Nial passou por mim pela sala me metralhando com os olhos, mas não de uma forma ameaçadora, e sim de um jeito que parecia curioso em saber se eu realmente fiz aquilo. Ao mesmo tempo que me senti uma idiota vingada, ele me fez sentir como se eu tivesse o traído. Nial me fez sentir isso, como? Ele não tinha direito nenhum de me olhar com aqueles olhos atraiçoados.Atraída pela sensação de ter que me explicar, meus pés o seguiram. Caminhei atrás dele até a sala de jantar. Antes que eu sequer abrisse a boca, Amanda apareceu vindo da área da piscina. Assim que ela coloca os olhos em mim, um sorriso malicioso surge em seus lábios.— Passou a noite fora mesmo? — Perguntou ela diretamente.Levei meus olhos até Nial, ele parecia focado em tirar as xícaras de cima da mesa.— Sim.Amanda deu gritinhos e pulinhos vindo na minha direção, como se fôssemos adolescentes que acabaram de perder a virgindade.— Caramba! Fico feliz que tenha finalmente desencalhado. — Falou ela me balançando de um lado p
Sai do quarto quando tive certeza que todos já haviam saído. Suspirei quando percebi o silêncio total na casa, apenas sons de passarinhos no chafariz do jardim da minha mãe e o vento movimentando as folhas no chão enquanto o céu se tornava nublado aos poucos. Eu precisava daquilo. Não ousei ligar o computador novamente, depois do que aconteceu com o Nial eu senti minhas ideias sendo enterradas cada vez mais fundo na minha cabeça. Almocei em silêncio, comendo como se a comida estivesse sem gosto, mas esse não era o problema. Eu ainda tinha as palavras do Nial martelando na minha cabeça. Terminar tudo com a Amanda para ficar comigo. Minha adolescente que sofreu bullying pela própria irmã se sentiu vingada, mas a adulta que sentia paixão pelo noivo da irmã sentiu enjoo. Não era justo com a Amanda apesar de tudo que ela fez. O casamento seria daqui há alguns poucos dias, e ela estava planejando tudo como sempre sonhou. Definitivamente eu não tinha o direito de me meter no relacionament
Eu queria falar tantas coisas, mas só conseguia beijá-lo. Nem mesmo minha cabeça que doía antes só de imaginar essa situação, estava completamente quieta, focada em aproveitar dos lábios dele nesse pouco tempo que parecia uma eternidade. Os lábios dele tinha o mesmo gosto que eu me lembrava. Nial passou os braços ao redor da minha cintura e me pressionou fortemente contra seu peito, talvez para me mostrar o quanto desejava aquilo também. Passei meus braços ao redor do pescoço dele, o trazendo para mais perto. O beijo era selvagem, mas ao mesmo tempo, cheio de saudade e outros sentimentos misturados. Céus, que lábios. Que homem. Que sensação maravilhosa. Nial impulsionou meu corpo para cima, eu passei rapidamente minhas pernas ao redor da cintura dele. Ele caminhou comigo de forma desgovernada até meu corpo colidir com a parede. Senti seu pau roçar de forma rígida minha intimidade. Parecia tão duro que doía. Grunhi com a sensação. Nial apertava minhas coxas com forca, talvez amanh
Liam ainda me encarava da porta, com uma sacola na mão e um sorriso doce. — Deixei a Sofi na avó, fiquei muito preocupado com você. — Ele diz, mas eu não respondo. — Trouxe café da manhã para você.— Obrigada.Seus olhos descem, mais especificamente para a camisa cujo eu usava. Seu cenho franze. — Pensei que sua família tivesse ido a cidade vizinha. Você ta acompanhada?— Não, não. — Balanço a cabeça. Liam olha para dentro de casa.— Quem está aí com você?Ele invade a casa antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, mas para imediatamente quando ver Nial se aproximando. Ele olha para mim com as sobrancelhas juntas, enquanto eu balanço a cabeça. Parecia estar em choque. Era inegável, Nial usava apenas uma cueca enquanto eu estava com sua camisa. Ambos sozinhos. Liam passa por mim batendo meu ombro em seu braço. Eu corro atrás dele, segurando seu pulso, mas nem por isso ele parou de andar. — Liam, me escuta!— Não me toca, Cassandra. — Ele tenta soltar minhas mãos dele. Ele contin
Não consegui dormir, fiquei observando Amanda completamente adormecida pelo resto da noite até o sol nascer. Minha cabeça não parava, eu não sabia no que acreditar, pelo menos o sentimento de culpa diminuiu, mas do que adiantaria? Daqui há algumas horas o homem dos meus sonhos se casaria com minha irmã. Me perguntava se eles seriam felizes guardando tantas mentiras, até porque eu não sabia se Nial ficou apenas comigo durante seus meses em Nova York ou se Amanda havia transado apenas com um homem. Não seria eu a salvadora dos dois. Fechei meus olhos quando vi a maçaneta do meu quarto girar. Mamãe e as madrinhas invadiram o quarto com uma bandeja de café da manhã e confete. — Acorde, você é uma noiva hoje! — Minha mãe diz balançando Amanda.Eu finalmente pude fingir não estar dormindo. Amanda finalmente abriu os olhos com um sorriso estampado no rosto. — Vamos, você precisa levantar, o dia vai ser cheio! — Jeny comenta. Amanda se senta na cama e mamãe coloca a bandeja em seu colo.
