Puxando o ar e enchendo bem os pulmões, Archer tomou coragem. — Eve, você é a mãe da Rose? Ela franziu o cenho. — Claro. — Não… quero dizer… biologicamente. Eve o encarou, abriu a boca, a fechou, fez um bico. Ela parecia estar tentando processar a pergunta. — Archer… como eu seria a mãe biológica dela? — Eve soltou uma risada de nervoso. — Eu nunca dei a luz. Archer achou estranha a escolha de palavras dela, porém, ele não iria pensar muito sobre isso. Se Eve nunca teve filhos, então, ela não poderia ter tido Rose. — Meus sentimentos por você são verdadeiros, Eve. E eu espero que possamos passar o resto da vida juntos. Por isso eu preciso perguntar e, claro, você também pode me perguntar o que quiser. Eve compreendia o ponto de Archer. Ela sabia que ele poderia ter mandado fazer um teste de DNA sem o consentimento dela, com o poder e dinheiro que ele tinha, porém, Archer preferiu perguntar, o que a fez ficar ainda mais apaixonada por ele. — Eu não sou a mãe biológica de Rose
— Eu vou falar de maneira educada, senhor Ryan. Pare de ficar perseguindo a minha mulher. — Gabriel abriu a boca, mas Archer levantou a mão, indicando que não tinha terminado. Gabriel deu um leve aceno e permitiu que o outro continuasse. — Entendo que tenha interesse, ela é maravilhosa. Porém, ela é minha. Minha esposa, mãe da minha filha. Tenha um pouco mais de decência! eu agradeço por ter socorrido a minha Eve, mas é isso, — Archer se aproximou mais de Gabriel, — ela é minha, Ryan. Minha! Gabriel, que estava sério, sorriu de maneira sarcástica. — Sua? Mãe da SUA filha. Interessante. — O que é interessante? — Você. Ela. A relação com a sua filha. — Gabriel se inclinou um pouco para frente e falou em um sussurro. — Eu não acredito nessa história, Archer Galloway. Sem mais, Gabriel deu um passo para trás, e outro, sem tirar os olhos de Archer. Este, já não sabia o que falar, porque apesar de ter mantido a expressão neutra, por dentro, Archer estava em pânico. E se Gabriel Ryan so
— Eu já disse: não fui eu! — Gabriel falou entre dentes, o que não agradou em nada Milana. — Isso é o que nós veremos, senhor Ryan. Até lá, o senhor ficará detido. A boca de Gabriel quase foi ao chão ao ouvir aquilo. — O… como é que é?! Ficar detido? — Ele se levantou, porém, Milana não pareceu se abalar, apenas o observou. — Isso é um absurdo! — Como dito anteriormente, eu tenho o suficiente para prendê-lo e colocá-lo como o mandante do ocorrido! — Ela o encarou, séria. — O senhor ficará aqui até que verifiquem o seu celular. Caso não coincida com o que temos, o senhor será liberado, porém, continuaremos as investigações. Gabriel passou a mão pelos cabelos, indignado, dando uma volta de 180° e voltando a olhar para a delegada. — Eu não fiz nada! Mas me manter aqui vai ser o suficiente para prejudicar a minha vida profissional! — Ele soltou um rosnado baixo. — Mas que merda! — Controle-se, senhor Ryan…— É fácil falar porque não é você no meu lugar! — Ele gritou e Milana levant
— O que a delegada queria com você? Archer olhou para o lado. — Ela só queria saber sobre a minha relação com o Ryan, com você… Acho que estava avaliando as minhas reações. Eve franziu a testa. — Mas por que ela faria isso? Quer dizer, você é o meu marido. — É, mas eu poderia querer me livrar de você. E, pra passar de coitado aos olhos do público, eu teria “perdido” a minha querida esposa de maneira trágica. — Que horror, Archer! — Alguns maridos fazem isso, ainda mais no nosso meio. É uma forma de conseguir a simpatia dos outros e jogar isso nos negócios. Eve balançou a cabeça, desaprovando, porém, ela não desacreditava nas palavras de Archer. Como ela poderia, depois de ter um padrasto que nem dinheiro tinha, mas jogaria a mãe de Eve aos lobos por uma mísera garrafa de bebida? — As pessoas são ruins… não todas, mas muitas. — Eve murmurou e Archer suspirou, concordando. O restante do caminho voltou a ser silencioso, e, ao chegarem em casa, Hollie estava com Rose, enquanto M
