Dias depois, após sair da consulta com Grace, Eve estava um pouco mais aliviada. Ela tinha compartilhado mais detalhes sobre o que houve no passado, e Grace foi compreensiva. “ — Acha que… Acha que eu estaria errada se o machucasse? — Ele tinha perguntado e Grace sorriu amigavelmente. — Se ele estivesse tentando se aproveitar de você, Eve, você teria todo o direito de se defender.”A resposta de Grace fez com que Eve pensasse que, talvez, ela não tivesse que continuar vivendo em medo. Foi legítima defesa, não foi? Distraída, ela não percebeu que Gabriel estava bem ali, quando ela estava indo para a cafeteria. — Um dólar pelos seus pensamentos. — Gabriel falou perto dela. Eve deu um salto, assustada, até ver quem era. Não que servisse de muito consolo, afinal, havia algo nele que a desagradava, ainda que Archer já não a tivesse alertado. — Senhor Ryan. — Ela fez uma leve reverência e olhou para a cafeteria. — Meus pensamentos são coisas minhas. Eu preciso ir, com licença. Ela com
ALERTA DE GATILHOO carro finalmente parou e Eve, que estava colada à porta, não tirou os olhos do homem. Ele a olhou pelo retrovisor, antes de se virar e sorrir de uma maneira que ela não gostou nem um pouco. — Deveria confirmar antes, o nome do motorista com o do aplicativo. — Ele falou e Eve então se deu conta de que tinha simplesmente entrado no carro. Ela se sentiu burra, muito burra. — Agora, docinho, vamos ao que interessa. Eve estava preparada. Na hora que ele destravasse o carro, ela sairia e correria o quanto as pernas delas permitissem. Porém, assim que as portas fizeram “clique”, alguém abriu a porta para ela e Eve quase caiu, mas foi segurada por duas mãos. Ela olhou para cima e viu mais um desconhecido. — O-o que vocês querem? — Ela perguntou, sentindo o medo tomando conta dela. — Só queremos nos divertir um pouquinho. — O homem que a segurava disse, sorrindo, enquanto o outro batia a porta do carro ao sair e dava a volta no veículo. — Eu não quero. Não! — Eve come
— Se-senhor…Gabriel a pegou no colo e a levou rapidamente para o carro. — A polícia já está vindo. — Eve ficou enjoada imediatamente. — Eu… Eu quero ir pra casa! — Senhora Galloway… — Por favor! — Mas o som dos carros de polícia foi ouvido e Eve fechou os olhos. Gabriel achou estranho, porém, imaginou que ela só não queria um escândalo. Por isso, segurou a mão de Eve. — Não vai ter nenhuma nota na mídia sobre isso. Fica tranquila. — Ele disse e sorriu para ela. Ele sorriu fraco, porque aquele não era exatamente o problema. — Obrigada. Dois policiais saíram da viatura e mesmo os dois homens tentando fugir, não conseguiram.— Senhor Ryan, precisamos ir à delegacia para o depoimento. — Tudo bem. Eu a levarei. Os policiais entraram no carro de polícia e Gabriel se sentou no banco do motorista.Eve olhou em volta e soltou um longo suspiro, seguido de uma reclamação baixa. — O que houve? — Minha bolsa com celular ficaram naquele carro. — Gabriel parou o veículo e correu até o out
Archer olhou para Eve, que dormia. Ele soltou um suspiro e se deitou ao lado dela, apoiando-se no cotovelo. — Você não me trairia, não é? — Ele perguntou baixo e balançou a cabeça. — Claro que não. Que pergunta idiota!Ele levantou a mão e acaricou o rosto de Eve. Archer esperaria que ela despertasse e aí eles conversariam. Ele perguntaria como as coisas aconteceram e com certeza saberia se ela esconderia ou não algo dele. Eve teve sonhos estranhos, com perseguições e, no fim, Cameron a olhava com aquele sorriso malicioso e perguntava se ela não sentia a falta dele! Ela despertou de sopetão, respirando acelerado. — Calma, amor. — Archer disse, e o rosto dele apareceu no campo de visão de Eve. Ela soltou o ar, mais aliviada. — Aqui, bebe um pouco de água. Ela o fez e uma careta surgiu no rosto dela. — Ai, parece até que dormi um monte e bebi água gelada pela manhã, em jejum. Archer soltou uma risadinha e a abraçou. Ele estava com o laptop no colo, agora fechado. — Como foi que
