Depois foquei em David enquanto vinha na nossa direção e... Percebi que era possível. Porque realmente ele ficava bem de cores claras em roupas esportivas. E eu poderia apostar qualquer coisa que com as escuras também ficaria perfeito. Porque tinha a impressão de que nada caía mal naquele homem estranho e ao mesmo tempo... Fofo.
Era como se ele estivesse num parque de diversões e só soubesse andar no carrossel. Parecia pouco à vontade e amedrontado naquele lugar. E entendi o esforço absurdo que havia feito pela irmã.
A parte ruim (ou boa) da calça branca era que por ser de tecido mais fino e de estilo mais largo, o que ele tinha no meio das pernas ficava bem visível. E... Todas as mulheres olhavam para o mesmo lugar que eu.
- Acho que não devemos ficar parados por aqui, Eliardo! – Sugeri imediatamente – Estou morrendo de fome. Que horas vamos comer?
- Não acho que tenhamos mais nada para conversar, David. – Fui ríspida.Realmente eu não queria que David me contasse várias mentiras para se justificar, menosprezando minha inteligência, que era o que todo mundo parecia fazer nos últimos tempos.Precisava me manter firme, por mais que quisesse me jogar em seus braços e fingir que TumbaLinda não estava ali.Verbena e Élida nos esperaram e para minha surpresa, David não insistiu. E fiquei em dúvida se o fato de ele ter aceitado o meu “não” me deixou melhor ou pior do que já estava.Não era minha intenção ficar muito tempo fora da barraca, porque estava um pouco frio. Organizei meu espaço, pus uma roupa mais confortável e antes de dormir fui falar com Verbena, que já estava trancada na sua barraca.- Vim lhe desejar uma boa-noite. – Fiquei um pouc
- Não... E foi assim que meu pai e o pai dela acertaram este casamento.- David, é bem difícil de acreditar nisto.- Não sou o pai da criança. Mas só posso provar isto depois de sairmos daqui. Porque é impossível fazer um teste de DNA agora.- Por que está me dizendo isto?- Porque... Eu quero que acredite em mim.- E por que quer que eu acredite em você?- Porque... Eu gosto de você.Senti meu coração acelerar tanto que parecia que sairia pela boca. Minha respiração ficou ofegante. E em vez de confessar que eu também gostava dele e que tinha um pingo de esperança renascendo dentro de mim, saí praticamente correndo deixando-o para trás, como uma adolescente que não tinha coragem de enfrentar a verdade, parecendo fugir do homem que amava por medo.E sim, era medo que eu sentia. Medo do sentime
Na manhã seguinte, arrumamos nossas coisas e colocamos tudo de volta na mochila, seguindo caminhada para a próxima parada, que seria o lugar onde passaríamos a noite. Eliardo realmente sabia por onde seguir. E até então parecia haver o que era uma trilha em meio à floresta, o que significava que pessoas passavam por ali regularmente.Tive a impressão que subíamos e depois Eliardo confirmou que realmente aquela parte do caminho era um pouco acidentada e que perceberíamos que passaríamos por partes mais planas também.- Se quer alguma coisa com Ashley não vai conseguir ficando em silêncio o caminho inteiro. – Falei enquanto passava por Kayde.- Ela não deixa eu me aproximar – sorriu, timidamente – E nem parece que um dia fomos um casal – levantou os ombros, enquanto segurava as alças da mochila na altura do peito, parecendo descansar as m
- Isto não é verdade. Estou fazendo o trajeto com minhas malas sem reclamar. Mas... Confesso que realmente estou cansado. – Ele respirou fundo e sentou-se na mala aberta.- Cansado? – Andress riu, em tom irônico – Mal começamos a caminhar.- Não estou cansado da caminhada e sim da subida com as malas pesadas. Costumo correr uma hora todos os dias, Andress. E depois faço mais uma hora de musculação. Não tenho problemas com esforço físico. Mas malas não foram feitas para serem levadas por longos trajetos. Por isso... Levarei só uma.Eliardo não conteve o riso irônico:- Então... O que escolhe, David? A comida ou suas roupas?Todos pareciam atentos à escolha de David, que escolheu sem pressa as roupas que queria da mala aberta, depois fazendo o mesmo com a de alimentos, remédios e outros itens que julgáva
POV DAVIDCheguei a pensar em puxar assunto com Maria Eduarda, mas ao ver Élida conversando de forma tão animada com ela, optei por não interferir. Fiquei feliz que minha irmã estivesse se dando à chance de conhecer a mulher que eu sabia que seria minha esposa futuramente. Eu realmente gostaria que elas se dessem bem, já que Élida não tinha uma mãe e o seu convívio com a única figura feminina que fizesse aquele papel era Dodô, que não chegava a ser alguém da nossa família e sim uma empregada, que ganhava um ótimo salário para ao menos fingir que amava e se importava com a garota.Por mais que eu sentisse medo de assumir a guarda e criação de minha irmã aos 14 anos, sabia que ninguém poderia amá-la mais do que eu. Então faria tudo que pudesse para que Élida fosse feliz, já que uma mulher maravilhosa
- Interessante... – Não contive o comentário – É pequena, mas tem potencial... Como você, Andress! Nem tudo está perdido, meu amigo!- Nos menores frascos estão os melhores perfumes. – Ashley piscou com um sorriso, abraçando o amante/namorado.Poucos seguraram o riso. Fiquei perplexo de ela confirmar para todos o quanto Andress Montez Deocca era desprovido de um belo pau. Olhei imediatamente para Maria Eduarda, que obviamente estava tão vermelha quanto uma maçã. Nossos olhares se encontraram e sorri de forma confiante, já que imaginei que ela sabia o quanto estava bem servida agora.Andress saiu dali imediatamente, levando Ashley pelo braço, furioso com o comentário dela, que talvez tenha saído sem querer, de forma espontânea.O vento começou a se intensificar, de uma hora para outra.- David, você está louco?
- Você está vendo o que ele está fazendo comigo, Duda? – Élida reclamou.- David, ela já tem 14 anos.- Não, Maria Eduarda. Ela “só” tem 14 anos.- Está me deixando com vergonha, David. Papai jamais faria isto...- Certamente ele faria pior. Não entende que estou cuidando de você? É pelo seu bem que estou afastando-a deste garoto!- Você não é o meu pai! – Ela saiu correndo novamente, se afastando de mim.Tentei ir atrás dela outra vez, para me explicar, mas Maria Eduarda me puxou pelo braço:- Deixe-a, David.- Ela é só uma menina, Maria Eduarda. Não vou deixar que este garoto... – O que eu não deixaria afinal? Teria Zaud intenção de transar com minha irmã? Eu mataria aquele menino!- Sim, você mesmo disse: ele é um garoto
Banhei-me dos pés à cabeça, sem pressa, até que meu corpo quase não aguentasse e os ossos começassem a doer de tanto frio. Pus a roupa sobre o corpo úmido e voltei para o acampamento, me sentindo mais calmo.Quando cheguei já não tinha mais quase ninguém em volta da fogueira, todos já recolhidos em suas barracas. Fui até a de Zaud e pus a mão no vão do zíper, abrindo-o. Entrei e contemplei os cabelos claros e lisos de Élida e retirei os fios que cobriam seu rosto. Dei-lhe um beijo na bochecha e ela acordou.- Eu... Só queria dizer que te amo. – Sussurrei, tentando fazer com que ela continuasse a dormir.Fiz menção de sair quando ela puxou meu braço:- Também amo você, David.- Me desculpe por hoje... Por ter perdido nossa barraca, por ter envergonhado você com o garoto...- Eu si