Thalia.Dois dias depois...Tomei uma respiração profunda ao sair do carro de Marcelo. Era meu primeiro dia após ter me tornado supervisora e estava extremamente nervosa. Era uma responsabilidade e tanto, embora eu tivesse certeza de que daria conta. Havia se passado dois meses desde que fora demitida e agora voltava como supervisora e grávida de um bebê que jamais imaginei ter sendo virgem.Eram mudanças demais em tão pouco tempo.— Vai dar tudo certo. — Sorri ao olhar para Marcelo.Ele estava sendo um amor e me dando conforto e coragem.— Sei que sim, mas não posso deixar de ficar nervosa.Voltei a fitar o prédio à minha frente.— Ficou lindo. — Elogiei, encantada.A entrada principal exibia uma arquitetura sofisticada, com colunas imponentes e uma fachada elegante que mesclava elementos contemporâneos com toques tropicais. O paisagismo deslumbrante, repleto de palmeiras altas, plantas exóticas e fontes decorativas, criava uma atmosfera serena e convidativa. Sem falar nas piscinas g
ThaliaVirei-me e segui para dentro do resort.— Thalia, que bom que você voltou! — Ana, uma das recepcionistas e colega de trabalho, saudou sorrindo e veio me cumprimentar.— Estávamos com saudades! — Agatha chegou até nós e sorriu, me dando um breve abraço. Ana fez o mesmo.— Eu também estava com saudades de vocês — respondi, sentindo-me emocionada por estar de volta ao convívio delas.Eu gostava de todos aqui, até da Gabriela, minha ex-chefe, que pegava no meu pé por qualquer besteira.— Como está se sentindo ao estar de volta e como supervisora? — Ana questionou, em tom baixo e eufórico.Ri.— Nervosa, confesso. Temendo não suprir as expectativas.— Isso é impossível. É a pessoa mais trabalhadora, organizada e gentil que conheço. — Agatha me elogiou. — Todos te amam.— Amamos mesmo.Sorri e me virei, dando de cara com Vagner, o gerente geral e um colega de trabalho. Tivemos bons momentos quando eu trabalhava aqui como recepcionista. Ele sempre foi gentil e me ajudava quando tinha
Thalia.— Sim, o conhece? — Minha expressão ainda era confusa e olhei na direção do meu namorado, que já estava a um passo de nos alcançar.— Ele é o...— Vagner Trindade. Que bom te ver. — Marcelo o cortou e depois agarrou minha cintura com possessividade e tomou meus lábios em assalto, dando-me um beijo possessivo.Senti que ele queria marcar território, mas preferi não criar caso por isso. Estava cansada e com fome, depois teria uma conversa com ele sobre sua possessividade no meu trabalho.— Senhor Marcelo...— Vilard, eu posso ver que se lembra de mim. — Pegou a mão de Vagner e a apertou com uma força maior que o necessário, o que acarretou uma careta do gerente geral do resort.A expressão de Marcelo ainda era fechada, seu maxilar estava travado e sua postura exalava tensão. Os dois trocaram olhares e Vagner focou em mim. Não entendi essa interação, mas antes que questionasse algo, Vagner se despediu e foi embora.Vi-o entrar no carro e sair cantando pneu.— O que foi isso? Você
Thalia.Estávamos na casa de Mateus, irmão de Marcelo, em uma conversa amigável com sua esposa, Mariah. Ela havia nos convidado para um almoço, pois queria me conhecer. Marcelo já havia confirmado ao seu irmão que estávamos namorando e Mateus havia dito estar feliz por nós e que me aceitava na família, mas que queria me conhecer melhor para saber se Marcelo me merecia.Ri ao ouvi-lo falar tal coisa, o que lhe rendeu uns cascudos do irmão mais novo, mas entendi que era apenas implicância de irmãos. Eles se amavam e isso se via ao longe. O almoço seguia tão leve e descontraído que percebi não ser um simples encontro, mas uma oportunidade rica de fortalecer nossos laços familiares e criar conexões. Uma que eu torcia para que se tornasse real e duradoura, pois desejava viver com Marcelo por muito tempo, para sempre, se isso fosse possível.Eu o amava e o queria ao meu lado. Ao nos sentarmos à mesa, um clima acolhedor envolveu a todos nós. Mariah, com seu sorriso contagiante e olhos brilh
