- Exceto o fato de ser o seu chefe? – ela franziu a testa – Nada!
- Mas você poderia perguntar mais, não é mesmo?
- O que gostaria de saber sobre David que ainda não sabe?
- Tudo... Qualquer coisa.
- Não seria melhor perguntar diretamente ao CEO da D.D?
- Talvez haja segredos que ele não tenha me contado.
Ela riu:
- Se são segredos, certamente você não saberá, ou deixariam de ser.
- Mentiras...
- Acha que ele mente para você?
- Olhando em seus olhos acho que não... – lembrei exatamente da forma como ele me encarava e chegou a me dar um frio na barriga – No entanto tudo aconteceu tão rápido... E ainda tenho um pouco de dificuldade para acreditar nas pessoas depois do que aconteceu comigo.
- Em primeiro lugar, não acho que foi rápido demais entre você e David. Faz mais de
Verbena retornou com uma xícara de café puro fumegante e algumas frutas em um prato. Falava e eu não conseguia prestar atenção em nenhuma palavra que proferia.- Duda, está tudo bem? – Aquela frase foi a que me tirou do transe.Peguei o celular e entreguei-lhe. Verbena leu rapidamente e o pôs na minha frente com o visor virado para baixo.Finalmente consegui olhar em seus olhos, morrendo de vergonha. Minha médica e única e melhor amiga bebeu o café e disse:- Até o canalha do Andress pôde se explicar. É claro que você deixará David também contar sua versão, não é mesmo?- Será que não entende que eu fui o “sexo sem compromisso” dele?- O que garante que “ela” não foi o sexo sem compromisso dele?- As duas foram o sexo sem compromisso dele? – Franzi a
POV DAVID- Bebê? Que bebê? – Fiquei completamente confuso, não entendendo nada do que estava acontecendo ali.- Pelo visto não abriu seu celular hoje. – Maria Eduarda falou com a voz estranhamente rude e depois procurou um lugar para sentar-se, afastada de todos os demais.Peguei meu celular no bolso e antes que pudesse desbloquear a tela para ler as notícias, Tumalina pegou-o da minha mão:- Fui enganada por um repórter – explicou – E acabei falando mais do que devia. E saiu na mídia.- O que... Você falou? – Senti a fúria dentro de mim.- A verdade – ela levantou os ombros – Que estamos noivos e vou ter um bebê seu.Primeiro eu fiquei sem reação. Senti meu coração acelerar de tal forma que achei que pudesse ter um ataque cardíaco. Então lembrei que eu não transava com Tu
Percebi um garoto sentado de frente para nós, que não conteve o riso. Fiquei imaginando o que passava pela cabeça dele ao rir da minha irmã. Talvez eu devesse mandar Orlando pesquisar sua vida e certificar-se se tinha amor a ela.- Pois bem, Zaud! – o guia o olhou, trocando a ordem de apresentação – Você agora!O garoto de olhos claros e cabelos escuros, magricelo, abriu a boca:- Sou Zaud e podem me chamar de Zaud. Meu sobrenome não tem importância alguma – riu – Tenho 16 anos. E desde sempre acompanho o trabalho do meu tio como guia ambiental. Amo a natureza na forma virgem, a qual o homem nunca tocou. E meu sonho sempre foi conhecer a floresta da Ilha do Portal. E sim, já ouvi muito falar sobre o lago dos desejos – olhou para minha irmã – Então não creio que seja impossível encontrarmos este lugar.- É a primeira ve
- TumbaLinda? – Élida não se conteve – Ophiophagus Hannah é simplesmente... TumbaLinda? Como não pensei nisto antes?- Ophio... que? – Tumalina enrugou a testa, confusa.- Ophiophagus Hannah é o nome científico de uma espécie de cobra. – O jovem Zaud fez questão de mostrar seus conhecimentos.- Você apelidou minha filha de cobra? – Maya olhou para Élida.- Ela é só uma criança! – Falei de forma alta e grosseira com Maya, que imediatamente calou-se.- Ok, me desculpem... – Maria Eduarda levantou as mãos – Eu sempre a chamei assim, porque não conseguia pronunciar corretamente seu nome. Mas eu posso dizer... TumaLinda – errou novamente e fiquei em dúvida se foi proposital ou não – Enfim, não estamos aqui para discutir o nome ou apelido de TumbaLinda. Desejo continuar...
