Isabella Moretti Enquanto eu ajustava o vestido e saía pela porta, uma sensação estranha me percorreu. Algo não estava certo. Quando o carro de Alberto parou em frente à mansão, eu já sentia a presença de Giovanni, mesmo que ele ainda estivesse longe de ser visto. O olhar atento dele sempre me seguia, fosse no trabalho, fosse em momentos como aquele. — Boa noite! — murmurei, tentando esconder o constrangimento. Sabia que Giovanni estava lá fora, no jardim, observando. Era óbvio. Quando entrei no carro com Alberto, uma rápida olhada pelo espelho retrovisor confirmou minhas suspeitas: Giovanni nos seguia. — Você está bem? — Alberto perguntou, com a testa franzida, enquanto acelerava pelas ruas tranquilas. — Sim, só... — hesitei. — Giovanni está nos seguindo. Alberto soltou uma risada leve, mas seus olhos não escondiam a preocupação. — Algo está acontecendo entre vocês? Suspirei, sabendo que não havia como esconder nada de Alberto. Ele me conhecia melhor do que qualquer outra pesso
Isabella MorettiEle então sai em direção a porta emeu celular tocou, Giovanni, observando de perto, soltou uma provocação:— Não vai atender? Deve ser seu namorado.— É só uma mensagem — respondi, sentindo uma leve irritação. Antes que eu pudesse me afastar, ele segurou meu braço, o toque firme, mas ao mesmo tempo delicado.— Eu não tenho namorado, nem quero ter um. O Alberto é meu melhor amigo desde a infância — disse, tentando deixar claro, mas a tensão no ar estava crescendo.Ele arqueou uma sobrancelha, o olhar penetrante.— Entendo. Já notei que você tem o costume de beijar amigos.A provocação nas palavras dele me fez sentir um frio na barriga. O desejo que eu tentava esconder ardia sob a superfície. Ele estava tão perto, o calor do corpo dele quase me envolvendo. A luta interna se tornava insuportável.— E se eu disser que não quero ser apenas um amigo seu? — a sua voz era baixa, quase um sussurro.Senti meu coração acelerar. Cada palavra dele me atraía mais para um abismo qu
Isabella MorettiEra domingo de manhã e a luz do sol entrava pela janela, iluminando meu quarto com um calor acolhedor. Levantei, tentando afastar os pensamentos da noite anterior. O que Giovanni havia dito ainda ecoava em minha mente, mas eu precisava focar em aproveitar o dia.Desci as escadas e, ao chegar ao jardim, o clima era festivo. A família Romanno estava reunida em torno da piscina, rindo e se divertindo. Giovanni estava lá, brincando com Alessandro, e a visão deles juntos trazia um sorriso ao meu rosto.Matteo, sempre brincalhão, me chamou:— Isabella! Coloque um biquíni e venha aproveitar a manhã!Relutante, mas cativada pela ideia de me refrescar, fui até meu quarto e vesti um biquíni. Ao descer novamente, todos os olhares se voltaram para mim, e o meu coração disparou ao encontrar os olhos de Giovanni. Ele me observava com um olhar que fazia meu estômago revirar, uma mistura de desejo e expectativa.Entrei na piscina, sentindo a água fria e revigorante. Brinquei com Ales
Giovanni RommanoEstava sentado na varanda, observando o céu limpo do início da tarde enquanto bebia um bom vinho com Dante. O silêncio era quebrado apenas pelo leve som da brisa e o ocasional ressonar de Alessandro, que finalmente tinha caído no sono. Meus pensamentos, porém, estavam longe. Estavam com Isabella. — Ela te deixou pensando, hein? — Dante comentou, servindo mais vinho para si mesmo. Eu apenas balancei a cabeça em concordância, levando a taça aos lábios. Ele me conhecia bem demais para eu fingir.— Isabella é diferente. — Falei finalmente, olhando para o vinho escuro na minha taça. — Eu a quero, mas sinto que tem algo que a impede de dar o próximo passo.Dante me olhou por um momento antes de soltar um suspiro.— Giovanni, já pensou que ela pode estar com medo? Talvez algo na relação passada a deixou insegura. Não é sempre fácil para as pessoas deixarem o passado para trás.Fiquei em silêncio, as palavras dele se misturando aos meus próprios pensamentos. Era evidente qu
