Capítulo 97 Don Alexei Kim Entrei no carro e dirigi entre os prédios abandonados da área industrial. A raiva que me consumia era combustível suficiente para alimentar minha determinação. — Ela não pode ir longe — murmurei, apertando o volante até que meus dedos doessem. Antony, ao meu lado, segurava o rádio, comunicando-se com os outros. — Nazar, ela pegou a rota leste! Maicon, siga pela lateral e bloqueie qualquer saída. Alexei quer ela viva! — A voz de Antony era firme. Atrás de mim, os outros carros com meus soldados e os da máfia Strondda, vinham velozes, homens armados pendurados nas janelas, os olhos atentos, procurando qualquer sinal dela. O vento cortava frio, mas a adrenalina fazia meu corpo queimar. De repente, pelo rádio, a voz rouca de Maicon soou: — Visualizei um carro suspeito! Está no Honda preto, desviando para a ponte! — Não deixem chegar lá! — gritei de volta, pisando no acelerador com força. O motor do SUV rugiu, e a distância entre nós e Ma
Capítulo 98 Don Alexei Kim A raiva queimava dentro de mim como um inferno incontrolável. A cada passo que eu dava em direção a Vladislav, sentia o peso da traição em minhas costas. Ele estava amarrado à cadeira, o rosto machucado. O traidor me olhava com uma mistura de medo e arrogância. Ainda ousava desafiar-me com aquele olhar insolente. Ele pendia na cadeira, sangrando. Eu passei a mão pelo rosto, tentando me recompor, mas era inútil. Peguei a faca da bainha. Passei o metal frio pelo rosto dele, sem cortar, apenas para sentir seu corpo se encolher. — Sabe o que eu odeio mais do que tudo? — perguntei, minha voz gélida. — Traidores. Ele tentou falar, mas eu o calei com um tapa forte, que fez sangue escorrer de sua boca. — Você é corajoso, eu admito — comecei, parando atrás dele. — Mas coragem sem inteligência é burrice. E burrice é uma ofensa que eu não perdoo. — Ayla me enganou. Por favor me deixe viver. Eu tenho um filho. — Achei que você não tivesse filho. Também
Capítulo 99 Don Alexei Kim No carro, eu segurava o volante com força, os nós dos dedos brancos. O garoto estava ao meu lado, tenso, mas determinado. Yuri tinha os olhos fixos na estrada, evitando encontrar os meus. Talvez ainda estivesse processando tudo: a morte do pai, o acordo que havíamos feito, e o peso do que estava por vir. — Fale mais sobre essa casa que comentou — ordenei, sem tirar os olhos da estrada. Ele respirou fundo antes de responder: — Fui levado até lá por engano. Nunca entrei. Meu pai ficou furioso quando percebeu o erro dos seguranças, mas... vi Ayla pela janela. — Esse lugar, você lembra de mais alguma coisa? Segurança, posição, algo que possa ser útil? — É uma mansão enorme, muito luxuosa, mais do que qualquer outra que já vi. Ficava isolada, com altos muros. Tinha câmeras, mas eu só vi a entrada principal. Assenti, absorvendo as informações. Peguei o rádio e chamei Fred e Antony, que estavam em outros carros atrás de nós. — Estamos in
Capítulo 100 Maria Luíza Duarte No quarto, eu andava de um lado para o outro, os pensamentos fervilhando na cabeça. Minha raiva era evidente. Não era só pela forma como Alexei tinha lidado com Ayla, mas pelo jeito autoritário como me silenciou na frente de todos. Eu entendia que ele era o Don e ela merecia, mas éramos parceiros, e eu odiava quando ele ignorava isso. Sentei na beira da cama, cruzando os braços. Minhas mãos tremiam, mas não sabia se era de raiva, frustração ou algo mais profundo. Eu o amava, mas às vezes, ele me fazia questionar se isso era suficiente, pois queria matá-lo. A porta se abriu devagar, e Alexei entrou. Fechei a cara, sem olhá-lo diretamente. Ele fechou a porta atrás de si e permaneceu em silêncio por alguns segundos, apenas me observando. — Malu, eu preciso falar com você. — Ah, agora você quer falar? — retruquei, sarcástica. Ele suspirou e se aproximou, sentando ao meu lado na cama. Sua presença era forte como sempre, mas havia al
