguém iria aceitar isso de boa, mas a maturidade que ela teve em entender a minha situação.— Mano, que situação complicada! — PL falou. — Você teve que engravidar logo essa mulher, que azar.— Eu estou perdido e com raiva. — coloquei a mão na cabeça.— E a patricinha? Como reagiu a isso?— Ela compreendeu a situação... E ela não é mais a "patricinha", é quase a minha mulher agora.— Ui. — riu. — Quem diria, hein, ladrão!— Deixa de brincadeiras, cara.— Tá. Mas será que essa criança é realmente seu filho?— Não sei, creio que... Ah, sei lá, teve uma vez que fiquei com ela sem proteção. Mas eu dei o remédio, e ela tomou na minha frente.— Caramba, você é lerdo! Primeiro engravida uma, depois outra é trouxa mesmo.— Se ela está falando a verdade, vamos saber com o tempo. Vou fazer o exame quando ela completar três meses.— Isso aí mesmo, por isso que sempre me protejo para que a Juliana
ManuTrês meses se passaram... De fato, o tempo passou tão rápido e eu já estou com uns quatro meses de gestação.Sou mimada demais por Felipe, Flávia e Nanda. Não posso comer aquilo, não posso fazer isso... É um saco! Mas pelo menos me sinto amada como jamais fui; hoje eu tenho uma família.— Amor, eu já falei que não é saudável comer salgadinho de manhã.— Felipe, não enche, toda hora você me regula, pô.— Ai, bravinha. — Ele me fez cócegas e eu sorri.Ficamos assistindo TV enquanto eu comia meu salgadinho parecendo uma esfomeada. Tinha marcado de ir ao shopping mais tarde com Flávia; iríamos começar a montar o enxoval do bebê.Mês que vem, eu iria descobrir o sexo, então não comprei muitas coisas.Felipe estava tranquilo ao meu lado, deitado sobre minhas pernas, quando recebeu uma ligação, parecia que de PL.— Eu tenho que ir ali.— O que foi? Aconteceu algo grave?— Não, não. Eu volto pro jantar, princesa. — Ele me deu um selinho e saiu.Pela expressão facial de Felipe, era sim al
— Chefe, o tal informante chegou com uma mina.— O cara trouxe uma garota? — arquiei as sobrancelhas.— Sim, trouxe.— Beleza, manda entrar!Satisfação, eu me chamo Leonardo, mas sou conhecido como Caveira. Sou o dono de um dos morros mais cobiçados e invejados do Rio de Janeiro; acima do meu morro, só o Vidigal. E é por isso mesmo e por outras coisas que tenho ódio do Fp.Galego entrou no meu escritório com uma garota loira de cabelos cacheados. Eu me sentei e o observei até que resolvi quebrar o silêncio.— Qual foi, Galego... Demorou a aparecer.— Foi mal, Caveira, é que eu tinha umas pendências pra resolver lá no Vidigal... Mas agora eu cheguei.— Hum. — falei observando a garota, ela era muito gostosinha, e minha mente maligna já planejava coisas com ela.— Tipo assim vei, eu vim pra ficar.— Ficar? — me levantei. — Como assim, fio, você é meu informante lá, que parada é essa?— Não sou seu informante, e sim seu aliado, é diferente. E mesmo eu lá não ia adiantar porra de nada se
Manuela narrandoVim para consulta com Flávia já que Felipe não pôde vir. Ele estava muito estressado, e aqui por perto da clínica onde estou fazendo meu pré-natal está ocorrendo muito policiamento ultimamente, não quero pôr a liberdade do homem que amo em risco.— Vamos logo, Flávia. — revirei os olhos.— Calma, tô passando meu gloss.— Aff.Enquanto Flávia se arrumava, fiquei brincando com o cachorro de Felipe, eu não gostava de animais, mas Brad era até legal.Mais uns minutos e eu iria me atrasar, já que a consulta é com horário marcado. Flávia demora um século para se aprontar, é pior que eu quando era esnobe, as coisas mudam né.Chamei Vt, que era o cara que eu mais confiava aqui, e ele nos levou à clínica.— Valeu, Vt. — sorri.— Nada, patroa. Qualquer coisa é só chamar. — ele sorriu de lado e foi embora.Entramos e ficamos aguardando o horário.— Menina, aquele Vt é um gatinho! Eu pegava. — Flávia mordeu os lábios.— Tu não deixa passar um, hein, meu Deus.— Ham, vai me dizer
Felipe narrando:Eu estava uma pilha. Não só pelo fato da guerra em si, mas porque não quero ter o fim que nem o de meu pai. Não quero e não vou ter. Estou aqui para honrar o que meu pai construiu.Me irritava muito pensar que aquele desgraçado sem escrúpulos do Galego era meu "primo". Ele é igualzinho a meu falecido tio. De fato, sei que por meu tio ser o irmão mais velho, ele deveria ser o dono do Vidigal, mas infelizmente, por atitudes erradas dele, isso não aconteceu. Deve ser por isso que Galego me odeia, mas eu nunca fui culpado de absolutamente nada.— Não fica assim, você sabe que nós vamos conseguir. — PL falou.— Eu estou desanimado. — falei impaciente, rodando de um lado para o outro da sala.— Sei disso, mas pensa que agora você vai ter um filho. Uma razão mais forte ainda para lutar.— E vou. Vou lutar pelo meu morro! — disse decidido.PL era sempre quem me dava força. Ele é filho da minha tia, também irmã de meu pai.O dia foi passando devagar. Eu ouvia uma música que pa