- Ou sabia que seu avô não permitiria que se aproximasse dela por uns bons anos. – David sugeriu.
David tossiu e eu e Élida nos afastamos, a fim de deixá-lo mais à vontade. A tosse persistiu e ele parecia com dificuldade para respirar.
Quando finalmente conseguiu se recompor, perguntei, preocupada:
- Como está se sentindo? – Pus a mão em sua testa e não pareceu estar com febre.
- Bem... Estou bem. Só esta tosse chata que aparece vez ou outra. Reclamou.
Olhei para Verbena, que pareceu perceber minha preocupação:
- Se está sem febre é um bom sinal. Talvez seja só um resfriado, já que ele dormiu ao relento por várias noites.
- Fique tranquila, Maria Eduarda... Não vou deixá-la viúva antes que se torne oficialmente a senhora Dulevsky – garantiu – E isso acontecerá... Nem que sej
No momento que vi David pular, não pensei em mais nada a não ser na possibilidade de perdê-lo. Sem pensar duas vezes, corri na direção do lago e sem me preocupar com nada, tampouco com a morte que já havia tentado me levar uma vez, saltei na tentativa de encontrá-lo... Ou ao menos ser levada junto dele.Sim, se aquele homem havia se jogado nas águas escuras e profundas do lago dos desejos para recuperar algo que tinha extrema importância para mim, merecia qualquer coisa que eu fizesse por ele.Foi tudo muito rápido. Não tive muito tempo de pensar a não ser na hipótese de não o ver nunca mais.Porém quando meu corpo impactou na água, o senti afundar. E abri os olhos, não conseguindo ver absolutamente nada a não ser a escuridão. Até que em segundos cheguei ao chão, enquanto meus braços estavam para cima, implorando
- Amanheceu... Isto é fato! Queria que a lua ficasse brilhando durante o dia para que entendêssemos que era mesmo o lugar que tanto procuramos?- Quer... Tomar banho no lago? – Ele convidou.- Banho no lago? – David ficou apreensivo.Olhamos para o lago e vimos Verbena e Adriana entrando na água. E Eliardo parecia que seria o próximo.- A água... Não é gelada. E... Já que vocês estão bem... Não deve ser muito perigoso. – O garoto tentou convencer.- Claro que Élida não irá. – David disse de imediato.- Deixe-a ao menos... Molhar-se um pouco. – Tentei – Realmente é perigoso adentrarem e tentarem explorar porque ainda não está muito claro... E não conhecemos a real profundidade. Mas... Podem ficar próximos dos demais.David pareceu receoso. Pensou um pouco antes de concord
Enquanto Eliardo tentava encontrar um peixe para nossa refeição, vi Ashley com Kayde. Não pensei duas vezes e fui até ela, parando ao lado dos dois:- Só me diga uma coisa, Ashley... Por quê?Ela me olhou com ironia antes de responder:- Estou cansada de você, Maria Eduarda. Acha que sempre gostei de ficar à sua sombra? A amiga da Duda, a assessora da Duda, a colega da Duda! Eu preciso mostrar a todos que não sou uma extensão de você.- Sinto muito... Se isso aconteceu e nem percebi. Se tivesse falado comigo a respeito, eu teria tentado consertar as coisas... E entendido seu lado. Nunca quis ser melhor que ninguém e você mais do que todos sabe disto, pois estivemos juntas por longos anos.Ashley gargalhou em tom de sarcasmo:- Como você consegue ser tão sonsa?- Sinceridade agora é sinônimo de sonsa? Tentei ser boa, s&oacut