Puxando o ar e enchendo bem os pulmões, Archer tomou coragem. — Eve, você é a mãe da Rose? Ela franziu o cenho. — Claro. — Não… quero dizer… biologicamente. Eve o encarou, abriu a boca, a fechou, fez um bico. Ela parecia estar tentando processar a pergunta. — Archer… como eu seria a mãe biológica dela? — Eve soltou uma risada de nervoso. — Eu nunca dei a luz. Archer achou estranha a escolha de palavras dela, porém, ele não iria pensar muito sobre isso. Se Eve nunca teve filhos, então, ela não poderia ter tido Rose. — Meus sentimentos por você são verdadeiros, Eve. E eu espero que possamos passar o resto da vida juntos. Por isso eu preciso perguntar e, claro, você também pode me perguntar o que quiser. Eve compreendia o ponto de Archer. Ela sabia que ele poderia ter mandado fazer um teste de DNA sem o consentimento dela, com o poder e dinheiro que ele tinha, porém, Archer preferiu perguntar, o que a fez ficar ainda mais apaixonada por ele. — Eu não sou a mãe biológica de Rose
— Eu vou falar de maneira educada, senhor Ryan. Pare de ficar perseguindo a minha mulher. — Gabriel abriu a boca, mas Archer levantou a mão, indicando que não tinha terminado. Gabriel deu um leve aceno e permitiu que o outro continuasse. — Entendo que tenha interesse, ela é maravilhosa. Porém, ela é minha. Minha esposa, mãe da minha filha. Tenha um pouco mais de decência! eu agradeço por ter socorrido a minha Eve, mas é isso, — Archer se aproximou mais de Gabriel, — ela é minha, Ryan. Minha! Gabriel, que estava sério, sorriu de maneira sarcástica. — Sua? Mãe da SUA filha. Interessante. — O que é interessante? — Você. Ela. A relação com a sua filha. — Gabriel se inclinou um pouco para frente e falou em um sussurro. — Eu não acredito nessa história, Archer Galloway. Sem mais, Gabriel deu um passo para trás, e outro, sem tirar os olhos de Archer. Este, já não sabia o que falar, porque apesar de ter mantido a expressão neutra, por dentro, Archer estava em pânico. E se Gabriel Ryan so
— Eu já disse: não fui eu! — Gabriel falou entre dentes, o que não agradou em nada Milana. — Isso é o que nós veremos, senhor Ryan. Até lá, o senhor ficará detido. A boca de Gabriel quase foi ao chão ao ouvir aquilo. — O… como é que é?! Ficar detido? — Ele se levantou, porém, Milana não pareceu se abalar, apenas o observou. — Isso é um absurdo! — Como dito anteriormente, eu tenho o suficiente para prendê-lo e colocá-lo como o mandante do ocorrido! — Ela o encarou, séria. — O senhor ficará aqui até que verifiquem o seu celular. Caso não coincida com o que temos, o senhor será liberado, porém, continuaremos as investigações. Gabriel passou a mão pelos cabelos, indignado, dando uma volta de 180° e voltando a olhar para a delegada. — Eu não fiz nada! Mas me manter aqui vai ser o suficiente para prejudicar a minha vida profissional! — Ele soltou um rosnado baixo. — Mas que merda! — Controle-se, senhor Ryan…— É fácil falar porque não é você no meu lugar! — Ele gritou e Milana levant
— O que a delegada queria com você? Archer olhou para o lado. — Ela só queria saber sobre a minha relação com o Ryan, com você… Acho que estava avaliando as minhas reações. Eve franziu a testa. — Mas por que ela faria isso? Quer dizer, você é o meu marido. — É, mas eu poderia querer me livrar de você. E, pra passar de coitado aos olhos do público, eu teria “perdido” a minha querida esposa de maneira trágica. — Que horror, Archer! — Alguns maridos fazem isso, ainda mais no nosso meio. É uma forma de conseguir a simpatia dos outros e jogar isso nos negócios. Eve balançou a cabeça, desaprovando, porém, ela não desacreditava nas palavras de Archer. Como ela poderia, depois de ter um padrasto que nem dinheiro tinha, mas jogaria a mãe de Eve aos lobos por uma mísera garrafa de bebida? — As pessoas são ruins… não todas, mas muitas. — Eve murmurou e Archer suspirou, concordando. O restante do caminho voltou a ser silencioso, e, ao chegarem em casa, Hollie estava com Rose, enquanto M