— Cadê as meninas? — Archer perguntou e viu que Shannon e Miron não estavam com elas. Eles se aproximaram deles e Archer repetiu a pergunta. Miron na hora ficou mais alerta. — Onde vocês ouviram o choro? — Shannon perguntou e começou a chamar por Kiara. — Eu não sei! Mas estava distante! — Eve falou, sentindo o coração apertar com desespero. Então, uma mulher se aproximou deles. — Os senhores são os responsáveis por uma menininha ruiva e um bebê? — Ela perguntou e, ao olhar para Miron e, depois, Archer, soube que a resposta era positiva. — Venham. Os quatro correram atrás da mulher, para encontrar Kiara sentada com Rose, que lhe abraçava. — O que aconteceu? — Shannon perguntou, indo para Kiara. O joelho e o queixo dela sangravam.— Ela caiu, senhora. Eu não sei exatamente como. — A mulher disse. Kiara já não chorava mais, porém, Rose parecia um pouco assustada. — Do…doi. Eve pegou a bebê no colo. — É, meu amor. A Kiara se machucou um pouquinho. — Shannon já estava com a filh
Deborah olhava para ele, com um belo sorriso nos lábios e uma expressão que ele conhecia bem: ela estava pronta para flertar. Archer retirou a mão da taça e sorriu, tentando ser educado. — Boa noite, senhorita Harmon. — Oh, o senhor quer a taça? Acredito que pegou nela antes de mim. — Deborah exibiu um sorriso ainda mais chamoso. — Não. Não se preocupe. Serei um cavalheiro. Deborah mordeu os lábios e passou o braço pelo de Archer, que inspirou fundo e segurou a vontade de dar um “chega pra lá”, na mulher. Mas seria muito indelicado e chamaria a atenção dos outros. Ele, calmamente, tentou se desvencilhar dela, porém, Deborah o apertou mais perto dela. — Senhorita… — Senhor Galloway, pensei que quisesse ser cavalheiro. — Ela falou, arrastado. — Não vai deixar uma dama andar sozinha, não é? Ele inspirou fundo. — Não é esse o propósito do jantar? Por isso ninguém pode trazer companhia, caso contrário, a senhorita não estaria só e, definitivamente, minha esposa ao meu lado. Aquil
O dia amanheceu e Eve olhou para a cama ao lado dela, vazia. Archer não tinha voltado e nem o celular dele estava disponível. Ao perguntar ao motorista, ele disse que viu o patrão e, como um dos seguranças foi falar com ele para ver a credencial dele para estar ali, ao olhar novamente, Archer já não estava por perto. Jimmy tinha esperado, tentado ligar, porém, não conseguiu falar com o patrão. Eve não podia ainda fazer uma queixa de desaparecimento, porém, agora que estava de dia, ela esperaria apenas até a hora do almoço. Se Archer não retornasse, ela iria a polícia, afinal, ele não tinha o costume de dormir fora e muito menos de ficar incomunicável. Porém, enquanto a TV estava ligada na cozinha e Eve resolveu ir até lá com Rose, ela viu uma notícia que a deixou de boca aberta e o coração na mão. Eram imagens de Archer com Deborah segurando no braço dele, dentro da festa. Depois, ela e ele entrando em um carro. — O senhor Galloway e a senhorita Harmon foram vistos entrando no Gran
Quando a polícia chegou, Deborah estava chorosa a um canto e, pelo estado dela, ainda enrolada no lençol. Ela desistiu de se vestir, para parecer mais uma vítima de abuso do que de fato o que ela era: a abusadora. — Senhorita, acalme-se. — O policial falou de maneira calma e Archer se sentiu indignado. — O senhor policial entende que fui eu quem os chamou aqui, não é? Essa mulher… Eu quero um exame. Quero saber se fui drogado! — O senhor Galloway quer apenas usar essa desculpa pra justificar os atos dele! — Deborah fez que chorava, cobrindo o rosto com as mãos. — Os meus atos? Eu estava indo para o meu carro, e me senti péssimo Não lembro como eu vim parar aqui! Como assim: os meus atos? O policial, ao ouvir aquilo, compreendeu o possível cenário, ali: Archer Galloway foi vítima de um “Boa noite, Cinderella”. Só havia uma dúvida: aquela mulher foi quem o drogou, ou ela foi outra vítima? — Senhorita, por favor, vista-se. Precisamos ir para a delegacia. — O policial informou Debor