- Não... E foi assim que meu pai e o pai dela acertaram este casamento.
- David, é bem difícil de acreditar nisto.
- Não sou o pai da criança. Mas só posso provar isto depois de sairmos daqui. Porque é impossível fazer um teste de DNA agora.
- Por que está me dizendo isto?
- Porque... Eu quero que acredite em mim.
- E por que quer que eu acredite em você?
- Porque... Eu gosto de você.
Senti meu coração acelerar tanto que parecia que sairia pela boca. Minha respiração ficou ofegante. E em vez de confessar que eu também gostava dele e que tinha um pingo de esperança renascendo dentro de mim, saí praticamente correndo deixando-o para trás, como uma adolescente que não tinha coragem de enfrentar a verdade, parecendo fugir do homem que amava por medo.
E sim, era medo que eu sentia. Medo do sentime
Na manhã seguinte, arrumamos nossas coisas e colocamos tudo de volta na mochila, seguindo caminhada para a próxima parada, que seria o lugar onde passaríamos a noite. Eliardo realmente sabia por onde seguir. E até então parecia haver o que era uma trilha em meio à floresta, o que significava que pessoas passavam por ali regularmente.Tive a impressão que subíamos e depois Eliardo confirmou que realmente aquela parte do caminho era um pouco acidentada e que perceberíamos que passaríamos por partes mais planas também.- Se quer alguma coisa com Ashley não vai conseguir ficando em silêncio o caminho inteiro. – Falei enquanto passava por Kayde.- Ela não deixa eu me aproximar – sorriu, timidamente – E nem parece que um dia fomos um casal – levantou os ombros, enquanto segurava as alças da mochila na altura do peito, parecendo descansar as m
- Isto não é verdade. Estou fazendo o trajeto com minhas malas sem reclamar. Mas... Confesso que realmente estou cansado. – Ele respirou fundo e sentou-se na mala aberta.- Cansado? – Andress riu, em tom irônico – Mal começamos a caminhar.- Não estou cansado da caminhada e sim da subida com as malas pesadas. Costumo correr uma hora todos os dias, Andress. E depois faço mais uma hora de musculação. Não tenho problemas com esforço físico. Mas malas não foram feitas para serem levadas por longos trajetos. Por isso... Levarei só uma.Eliardo não conteve o riso irônico:- Então... O que escolhe, David? A comida ou suas roupas?Todos pareciam atentos à escolha de David, que escolheu sem pressa as roupas que queria da mala aberta, depois fazendo o mesmo com a de alimentos, remédios e outros itens que julgáva
POV DAVIDCheguei a pensar em puxar assunto com Maria Eduarda, mas ao ver Élida conversando de forma tão animada com ela, optei por não interferir. Fiquei feliz que minha irmã estivesse se dando à chance de conhecer a mulher que eu sabia que seria minha esposa futuramente. Eu realmente gostaria que elas se dessem bem, já que Élida não tinha uma mãe e o seu convívio com a única figura feminina que fizesse aquele papel era Dodô, que não chegava a ser alguém da nossa família e sim uma empregada, que ganhava um ótimo salário para ao menos fingir que amava e se importava com a garota.Por mais que eu sentisse medo de assumir a guarda e criação de minha irmã aos 14 anos, sabia que ninguém poderia amá-la mais do que eu. Então faria tudo que pudesse para que Élida fosse feliz, já que uma mulher maravilhosa
- Interessante... – Não contive o comentário – É pequena, mas tem potencial... Como você, Andress! Nem tudo está perdido, meu amigo!- Nos menores frascos estão os melhores perfumes. – Ashley piscou com um sorriso, abraçando o amante/namorado.Poucos seguraram o riso. Fiquei perplexo de ela confirmar para todos o quanto Andress Montez Deocca era desprovido de um belo pau. Olhei imediatamente para Maria Eduarda, que obviamente estava tão vermelha quanto uma maçã. Nossos olhares se encontraram e sorri de forma confiante, já que imaginei que ela sabia o quanto estava bem servida agora.Andress saiu dali imediatamente, levando Ashley pelo braço, furioso com o comentário dela, que talvez tenha saído sem querer, de forma espontânea.O vento começou a se intensificar, de uma hora para outra.- David, você está louco?
- Você está vendo o que ele está fazendo comigo, Duda? – Élida reclamou.- David, ela já tem 14 anos.- Não, Maria Eduarda. Ela “só” tem 14 anos.- Está me deixando com vergonha, David. Papai jamais faria isto...- Certamente ele faria pior. Não entende que estou cuidando de você? É pelo seu bem que estou afastando-a deste garoto!- Você não é o meu pai! – Ela saiu correndo novamente, se afastando de mim.Tentei ir atrás dela outra vez, para me explicar, mas Maria Eduarda me puxou pelo braço:- Deixe-a, David.- Ela é só uma menina, Maria Eduarda. Não vou deixar que este garoto... – O que eu não deixaria afinal? Teria Zaud intenção de transar com minha irmã? Eu mataria aquele menino!- Sim, você mesmo disse: ele é um garoto
Banhei-me dos pés à cabeça, sem pressa, até que meu corpo quase não aguentasse e os ossos começassem a doer de tanto frio. Pus a roupa sobre o corpo úmido e voltei para o acampamento, me sentindo mais calmo.Quando cheguei já não tinha mais quase ninguém em volta da fogueira, todos já recolhidos em suas barracas. Fui até a de Zaud e pus a mão no vão do zíper, abrindo-o. Entrei e contemplei os cabelos claros e lisos de Élida e retirei os fios que cobriam seu rosto. Dei-lhe um beijo na bochecha e ela acordou.- Eu... Só queria dizer que te amo. – Sussurrei, tentando fazer com que ela continuasse a dormir.Fiz menção de sair quando ela puxou meu braço:- Também amo você, David.- Me desculpe por hoje... Por ter perdido nossa barraca, por ter envergonhado você com o garoto...- Eu si
- O que você quer fazer comigo, afinal? Me deixar louco?- O que “você” quer fazer comigo, David? Não acha que já sofri o bastante com a traição de Andress?- Do que está falando? – Fiquei confuso, não entendendo o que ela queria dizer.- Sobre você dizer que é noivo de TumbaLinda, mas que é tudo por conta de um contrato assinado por seus pais, quando me acordo no meio da noite e os encontro juntos debaixo de uma árvore, se divertindo.- Se divertindo? – ri, com sarcasmo – Acha mesmo que eu estava me divertindo?- Quer saber? Eu acho que sim.- Estávamos justamente discutindo a porra do contrato.Ela riu:- Acha que acredito que estavam tratando de negócios numa floresta, àquela hora da noite?Suspirei e a encarei. Seus cabelos estavam soltos, levemente ondulados, com os fios loiros e
- Estou... Acho que estou bem... – Ela disse nervosamente, sentada no chão.- O que pretendia fazer, afinal? – Eu quis saber, ainda nervoso.- Queria... Que você soubesse que eu estava aqui, porra! – Tumalina me olhou com raiva.Eliardo meneou a cabeça em sinal de desaprovação e me olhou. Depois perguntou a Tumalina:- Vou acionar o sinalizador. Acho que precisa de um médico, por conta do bebê.- Eu... Não preciso de um médico. Estou bem... Já disse.- Está grávida e se afogou. Não podemos botar a saúde do bebê em risco... Tampouco a sua. Me sinto responsável por vocês todos aqui.Quando olhei em volta percebi que quase todos estavam por ali. Maria Eduarda, ainda na beira, observava tudo de longe, atentamente e imaginei que não viria por conta de ter que nadar para chegar, mas certamente estava pr