Isabella MorettiAcordei com a luz suave do entardecer entrando pelas frestas das cortinas. Meus olhos piscavam lentamente enquanto eu sentia a leve pressão da minha mão sendo solta. Olhei ao redor e percebi que estava sozinha no quarto. Giovanni... Ele devia ter ficado comigo até eu adormecer. Um calor tomou conta do meu peito ao pensar nele, ao meu lado, em silêncio, enquanto eu chorava minhas dores em seus braços.Mas agora... algo mais urgente me atingiu: fome. Não comia desde cedo e meu estômago roncava como se estivesse querendo me lembrar disso. Resolvi descer, esperando que não houvesse muitas pessoas pela casa, mas ao me aproximar da sala de jantar, percebi risadas e conversas animadas. Quando entrei, todos estavam lá, me esperando.— Ah, finalmente! — Matteo disse com um sorriso travesso. — Já estava prestes a pedir ao Giovanni para acordar a Branca de Neve com um beijo!Eu revirei os olhos, rindo de leve.— E você certamente seria o anão feliz, Matteo. — Brinquei, arrancan
Giovanni Rommano Quando seus lábios se separaram dos meus, senti como se o mundo tivesse retomado o ritmo, e o som ao nosso redor voltou gradualmente a invadir meus sentidos. Por mais que o beijo tenha sido arrebatador, senti um toque de hesitação em Isabella. Seus olhos, ainda intensos, agora pareciam um pouco mais distantes, como se algo estivesse se formando em sua mente. Ela afastou-se levemente, o suficiente para eu perceber que algo a incomodava, mas sua mão ainda permanecia na minha, um fio de conexão que eu não queria soltar. — Giovanni — ela disse, com a voz suave, mas carregada de um peso que eu não esperava. — Eu preciso que a gente vá devagar. Eu... ainda não estou pronta para um relacionamento sério. Eu gosto de você, mas preciso de tempo para entender o que estou sentindo. Aquelas palavras bateram forte em mim, mas não da forma que eu imaginava. Não era rejeição, era honestidade. E era algo que eu respeitava profundamente. Olhei para ela e, por um momento, tentei ab
Giovanni Rommano Eu acordei cedo na manhã seguinte. A casa estava tranquila enquanto eu calçava meus tênis e saía para correr. A brisa fresca me ajudava a organizar os pensamentos. O dia anterior havia sido intenso, e havia algo no olhar de Isabella que me dizia que eu precisava protegê-la do seu passado misterioso. Quando voltei da corrida, fui direto para o chuveiro. A água quente relaxava meus músculos, mas minha mente estava alerta. Vesti-me rapidamente e desci para a sala de estar, onde encontrei meus irmãos, Isabella, Francesca e meu filho Alessandro. O ambiente era leve, mas algo parecia pairar no ar. O assunto logo virou o buquê de flores que Isabella havia recebido mais cedo. Sem cartão, sem remetente. Mas eu sabia que havia sido eu quem pedira à minha secretária para enviá-las, sem deixar qualquer pista. Isabella me olhou de um jeito que me fez pensar que ela sabia. Matteo, sempre com uma brincadeira na ponta da língua, comentou: — Parece que a Isabella está com a
Isabella MorettiApós o café da manhã, todos se levantaram para seguir com suas atividades. Francesca e Matteo tinham compromissos no centro da cidade, e Giovanni precisava se reunir com o Dante e o Vittorio para tratar de alguns assuntos do cassino. Alessandro, animado, insistiu para acompanhar o pai por um tempo antes de ir para a escola.Fiquei na sala, observando cada um sair, e senti uma estranha paz tomar conta de mim. Era como se, por um breve momento, as incertezas que me rodeavam tivessem dado lugar a algo mais tranquilo, quase familiar. Enquanto eu recolhia os pratos da mesa, ainda refletia sobre a conversa com Alessandro. A simplicidade com que ele via as coisas me fez sorrir, mas também me deixou um pouco pensativa. Ele, com toda sua inocência, parecia enxergar o que eu mesma tentava entender.Giovanni voltou à sala por um instante, já pronto para sair. Ele olhou para mim e, por um segundo, achei que fosse dizer algo importante, mas, ao invés disso, ele apenas sorriu e