Caminhei em direção ao quarto que Amanda estava, sentindo o nó na minha garganta só crescer e ficar num ponto insuportável de respirar. Eu queria dizer a ela tudo que estava entalado, gritar aos quatro cantos todos as merdas que ela já me fez passar. Amanda merecia isso, merecia saber de todo ódio que eu guardava dele durante esses anos. Ela de algum jeito conseguia tomar tudo que era meu, até mesmo Liam. Eu estava cansada daquilo.Dobrei a esquina do corredor, já conseguia ver a porta do quarto que ela estava. Continuei caminhando em passos largos e apressados, mas algo me chamou atenção, a porta do quarto do Nial aberta e um homem conversando com ele. Eles tinham a mesma altura, o homem tinha cabelos aloirados e grisalhos, um sotaque forte na voz e olhos extremamente azuis. Parecia uma versão mais velha do Nial. Eles pareciam discutir em outro idioma, então me esgueirei até a fresta da porta, observando a cena.Nial estava apoiado em uma penteadeira, com a gravada casualmente ao r
Procurei por ele em todos os lugares possíveis, mas parecia que ele havia simplesmente sumido. Gritava por seu nome desesperada, sem nem sequer saber o porquê de tê-lo seguido, mas eu estava simplesmente ignorando minha parte racional, só queria encontrá-lo. Procurei dentro da casa, mas ele não estava lá, no jardim onde aconteceria a festa, porém nem sinal dele. Pensei que talvez ele tivesse ido embora, mas os carros ainda estavam lá. Decidi ir para uma parte do jardim que mais parecia um labirinto, já estava escurecendo então minha visão estava pouco limitada. Gritei por ele, correndo por aquele maldito labirinto de arbustos, segurando a barra do vestido que a essa altura já estava arruinado. Quando finalmente o encontrei, Nial estava debruçado a beira de um chafariz, com seu blazer e a gravata arrancada de sua camisa. Caminhei lentamente até ele, o mesmo estava de cabeça baixa olhando para seus pés. — Nial? — O chamo. Seus olhos vão imediatamente até mim. — Está tudo bem? — Não,
Meu pai me levou de volta para casa com meu avô, ficamos em silêncio o percusso inteiro. Ele não sabia o que dizer e eu queria me afundar no banco do carona. Assim que chegamos fui direto para o banheiro, tirei o vestido sujo de lama e debaixo do chuveiro pude chorar todas as lágrimas entaladas que se misturaram com a água e em dado momento eu já não sabia o que era o que. Estava magoada, machucada, porém leve.Eu não sabia o que aconteceria agora, mas queria ir embora dali imediatamente. Saí do banho e vesti roupas confortáveis, terminei de arrumar minhas malas e peguei minha bolsa. Eu dormiria em um hotel, mas não ficaria ali. Chamei um táxi por aplicativo.Ouço duas batidas na porta do quarto, e aberta, então avistei meu avô. — Vai mesmo embora hoje? — Não acho que deveria ficar. Ele vem até mim e senta na borda da cama ao meu lado. — Você gosta mesmo dele? Solto um suspiro. — Mais do que deveria. — Eu vi algo entre vocês, mas pensei que fosse coisa da minha cabeça. — É, ta