Capítulo 101 Maria Luíza Duarte Enquanto a água quente escorria pelos nossos corpos, o vapor do banheiro formava uma atmosfera íntima. Alexei me puxou novamente para um beijo, mas dessa vez, ele estava disposto a recuperar o controle. Suas mãos firmes seguraram minha cintura, me prendendo contra a parede de azulejos frios. — Você acha que pode me provocar assim e sair ilesa? — murmurou, com os olhos faiscando. Sorri desafiadoramente. — Eu não saio ilesa, Alexei. Ele riu, um som rouco e grave, antes de deslizar os dedos por meu corpo com uma precisão que fazia meu coração acelerar. O toque dele era intenso, quase possessivo, e a combinação da água quente e da pele fria da parede tornava tudo mais estimulante. — Então, mostre o que mais pode fazer, Malu — desafiou ele, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido. Respondi ao desafio retomando o controle por um momento, explorando cada parte dele com toques e beijos que o fizeram fechar os olhos, completam
Capítulo 102 Maria Luíza Duarte Acordei sentindo o calor de Alexei ao meu lado. Ele ainda dormia profundamente, o rosto relaxado, quase angelical, diferente da expressão firme que costumava carregar durante o dia. Por um momento, permiti-me apenas observá-lo, gravando cada detalhe em minha memória. "Ele não levantou antes de mim, hoje". Então, como se sentisse meu olhar, ele abriu os olhos lentamente, o azul intenso focando diretamente em mim. — Bom dia, Malu — ele murmurou, sua voz rouca pelo sono. — Bom dia — respondi, inclinando-me para beijá-lo levemente. Mas a leveza daquele momento logo deu lugar a um ar mais sério quando Alexei suspirou e passou a mão pelo rosto. — Hoje é o dia do enterro de Maxim. É melhor começarmos a nos preparar. Senti um leve arrepio ao ouvir aquelas palavras. Não era tristeza; Maxim não tinha deixado um legado de amor ou saudade. Pelo contrário, sua ausência parecia trazer um alívio para todos nós, exceto, talvez, para A
Capítulo 103 Don Alexei Kim O silêncio do porão era inquietante. As paredes frias refletiam a luz pálida da lâmpada única no teto, criando sombras que dançavam em um ritmo quase hipnótico. Ayla estava presa à cadeira no centro do ambiente, seus braços e pernas firmemente atados. Seu rosto, ainda que desafiador, exibia marcas da última "conversa" que tivemos. Seus joelhos com bastante sangue dos furos da placa de pregos no chão. A cadeira presa ao seu corpo dava ainda mais pressão do corpo nos pregos que já estava começando a infeccionar. Eu me aproximei devagar. — Ayla. Vamos economizar tempo hoje. Quem matou Anton? Ela levantou o rosto lentamente, os olhos brilhando de ódio. — Já disse que não sei de nada — respondeu, cuspindo as palavras. — Se quer uma confissão falsa, vai ter que arrancá-la de mim à força. Eu já disse para esses soldados que não sei. Eu sorri de lado, um sorriso frio que sequer chegou aos meus olhos. — Ah, mas é exatamente isso que vou f
Capítulo 104 Don Alexei Kim Malu me seguiu em silêncio até o porão. Suas palavras permaneciam em minha mente. "Se livra dessa mulher." E, de fato, Ayla já havia ultrapassado todos os limites. Sua resistência não era mais um desafio; era uma afronta à minha autoridade. — Essa será a última vez que pergunto a ela — declarei para Malu. Ela assentiu, mantendo-se em silêncio. Ayla estava lá, sua cabeça caída para o lado, ofegante. As manchas de sangue seco em suas mãos mutiladas e a palidez de seu rosto mostravam que ela estava perto de seu limite. — Vou perguntar pela última vez — disse, apontando a arma diretamente para o joelho de Ayla. — Quem matou Anton e Zaia? Ela levantou a cabeça com dificuldade, os lábios rachados se curvando em um sorriso fraco. — Por que não desiste, Alexei? Você sabe que não vou dizer nada. — Então escolheu o fim — respondi, movendo a pistola em um movimento lento. Ela não mostrou medo. Ao contrário, gargalhou, dando