POV DAVID
- Bebê? Que bebê? – Fiquei completamente confuso, não entendendo nada do que estava acontecendo ali.
- Pelo visto não abriu seu celular hoje. – Maria Eduarda falou com a voz estranhamente rude e depois procurou um lugar para sentar-se, afastada de todos os demais.
Peguei meu celular no bolso e antes que pudesse desbloquear a tela para ler as notícias, Tumalina pegou-o da minha mão:
- Fui enganada por um repórter – explicou – E acabei falando mais do que devia. E saiu na mídia.
- O que... Você falou? – Senti a fúria dentro de mim.
- A verdade – ela levantou os ombros – Que estamos noivos e vou ter um bebê seu.
Primeiro eu fiquei sem reação. Senti meu coração acelerar de tal forma que achei que pudesse ter um ataque cardíaco. Então lembrei que eu não transava com Tu
Percebi um garoto sentado de frente para nós, que não conteve o riso. Fiquei imaginando o que passava pela cabeça dele ao rir da minha irmã. Talvez eu devesse mandar Orlando pesquisar sua vida e certificar-se se tinha amor a ela.- Pois bem, Zaud! – o guia o olhou, trocando a ordem de apresentação – Você agora!O garoto de olhos claros e cabelos escuros, magricelo, abriu a boca:- Sou Zaud e podem me chamar de Zaud. Meu sobrenome não tem importância alguma – riu – Tenho 16 anos. E desde sempre acompanho o trabalho do meu tio como guia ambiental. Amo a natureza na forma virgem, a qual o homem nunca tocou. E meu sonho sempre foi conhecer a floresta da Ilha do Portal. E sim, já ouvi muito falar sobre o lago dos desejos – olhou para minha irmã – Então não creio que seja impossível encontrarmos este lugar.- É a primeira ve
- TumbaLinda? – Élida não se conteve – Ophiophagus Hannah é simplesmente... TumbaLinda? Como não pensei nisto antes?- Ophio... que? – Tumalina enrugou a testa, confusa.- Ophiophagus Hannah é o nome científico de uma espécie de cobra. – O jovem Zaud fez questão de mostrar seus conhecimentos.- Você apelidou minha filha de cobra? – Maya olhou para Élida.- Ela é só uma criança! – Falei de forma alta e grosseira com Maya, que imediatamente calou-se.- Ok, me desculpem... – Maria Eduarda levantou as mãos – Eu sempre a chamei assim, porque não conseguia pronunciar corretamente seu nome. Mas eu posso dizer... TumaLinda – errou novamente e fiquei em dúvida se foi proposital ou não – Enfim, não estamos aqui para discutir o nome ou apelido de TumbaLinda. Desejo continuar...
POV Maria EduardaEu estava saindo pela porta de vidro, para acessar a área externa do armazém quando senti alguém me puxando pelo braço. E deparei-me com Andress. Seu semblante era sério e me pareceu mais magro do que de costume:- Eu nunca desejei ser seu inimigo, Duda.- Então não deveria ter agido como se eu fosse a pior pessoa que já conheceu na vida, Andress.- Eu não agi mal... Não tenho culpa se não entendeu nada das minhas justificativas, Duda.- Ainda acha que há justificativas para tudo que fez para mim? – Ri, com escárnio, incrédula com o cinismo dele.- Sinceramente, sim. Embora não acredite, eu gosto de você.Arqueei a sobrancelha, desordenada:- Então por favor, nunca mais goste de ninguém na sua vida. O seu “gostar” é cruel, desumano e destruidor.Ashley vol
- Leu a parte que dizia “levar o mínimo possível e no menor espaço que conseguir?- E acha que fiz o que? Estou levando o mínimo possível. E não consigo menor espaço que duas malas.- Você tem algum problema? – Fiquei séria.- Exceto as fobias e a obsessão por você, não! – Sorriu debochadamente e entrou no barco.Sim, eu era a última. E por mais que tentasse negar, sabia bem o motivo: o medo.Enquanto minha mente começava a se afundar em lembranças, percebi uma mão na minha direção. Levantei o olhar e observei David. E notei que ele não tinha uma aliança, em nenhum dos dedos.Aceitei a sua mão e subi no barco. Quando tentei soltá-la ele sussurrou no meu ouvido:- Eu posso explicar tudo!Eu ri, com desdém:- Pode? – Puxei meus dedos que estav
