Lívia Lafaiete"Então, é uma tradição para trazer boa sorte?" Magnólia questiona com interesse pegando a roupinha e a admirando com tanto carinho quanto eu. "Sim, na nossa cultura o vermelho protege as crianças do mau olhado." Maria responde aparentemente ficando mais leve em relação a minha mãe de criação. Mordo os lábios sem saber como entrar no assunto, são muitas coisas que desejo saber mas não sei nem por onde começar. "Você foi muito desejada, Hija." Maria toma a iniciativa atraindo minha atenção.Aperto os dedos um pouquinho. "Cresci com inveja das crianças que eram adotadas, não acho que sinto muito isso." Consigo ser sincera apesar de ver como ela acaba ficando tristonha. Alejandro passa o braço sobre os ombros da esposa se ajeitando no sofá."Acredito que a maioria dos casamentos no nosso meio são complicados no início." Da de ombros. "Mas quando as coisas se ajeitaram, Maria e eu sonhávamos com o nosso filho, tanto que após ter você tirada de nós, não conseguimos pensa
Bruno LafaieteAntes de sentar na cadeira de couro, sirvo os copos com novas doses de uísque entregando de volta para Alejandro. O homem apesar da clara desconfiança não fez questão de disfarçar a importância da sua esposa, algo que é visto como uma fraqueza dentro do nosso mundo. Bato os dedos contra o vidro me questionando se ele tem essa percepção ou se sua arrogância vai tão longe ao ponto de acreditar que não sofrerá mais nenhum tipo de ataque vindo dos seus inimigos. "Está se questionando porque não tenho problemas em demonstrar que Maria é importante para mim?" Ergue a sobrancelha com um sorriso de canto que me irrita.Tomando um gole de uísque com calma, observo o líquido se movimentando pela garganta que tanto desejo cortar. Esse puto me irrita. "Na verdade estava pensando em como deixa claro para alguém que considera como inimigo um ponto fácil de acertar." Encosto contra o couro, apoiando o braço com a bebida na mesa esperando pelas respostas do homem que mantém um sorri
Bruno LafaieteRefaço o mesmo percurso das últimas duas semanas observando a quantidade de reporteres que vem diminuindo a cada dia, descendo na frente do prédio de oitenta andares ignoro os idiotas que ainda tentam sem o menor sucesso conseguir algum detalhe dos meus lábios. Depois de ter uma tarde ontem, sorrindo e tomando café como se fosse um bom homem para agradar Livia, quase roubei o terço da Magnolia para agradecer as visitas terem ido embora e a oportunidade de foder minha esposa outra vez até dormir.Agora, passando pelos olhares cobiçosos das recepcionistas bato o solado do sapato social esperando pelo elevador. Daqui a algumas horas tenho uma reunião marcada com Afonso.Sinceramente, não sei como o maldito é meu pai e depois da conversa com Alejandro resolvi redobrar a lista na qual venho trabalhando, principalmente por estarmos dando voltas em circulos. Dos homens que andei asfixiando, estripando e partindo ao meio nenhum deles sabia dar um nome que pudesse ser usado.Ass
Gianni LafaieteCaminho pela larga varanda, observando as mãos machucadas contra o metal frio da barra de proteção o peso do anel tão grande quanto a aliança acompanhando. Balanço a cabeça mais uma vez tentando esquecer, as mãos pequenas envolvendo a minha cintura ajudam um pouco, pelo menos é o que digo toda vez que sinto a mente vagando para outra pessoa."Achava que tinha resolvido tudo com Bruno." Murmura sonolenta.O pequeno corpo sem roupa colocado contra o meu é mais um motivo para esquecer, mas é como se invocasse outra pessoa para a minha mente o tempo todo."Talvez seja melhor ir para a Italia."Acabo soltando um pouco dos meus pensamentos para ela, viver dentro dessa miséria em estar tão próximo e tão distante vai acabar me fazendo cometer a porra de uma loucura e não posso colocar minha esposa e filho nessa situação, não posso arriscar com suas seguranças, principalmente quando traidores estão prontos para tentar derrubar o meu trono e matar o meu sobrinho por ser o herdei