Marcelo.Dia da inauguração...O quarto estava impregnado com uma atmosfera de tensão palpável, como se as paredes estivessem prestes a desmoronar com o peso dos segredos que carregava. O carpete macio sob meus pés parecia um lembrete silencioso de que não havia mais para onde fugir. Eu sabia que o momento da verdade estava próximo, e isso me deixava ainda mais nervoso.Não podia seguir mentindo para Thalia e o medo de perdê-la me sufocava.Os móveis luxuosos contrastavam com meu estado de espírito agitado. O espelho no qual eu me olhava parecia refletir não apenas minha imagem física, mas também a tormenta dentro de mim. Ao meu lado, Mateus me observava com um misto de preocupação e desaprovação. Seus olhos, tão semelhantes aos meus, pareciam penetrar minha alma, expondo todas as minhas fraquezas e indecisões.Ele havia sido meu apoio ao longo dos anos, mas nem mesmo ele podia me salvar dessa vez.— Já contou a verdade a ela? — O questionamento me fez voltar a suar como se eu não tiv
Marcelo.Ele virou-se para encarar-me, uma expressão raivosa cruzando seu rosto.— Nada, senhor... — senti seu esforço ao me tratar com formalidade. Na certa, queria quebrar minha cara do mesmo jeito que eu queria quebrar a dele. — Marcelo Toledo Vilard. — O modo como disse meu nome, com deboche e veneno escorrendo por cada palavra, me enfureceu ainda mais.— Não ouse ir contra mim, Vagner, e muito menos pague de santo, pois isso é algo que você não é. — Rosnei, minha paciência se esgotando rapidamente. — Eu sei exatamente o que está fazendo, e não vou tolerar isso.— Acredita que pode me ameaçar, senhor Vilard? — soltou uma risada sarcástica. — Você é quem está mentindo aqui, Marcelo. — acusou, suas palavras cortantes como lâminas afiadas.— Você está enganando Thalia e sabe muito bem que ela não merece isso. Acha-se superior, que com seu poder pode comprar qualquer um, mas não a merece!As palavras dele me atingiram como um soco no estômago. Eu senti uma raiva fervente borbulhar den
Thalia.Minutos antes...Estava prestes a sair da cabine do banheiro quando ouvi vozes abafadas. Curiosa, me aproximei da porta para ouvir melhor e escutei algumas funcionárias do hotel conversando. O que ouvi fez meu coração acelerar e minha respiração ficar irregular.— Você viu como ela conseguiu aquele cargo de volta? Foi um golpe muito sujo. Mas não me surpreendeu saber que estava dormindo com o dono de tudo isso aqui, já que Thalia nunca me enganou. Talvez esteja até grávida dele e o esteja chantageando. — A voz era recheada de deboche e malícia e mais risadas tomaram conta do local, me paralisando.As palavras cruéis ecoaram na minha mente, deixando-me atordoada. Senti como se tivesse levado um soco no estômago. Aquelas fofocas maliciosas não apenas feriram minha reputação, mas também abalaram minha confiança e dignidade.Determinada a esclarecer a situação, abri a porta e dei passos em direção às vozes, meu coração batia forte em meu peito. Ao chegar perto, reconheci a figura
Thalia.Meu coração batia descompassado enquanto eu observava Marcelo fazer seu discurso. A sensação de traição me consumia, misturada com a dor de ter sido injustamente acusada de algo tão desprezível quanto ser uma golpista. Eu me sentia vulnerável e desamparada, como se o chão tivesse sido arrancado sob meus pés.Enquanto as palavras dele ecoavam pelo salão, eu lutava para conter as lágrimas que ameaçavam transbordar. Eu tinha me sentido tão próxima dele, tão segura em seu amor, mas agora tudo parecia desmoronar ao meu redor.Tentei me lembrar do motivo pelo qual estava ali, da promessa que havia feito a mim mesma de confrontar Marcelo sobre suas mentiras e omissões. Mas agora, vendo-o ali, tão confiante e seguro de si, eu me sentia paralisada pela dor e pela decepção.Ele contou que eu estaria na clínica de reabilitação, visitando o meu pai, no entanto, as coisas não saíram como ele planejara. Eu havia recebido uma mensagem da secretária do dono do hotel, informando que todos os f