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, TumbaLinda saiu. E eu fiquei ali, com as palavras que nem cheguei a organizar entaladas na garganta. Novamente eu seria o foco de destruição dela, como na adolescência. Mesmo com os anos passando e nós envelhecendo, parecia que minha tia e prima não mudariam nunca.Eu já nem sabia mais o que pensar. Estava dolorida, machucada emocionalmente. E o pior... Muito confusa com relação a David.Aceitar que estava apaixonada por um homem que conhecia há pouco tempo, mas parecia que sabia mais sobre ele do que o que sabia sobre Andress por uma vida inteira me deixava assustada. E não era só pela forma como eu me sentia com relação a David, mas também porque ele estava noivo, seria pai e me mentiu.Eu precisava desfocar de David e passar a bolar meu plano contra Andress, que não poderia ser somente quando saísse da f
Depois foquei em David enquanto vinha na nossa direção e... Percebi que era possível. Porque realmente ele ficava bem de cores claras em roupas esportivas. E eu poderia apostar qualquer coisa que com as escuras também ficaria perfeito. Porque tinha a impressão de que nada caía mal naquele homem estranho e ao mesmo tempo... Fofo.Era como se ele estivesse num parque de diversões e só soubesse andar no carrossel. Parecia pouco à vontade e amedrontado naquele lugar. E entendi o esforço absurdo que havia feito pela irmã.A parte ruim (ou boa) da calça branca era que por ser de tecido mais fino e de estilo mais largo, o que ele tinha no meio das pernas ficava bem visível. E... Todas as mulheres olhavam para o mesmo lugar que eu.- Acho que não devemos ficar parados por aqui, Eliardo! – Sugeri imediatamente – Estou morrendo de fome. Que horas vamos comer?
- Não acho que tenhamos mais nada para conversar, David. – Fui ríspida.Realmente eu não queria que David me contasse várias mentiras para se justificar, menosprezando minha inteligência, que era o que todo mundo parecia fazer nos últimos tempos.Precisava me manter firme, por mais que quisesse me jogar em seus braços e fingir que TumbaLinda não estava ali.Verbena e Élida nos esperaram e para minha surpresa, David não insistiu. E fiquei em dúvida se o fato de ele ter aceitado o meu “não” me deixou melhor ou pior do que já estava.Não era minha intenção ficar muito tempo fora da barraca, porque estava um pouco frio. Organizei meu espaço, pus uma roupa mais confortável e antes de dormir fui falar com Verbena, que já estava trancada na sua barraca.- Vim lhe desejar uma boa-noite. – Fiquei um pouc
- Não... E foi assim que meu pai e o pai dela acertaram este casamento.- David, é bem difícil de acreditar nisto.- Não sou o pai da criança. Mas só posso provar isto depois de sairmos daqui. Porque é impossível fazer um teste de DNA agora.- Por que está me dizendo isto?- Porque... Eu quero que acredite em mim.- E por que quer que eu acredite em você?- Porque... Eu gosto de você.Senti meu coração acelerar tanto que parecia que sairia pela boca. Minha respiração ficou ofegante. E em vez de confessar que eu também gostava dele e que tinha um pingo de esperança renascendo dentro de mim, saí praticamente correndo deixando-o para trás, como uma adolescente que não tinha coragem de enfrentar a verdade, parecendo fugir do homem que amava por medo.E sim, era medo que eu sentia. Medo do sentime