A manhã nasceu tranquila, mas havia algo no ar que parecia fora do lugar. Ashley acordou antes de Eleonora, os primeiros raios de sol iluminando o quarto com uma luz pálida. O ambiente estava silencioso demais, como se a própria casa estivesse segurando a respiração.Ashley vestiu um moletom e desceu para a sala, esperando encontrar algum conforto no cheiro de café fresco. No entanto, assim que chegou ao andar de baixo, uma sensação gélida correu por sua espinha. Algo estava errado.— Eleonora? — chamou, olhando ao redor.Antes que pudesse investigar mais, a porta da frente bateu com força, e Eleonora apareceu ao seu lado em um piscar de olhos.— Você sentiu isso? — Eleonora perguntou, a voz tensa.Ashley assentiu, o coração acelerado. — Tem algo estranho acontecendo.Antes que pudessem discutir mais, um som ecoou pela casa. Era o som de algo arranhando a madeira da porta da frente. Lentamente, Eleonora se aproximou da porta, com os sentidos em alerta.— Fique atrás de mim, Ash — Eleo
Ashley estava no quarto, a luz fraca do abajur lançando sombras nas paredes. O livro de bruxaria estava aberto sobre a cama, suas páginas gastas exibindo diagramas intricados e palavras em uma língua que ela começava a entender. Papéis cobriam o chão ao redor, repletos de anotações e desenhos que ela fizera durante as horas exaustivas de estudo.Ela passou as mãos pelo rosto, exausta. Tentara de tudo: traduzir os textos mais antigos, combinar ingredientes para feitiços experimentais e até meditar, buscando respostas dentro de si mesma. Nada parecia suficiente. Michael era uma força implacável, um predador à espreita, e o tempo estava se esgotando.— Por que isso é tão difícil? — murmurou, jogando a cabeça contra o travesseiro.Foi quando sentiu algo diferente. Um arrepio percorreu sua espinha, como se o ar ao seu redor tivesse mudado. A sensação era familiar, mas ainda assim a deixava inquieta.Ashley sentou-se, olhando ao redor do quarto. A princípio, tudo parecia normal, mas então,
O amanhecer trouxe um clima de inquietação para Ashley. A conversa com sua mentora ainda ecoava em sua mente, e cada palavra parecia se misturar ao som do vento do lado de fora. Ela desceu para a cozinha, onde Eleonora já estava de pé, preparando café com uma serenidade que contrastava com o turbilhão de pensamentos de Ashley.Eleonora olhou para ela com um sorriso caloroso, mas rapidamente percebeu o semblante tenso da namorada.— Você não dormiu bem, não é? — Eleonora perguntou, colocando uma xícara de café na frente de Ashley.Ashley suspirou, passando os dedos pelos cabelos.— Não é isso... quer dizer, dormi, mas tive outro encontro com minha mentora.Eleonora arqueou as sobrancelhas e se sentou à mesa.— O que ela disse desta vez?Ashley contou tudo, desde o feitiço de contenção até os requisitos necessários para realizá-lo. Cada palavra fazia Eleonora se inclinar mais para frente, como se estivesse pronta para absorver cada detalhe.— Um lugar de poder, algo que pertence a Micha
Ashley segurava o papel amassado com a mensagem de Michael. Seus olhos percorriam a caligrafia intensa, quase agressiva. Uma ideia começou a se formar em sua mente enquanto analisava cada detalhe. Ela respirou fundo, sentindo uma mistura de excitação e preocupação.— Eleonora, e se a caligrafia dele contiver mais do que palavras? — perguntou Ashley, girando o papel entre os dedos.Eleonora, que estava sentada no sofá revisando mapas do bosque que elas planejavam usar como armadilha, levantou os olhos.— Como assim?— Michael é poderoso, mas ele também é arrogante. A maneira como ele escreve... É como se ele estivesse canalizando energia para cada palavra. Talvez eu possa usar isso contra ele.Eleonora levantou-se, aproximando-se de Ashley.— Você acha que pode reverter a energia dele?Ashley assentiu.— Não tenho certeza absoluta, mas vale a tentativa. Ele deixou isso aqui como um recado, mas pode ser uma ligação direta com sua magia. Se eu conseguir decifrar... talvez possamos criar