- Eu... Acho que entendi.- Mesmo que não tenha entendido, sei que lembrará desta nossa conversa ao menos por alguns anos.- Eu gosto de você, Duda.- E eu gosto muito de você, Élida... Mesmo que tenhamos nos conhecido há tão pouco tempo. Agora vá lá... E aproveite os últimos momentos ao lado do seu amado... Afinal, amanhã é o fim da nossa aventura.Élida voltou para ficar com Zaud e fiquei em dúvida se não tinha sido muito incisiva com ela. Mas então lembrei que eu gostaria muito que alguém tivesse feito aquilo comigo no passado. Talvez eu não tivesse sofrido tanto se meu avô não levasse em conta a amizade colorida que tinha com Mabel quando incentivou tanto meu namoro com Andress.Enquanto voltava para a área das barracas, percebi os pés de David para fora da minha iglu, com a abertura dela para ci
- Eu acho... Que há espaço suficiente para todas nós no helicóptero. – Élida disse, tomando uma atitude que me surpreendeu.Não pensei que a garota fosse aceitar que TumbaLinda e Maya fossem conosco, mesmo sabendo da mentira que ela havia inventado sobre a gravidez bem como o que eu e David sentíamos um pelo outro.Esperava, no mínimo, que Élida fosse escolher a mim.Fui até David e abaixei-me ao seu lado, pegando sua mão. Ele não tinha reação alguma. O corpo seguia trêmulo e aquilo me deixava completamente angustiada.- Ele ficará bem. – Verbena abaixou-se ao meu lado, pondo a mão sobre a minha.- Élida... Deixou que elas fossem junto. – Desabafei, não me controlando.- Esqueceu que a menina só tem 14 anos?- Ela... Fez 15 hoje. – Lembrei, ao mesmo tempo que percebi que nin
Maya riu com deboche:- Agora entendi tudo... A amiga de Verbena está tendo um caso com o assessor de David. Vocês planejaram todo o golpe. E ainda tem a capacidade de quererem denegrir a imagem da minha filha.Verbena a olhou por alguns segundos antes de responder:- Sou irmã de Orlando. E caso ainda não saiba, sou lésbica.Maya franziu a testa, horrorizada, dando um passo para trás de forma imediata.- Se eu fosse você me cuidava... Ouvi dizer que pode ser contagioso! – Verbena começou a rir.- Vamos? – Orlando me convidou.- Sim, sim...Seguimos eu e Orlando para um lado e Eliardo, Maya e Verbena para o lado oposto. Élida ia na nossa frente, já entrando na mata novamente.Ouvi quando Maya disse a Eliardo:- Preciso usar seu telefone de satélite. E é muito, mas muito importante mesmo.David recebeu os primeiros s
Claro que médico não me deixou ir até elas. Mas as trouxe até mim. O que eu não entendi foi o porquê de Tumalina estar junto.Assim que entraram pela porta, Élida correu até mim e abraçou-me com força, chegando a me fazer ter falta de ar. Retribui o abraço, mas não conseguia apertá-la da mesma forma, já que ainda me sentia fraco.- Achei que você iria me deixar. – Ela confessou.- Acha mesmo que eu faria isso? – peguei suas mãos entre as minhas – Ficarei incomodando você para sempre. – Brinquei.- Eu te amo, David! – Voltou a me abraçar.- Também amo você, minha doidinha. – Sorri e sobre os ombros dela meu olhar encontrou o de Maria Eduarda, me fazendo estremecer.Antes que Élida se afastasse, Tumalina se aproximou:- Como se sente, David?- O que voc&
Já deitado numa cama confortável, embora de hospital, sentindo o cheiro de lençóis limpos e desinfetados, bem como a organização do ambiente impecável, me senti muito melhor.- Nunca mais peça uma viagem de aniversário. – brinquei com Élida assim que ficamos sozinhos no quarto.- Duvido que alguém o leve junto numa expedição, David. – Ela riu e se aproximou de mim, abraçando-me novamente.- Feliz aniversário, Élida! Desculpe por tê-la feito passar seu grande dia desta forma.- O que eu poderia querer mais? – ela riu – Estou com você, vi o lago dos desejos, que era o que eu mais queria... Dei meu primeiro beijo...- E você nem fica corada ao dizer isto?- Eu não! Não fiz nada de errado. – Deu de ombros.- Maria Eduarda também não faz nada de errado...