Ashley se sentou no sofá, olhando para o semblante rígido da mãe, que parecia determinada a descobrir o que estava acontecendo com a filha. O clima pesado da sala contrastava com o brilho suave do sol que entrava pela janela, intensificando o desconforto de Ashley.
Mãe de Ashley: “Ashley, o que está comemorando com você? Essas faltas, notas baixas… Não é de hoje que você vem mudando. Eu nem te reconheço mais!”
Ashley desviou o olhar, tentando encontrar uma resposta que acalmasse a mãe sem ter que revelar nada sobre Eleonora e o mundo perigoso em que estava se envolvendo.
Ashley: “Mãe, eu... Eu só... tenho treinado sobre outras coisas que... vão além das matérias da escola.”
A mãe soltou um suspiro frustrado, esfregando as têmporas.
Mãe de Ashley:
Ashley estava imersa em uma das passagens mais intensas de um dos livros que Eleonora lhe deu quando seu celular vibrou ao lado da cama. Olhou a tela e viu o nome do pai aparecer, uma chamada inesperada. Hesitou antes de atender, tentando se lembrar da última vez em que realmente conversamos. Desde que ele havia mudado para outra cidade, as ligações eram raras.Ela finalmente deslizou o dedo pela tela, atendendo a chamada.Ashley: “Oi, pai…”Pai de Ashley: “Ei, Ash! Como você está? Faz tempo que não conversamos…”A voz dele falou de uma preocupação discreta, como se houvesse algo que ele queria perguntar mas não sabia por onde começar.Ashley: “Sim, faz tempo. Eu estou bem… Quer dizer, estou estudando e… tudo normal.”O pai riu levemente, mas Ashley ouviu um to
A madrugada estava calma, e o quarto de Ashley estava iluminado apenas pela luz fraca do abajur, enquanto ela caía lentamente no sono. Sentiu-se afundando num oceano de lembranças estranhas, como se algo profundo dentro dela estivesse esperando para emergir. De repente, estava em outro tempo, outro lugar. Os sons e cheiros eram diferentes, o ar denso e perfumado com o aroma de ervas e lenha queimada.No sonho, Ashley descobriu que não era mais ela mesma, mas uma jovem com trajetórias humildes, vivendo em uma pequena vila onde a divisão entre ricos e pobres era clara e implacável. Seu nome era Elara, a antiga amada de Eleonora Sentia a mesma essência que tinha como Ashley, mas envolta numa vida ainda mais vulnerável.Ela olhou para trás, notando que estava em uma floresta espessa e isolada, escondida no meio das árvores. E ali estava Eleonora – ou melhor, uma versão dela, jovem e igualment
A noite estava especialmente fria, e a lua cheia lançava uma luz prateada sobre a clareira na floresta onde Eleonora e Ashley se encontravam. O som das folhas sendo pisadas e o vento soprando entre as árvores criava um cenário quase teatral, perfeito para o que estavam prestes a fazer. Eleonora olhou ao redor, como se quisesse garantir que não havia nada além das sombras para testemunhar o que estava por vir.Ashley observou sua parceira. Vestida de preto, com uma expressão séria e ao mesmo tempo protetora, Eleonora exalava uma aura sombria e poderosa. Era difícil não sentir o peso do momento e das revelações recentes. Sabia que estava lidando com algo que, semanas atrás, teria parecido impossível, mas agora tudo fazia sentido de uma forma perturbadora.Eleonora deu um passo à frente, segurando uma pequena estaca de madeira em uma das mãos. Ela a ofereceu a Ashley com um sorriso discreto, quase como um desafio.— Esta será sua melhor amiga daqui para frente — disse Eleonora, os olhos
De volta à rotina do colégio, Ashley sentia o peso da dupla vida que levava. Entre as aulas, as cobranças da mãe e o mundo oculto que agora fazia parte de sua vida, parecia que tudo exigia mais dela do que jamais imaginara. No entanto, algo dentro dela havia mudado — agora ela entendia a responsabilidade e os riscos que aquela jornada envolvia.O treino com Eleonora na noite anterior lhe proporcionara mais segurança e um vislumbre das habilidades que precisaria desenvolver, mas também a deixara exausta. Sentada na aula de história, ela lutava para manter os olhos abertos enquanto o professor explicava os contextos sociais do século XVIII. De repente, seu telefone vibrou embaixo da mesa, e ela discretamente olhou para a tela.Era uma mensagem de Eleonora: "Preciso falar com você no intervalo. É importante."Ashley franziu a testa, tentando imaginar o que poderia ser tão urg