Ashley observava a cidade enquanto o carro seguia pela avenida principal. Era uma tarde cinzenta, e as nuvens pesadas refletiam bem seu humor. Sentada no banco do passageiro ao lado de sua mãe, ela não conseguia deixar de pensar em como sua vida havia mudado drasticamente em questão de meses. Antes, vivia em uma cidade pequena onde todos se conheciam, onde o maior evento do ano era a feira de artesanato local e o céu era sempre estrelado à noite. Agora, tudo que via à sua frente eram prédios altos, ruas movimentadas e um constante ruído de fundo que a deixava tonta.— Estamos quase chegando, Ash, - disse sua mãe, com um sorriso tenso nos lábios.Ashley não respondeu. Estava ocupada demais tentando processar tudo. O divórcio, a mudança, a nova cidade… Era demais para ela. Sua mãe parecia estar tentando se manter otimista, mas Ashley via a tristeza escondida em seus olhos. O casamento tinha acabado há apenas três meses, e sua mãe ainda estava se ajustando tanto quanto ela.O carro entro
A manhã seguinte trouxe consigo uma leve neblina que cobria o bairro. Quando Ashley acordou, a luz fraca que entrava pela janela parecia ainda mais fria do que o dia anterior. Ela se levantou lentamente, sentindo o corpo pesado, como se tivesse carregado o mundo em suas costas durante a noite.Desceu as escadas e encontrou a mãe na cozinha, já vestida para o trabalho.— Bom dia, querida. Como foi a noite?-Ashley deu de ombros.— Difícil dormir.-Sua mãe sorriu de maneira reconfortante.— É normal. Vai melhorar com o tempo. Hoje tenho que sair para resolver algumas coisas do trabalho, mas deixei um pouco de café pronto, se você quiser.— Obrigada.Depois que a mãe saiu, Ashley ficou sozinha na casa. O silêncio era opressor. Ela preparou uma xícara de café e se sentou na mesa da cozinha, olhando para o celular em busca de algo que distraísse sua mente. Mas nada parecia aliviar o desconforto.Com o passar das horas, ela decidiu dar uma volta pelo bairro. Precisava sair de casa e respira
Os dias seguintes passaram devagar. Ashley e sua mãe começaram a desempacotar as caixas, tentando transformar a casa vazia em um lar. Cada novo objeto colocado no lugar era um pequeno passo em direção à normalidade, mas ainda assim, Ashley sentia-se deslocada. A antiga rotina havia sido completamente destruída, e ela se agarrava a qualquer coisa que pudesse lhe dar uma sensação de controle.Naquela mesma semana, chegou o primeiro dia de aula. Ashley se levantou cedo, com um nervosismo que há muito tempo não sentia. Vestiu-se de maneira simples, com uma camiseta preta, jeans e tênis confortáveis. Ela não queria chamar atenção, apenas passar despercebida, como uma sombra entre a multidão.O caminho até a escola foi rápido. O campus era grande, com prédios modernos e um pátio central que parecia sempre cheio de estudantes. Assim que entrou, sentiu todos os olhares voltados para ela. Sabia que era normal em uma escola nova, mas isso não tornava a sensação menos desconfortável.Ela foi até
Ashley acordou na manhã seguinte com a luz do sol invadindo o quarto através das persianas. Ela se espreguiçou, sentindo os músculos ainda tensos após dias de estresse. Era o começo de uma nova semana, e com isso, mais um passo para se ajustar à nova realidade. Ela ainda não se sentia em casa. A nova casa era maior do que o antigo apartamento em que vivia com os pais, mas parecia fria, impessoal, como se faltasse algo que tornasse aquele lugar verdadeiramente dela.Levantando-se, Ashley olhou para a janela. O bairro era silencioso pela manhã, com poucas pessoas na rua. A mudança para a cidade grande deveria trazer excitação, novas oportunidades, mas até agora, tudo o que ela sentia era a ausência do que costumava ser. A separação dos pais a afetara mais do que queria admitir. E aquele sentimento de incompletude parecia enraizado profundamente em sua alma.Após se arrumar, Ashley desceu para a cozinha, onde sua mãe estava preparando o café. O silêncio ali era quase palpável, interrompi