Sebastian não poderia dizer que tudo estava bem com a saída da antiga babá. Benjamin, não abandonou os costumes antigos, dormia e acordava sempre no horário certinho, mas agora Sebastian tinha trabalho em dobro. Claro que sempre esteve presente na vida do filho e fazia todo o possível para participar do dia a dia de Benjamin, porém coisas como almoço, banho depois da escola, brincadeiras, passeios nos parques e até ajuda nas lições de casa era Ana quem tomava conta. Sebastian ficava com a tarefa de levar o filho a escola, ajudar nas aulas de inglês, piano, jantar, banho noturno e colocá-lo para dormir, isso continuava o mesmo, porém agora tudo tinha aumentado. Nas vezes que precisava sair cedo para uma reunião, ele não precisava se preocupar, pois Ana chegava mais cedo e levava Ben para a escola, mas hoje não tinha mais a garota para lhe ajudar. E o dia estava cheio de reuniões. — Filho, vai rápido, por favor. O papai está atrasado. — Papai, o senhor viu o meu tênis de dinossauro?
Eram quase sete horas da manhã quando Elisa acordou. Normalmente acordava às nove horas, mas hoje ela tinha uma entrevista às dez, então acordou cedo. — Bom dia, gatinha! — Bom dia, gatinho! - Elisa deu um beijo na bochecha do irmão e se sentou ao lado dele — Vai trabalhar hoje? — Sim, e você? Qual é a programação para hoje? - Guilherme passou um pouco de geleia de morango em uma torrada e ofereceu a irmã, reparou bem no sorriso dela — Tá sorrindo. O que você sabe que eu ainda não sei? — Acho que consegui um emprego, Gui! — Sério? Onde? — Foi por indicação da Ana. Ela me recomendou para cuidar do menino que ela cuidava, lembra? — Ah, sim. Ana - Guilherme forçou um sorriso para a irmã — Legal que...ela te recomendou. — Ah, qual é? Primeiro você rouba a minha amiga, e depois termina o namoro com ela? — Quem terminou foi ela, só pra deixar claro - o pediatra deu de ombros — Preferiu mudar de cida
Positivo. Meses atrás, Sebastian não tinha nada. Não existia nenhuma preocupação em sua cabeça. Entretanto, aquele papel em suas mãos, com apenas uma única palavra que se destacava mais que as outras, lhe dizia que agora sua vida iria mudar. E que iria mudar para melhor. — E aí? - a mulher de meia idade se levantou e ficou ao lado do filho, ainda sem coragem de olhar para o papel — Me diz, querido? Conseguimos? Você conseguiu? — Eu consegui, mãe! Eu vou ser pai - o homem se permitiu chorar. Foi um choro alto, porém cheio de alívio. Não se importou em estar na empresa e muito menos em quem escutaria aquele choro alto. Ele seria pai. Estava realizando seu maior sonho. Era isso! Sua vida iria mudar. E para melhor. — E a moça, filho? Já sabe que deu certo? - Selena perguntou, enquanto o abraçava pelos ombros. Estava tão emocionada quanto seu menino. — N-Não sei, mãe - ele se levantou, mas não saiu do abraço da mãe — Eu tenho que ligar para ela. Tenho que ter a certeza de que ela não
[ Dois meses depois ] — Já escolheu? Ou ainda está enrolando? - Francisco entrou no escritório com duas xícaras de café e entregou uma ao filho. — Não é enrolação, pai! Eu preciso escolher a pessoa certa, a pessoa ideal. Não posso vacilar nisso. — Ele tem razão - Selena, tirou os olhos de um dos currículos e encarou o marido — Não podemos deixar uma pessoa sem experiência cuidar do nosso neto, Francisco. — Ela tem que ser perfeita, pai. — Eu sei, campeão. Mas você está há três dias olhando esses papéis. Meu neto pode nascer a qualquer momento e você ainda não se decidiu - Francisco levou a xícara até os lábios e depois encarou os olhos assustados do filho — Seja lá quem for, você não vai conhecê-la inteira através de um papel. Você precisa dar chance a uma delas, a que parecer mais confiável para você agora. Depois você pode mudar, claro, mas precisa saber que a escolhida precisa se preparar. Não dá pra você esperar o Ben nascer para ligar para qualquer uma e dizer que ela está co