Livia Lafaiete São alguns dias irritantes sem encontrar com Bruno ao acordar ou antes de dormir, tenho a certeza de que está ao meu lado apenas por ter os seus lábios tocando cada parte do meu corpo durante a madrugada, roubando gemidos e contendo os meus suspiros. A maneira como venera as minhas curvas só não é mais apaixonante do que o jeito bruto e selvagem no qual começa a me foder terminando em beijos suaves contra os meus ombros, fazendo com que caia de volta no sono.Suspiro pegando o controle remoto da cabeceira e ligando o botão de comando para abrir as cortinas. A proteção nos vidros não deixa que o sol possa refletir diretamente na pele, mas causa uma sensação vibrante de bem estar. Passo a mão na barriga ainda plana, enrolada no lençol, crio coragem para sentar na cama. Hoje é a primeira ultrassom e quero muito ter Bruno ao meu lado, sei o quanto isso parece ser antiquado. Mas para uma pessoa que sonha em formar uma família, estar ao lado de um companheiro nesse momento
Livia Lafaiete. O único momento no qual Bruno realmente relaxou foi ao escutar as batidas do coração do nosso filho, depois disso preciso confessar a frustração de o ter agindo como um segurança irritado andando ao meu lado.Seguro firme em sua mão até estarmos no estacionamento. "Não precisa de tudo isso, amor." Tento mais uma vez barganhar o pouco de liberdade que tenho."Não é uma pergunta Lívia." Ele abre a porta do passageiro fazendo a minha cabeça fervilhar por culpa de uma única frase, deixo que entre e ligue o carro antes de retrucar. "Podemos estar casados e você pode ser um mafioso, mas não vou aceitar ordens suas Bruno, eu não sou um dos seus homens." Sinto os meus dedos doendo pela força na qual aperto um ao outro irritada. "É o caralho da sua segurança Lívia, isso não tem acordo, você só obedece porra." Antes de sairmos do estacionamento avanço contra ele furiosa fazendo com que gire o volante, tão rápido quanto a minha raiva ele puxa o freio de mão fazendo o carro
Bruno LafaieteDirigindo por entre as ruas de Denver, controlo a vontade de colocar a mão em cima da dela e pedir desculpas. Aperto os dedos ao redor do volante para controlar a necessidade de vê-la bem. É como uma fodida maldição, por isso decido piorar as coisas desviando do caminho que havia traçado no momento em que estava enlouquecendo com o sangue dela marcando a pele. Pelo retrovisor observo os homens acompanhando em outros carros, o prédio que visitei a alguns dias atrás em uma área rica, mas afastada do centro. Estaciono no subsolo sem trocar nenhuma palavra com Lívia, abro a porta do passageiro e aceno para Miguel. Seus olhos por um momento finalmente encontram os meus, o brilho apagado é como uma faca cortando meu peito. Travo a mandíbula antes de voltar atrás, encosto as costas contra o carro, observando enquanto Miguel a guia até os elevadores para o apartamento novo. "Tem certeza de que quer fazer isso?" A voz de Marcos atrai minha atenção. Bato o sapato social contr
Miguel Observo a maneira triste da qual ela caminha com os braços ao redor do corpo, gostaria de poder lhe abraçar como dias em que eramos apenas dois jovens com problemas familiares em um colegio tradicional da elite de Denver. Observar os olhos de Livia brilhando mesmo que estivesse em meio a pensamentos conturbados devido as contas do orfanato, costumava se manter firme em busca das notas altas e o orgulho depois de algum ataque da Barbara colocava um sorriso e seguia em frente. Cansei de sonhar com dias melhores nos quais ficava livre daquele peso, doador de esperma, poderia alcançar uma vaga na faculdade ao lado dela, criaria coragem e diria o quanto a minha vida se tornava iluminada pela presença dela. Suspiro contra as portas de aluminio, sem querer olhar para o lado e correr o risco de sentir vontade de colocar ela entre os meus braços acariciar os cachos macios. Porém, sei bem o risco de fazer algo tão passional, Livia se tornou um sonho distante demais. Tenho a própria vid