Não lembro de ter dito isto (II)

Como aquilo era possível?

- Ele gosta de você. – Élida observou, sem me olhar, seguindo com a cabeça na direção do irmão, que ainda nadava.

- Eu gosto dele – confessei – E isto é tão estranho que me assusta.

- David e eu também somos estranhos. Não no sentido de mal nos conhecermos, mas de hábitos e atitudes, entende? Tivemos tudo que o dinheiro pode comprar... E também boa parte do que ele faz a gente perder, por questão de ambição.

Respirei fundo e peguei a mão dela, enquanto ambas olhávamos na direção do homem que amávamos e nadava no lago tentando dissipar todos os seus medos:

- O que sinto por ele é forte e tenho medo. Já sofri muito e é como se meu cérebro implorasse para que eu não me jogasse de cabeça de novo. E sei muito bem sobre a ambi

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