O sol mal surgira no horizonte quando Ashley despertou. O feitiço de proteção ainda ecoava em sua mente, as palavras e o calor que sentira ao praticá-lo. Havia um orgulho silencioso em saber que poderia se proteger, mesmo que minimamente, em um mundo onde seres sobrenaturais rondavam.Assim que chegou ao colégio, avistou Eleonora de longe, parada em seu canto habitual, perto da árvore onde costumavam conversar. Os olhos de Eleonora brilharam ao ver Ashley se aproximar, e ela deu um sorriso, algo entre o orgulho e a serenidade.— Dormiu bem? — Eleonora perguntou, o tom suave, mas havia um brilho de preocupação em seu olhar.— Na medida do possível, sim. Depois de tudo o que li e pratiquei, até que foi uma boa noite. Acho que estou começando a entender a importância disso tudo, Eleonora. — Ashley respondeu, tentando transmitir a determinação que
No dia seguinte, Ashley encontrou Eleonora novamente, conforme combinado. Eleonora segurava um pequeno pacote envolto em um tecido antigo. O objeto parecia ser pesado, mas Eleonora o segurava com cuidado, quase como se estivesse lidando com algo sagrado.— Este é o amuleto que mencionei. — Ela desdobrou o tecido, revelando um medalhão prateado, com uma pedra escura no centro. Ele emitia um brilho suave, como se contivesse uma energia própria.— Uau… — Ashley murmurou, encantada. O medalhão parecia ter uma presença, como se estivesse vivo de alguma forma.Eleonora o entregou nas mãos de Ashley, que sentiu um leve formigamento ao tocar a pedra. — Ele vai proteger você, Ash. Ele age como um escudo, não só contra ataques físicos, mas também contra qualquer influência mágica. Michael ou qualquer um dos aliados dele não serão capazes de alcançá-la facilmente com este amuleto.Ashley colocou o medalhão em volta do pescoço, sentindo o peso reconfortante. — Obriga
Ashley fechou a porta de seu quarto com um leve estalo, sentindo o peso das emoções e das revelações recentes. A conversa com Eleonora ainda ecoava em sua mente como uma melodia sombria, entrelaçando passado e presente de uma maneira que a fazia se sentir como uma prisioneira de algo muito maior do que ela poderia entender. A marca de seu relacionamento era, agora, um segredo e um fardo. Ela olhou para o amuleto que Eleonora lhe dera, pendurado no pescoço, sentindo uma espécie de conforto naquela pequena pedra escura. Estava quente contra sua pele, como se tivesse vida própria, pulsando levemente ao ritmo de sua respiração. A pedra era o elo entre elas, um símbolo de que, mesmo em meio ao perigo, Eleonora faria de tudo para protegê-la. Ashley pegou um dos livros que Eleonora emprestara e o abriu. As páginas antigas e amareladas contavam histórias sombrias sobre vampiros, falando de suas forças e fraquezas. Seus olhos percorreram as linhas com intensidade, absorvendo cada palavra como
Ashley sentiu um arrepio estranho enquanto atravessava os portões da escola. Era um calor de verão, mas algo no ar parecia denso, quase elétrico, e trazia a sensação de que algo especial estava prestes a acontecer. Durante o dia, a expectativa de visitar a casa de Eleonora a deixava inquieta e, ao final da última aula, lá estava ela, esperando-a do lado de fora do prédio.Eleonora apareceu de mãos nos bolsos, com aquele olhar que sempre a fazia se sentir segura e, ao mesmo tempo, curiosa. "Pronta para conhecer meu mundo?" perguntou ela, oferecendo-lhe a mão com um sorriso brincalhão.Ashley riu, sem conseguir esconder o nervosismo. "Pronta para tudo… acho." Pegou a mão de Eleonora e juntas caminharam até uma parte mais antiga e arborizada da cidade.A casa era um casarão gótico, com paredes cobertas de hera escura e janelas altas de vidro antigo, algumas tingidas com belos vitrais. Os contornos da construção eram elegantes e sombrios, e Ashley podia jurar que se