POV Maria EduardaEu estava saindo pela porta de vidro, para acessar a área externa do armazém quando senti alguém me puxando pelo braço. E deparei-me com Andress. Seu semblante era sério e me pareceu mais magro do que de costume:- Eu nunca desejei ser seu inimigo, Duda.- Então não deveria ter agido como se eu fosse a pior pessoa que já conheceu na vida, Andress.- Eu não agi mal... Não tenho culpa se não entendeu nada das minhas justificativas, Duda.- Ainda acha que há justificativas para tudo que fez para mim? – Ri, com escárnio, incrédula com o cinismo dele.- Sinceramente, sim. Embora não acredite, eu gosto de você.Arqueei a sobrancelha, desordenada:- Então por favor, nunca mais goste de ninguém na sua vida. O seu “gostar” é cruel, desumano e destruidor.Ashley vol
- Leu a parte que dizia “levar o mínimo possível e no menor espaço que conseguir?- E acha que fiz o que? Estou levando o mínimo possível. E não consigo menor espaço que duas malas.- Você tem algum problema? – Fiquei séria.- Exceto as fobias e a obsessão por você, não! – Sorriu debochadamente e entrou no barco.Sim, eu era a última. E por mais que tentasse negar, sabia bem o motivo: o medo.Enquanto minha mente começava a se afundar em lembranças, percebi uma mão na minha direção. Levantei o olhar e observei David. E notei que ele não tinha uma aliança, em nenhum dos dedos.Aceitei a sua mão e subi no barco. Quando tentei soltá-la ele sussurrou no meu ouvido:- Eu posso explicar tudo!Eu ri, com desdém:- Pode? – Puxei meus dedos que estav
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, TumbaLinda saiu. E eu fiquei ali, com as palavras que nem cheguei a organizar entaladas na garganta. Novamente eu seria o foco de destruição dela, como na adolescência. Mesmo com os anos passando e nós envelhecendo, parecia que minha tia e prima não mudariam nunca.Eu já nem sabia mais o que pensar. Estava dolorida, machucada emocionalmente. E o pior... Muito confusa com relação a David.Aceitar que estava apaixonada por um homem que conhecia há pouco tempo, mas parecia que sabia mais sobre ele do que o que sabia sobre Andress por uma vida inteira me deixava assustada. E não era só pela forma como eu me sentia com relação a David, mas também porque ele estava noivo, seria pai e me mentiu.Eu precisava desfocar de David e passar a bolar meu plano contra Andress, que não poderia ser somente quando saísse da f
Depois foquei em David enquanto vinha na nossa direção e... Percebi que era possível. Porque realmente ele ficava bem de cores claras em roupas esportivas. E eu poderia apostar qualquer coisa que com as escuras também ficaria perfeito. Porque tinha a impressão de que nada caía mal naquele homem estranho e ao mesmo tempo... Fofo.Era como se ele estivesse num parque de diversões e só soubesse andar no carrossel. Parecia pouco à vontade e amedrontado naquele lugar. E entendi o esforço absurdo que havia feito pela irmã.A parte ruim (ou boa) da calça branca era que por ser de tecido mais fino e de estilo mais largo, o que ele tinha no meio das pernas ficava bem visível. E... Todas as mulheres olhavam para o mesmo lugar que eu.- Acho que não devemos ficar parados por aqui, Eliardo! – Sugeri imediatamente – Estou morrendo de fome. Que horas vamos comer?