NicoleO fim de semana ao lado de Oliver e Eloá foi maravilhoso. Passeamos de bicicleta, fizemos trilha nos parques que eram repletos de vida selvagem e visitamos alguns pontos turísticos, como faróis e até mesmo uma rápida excursão de barco. Foram dois dias bastante movimentados e quando voltávamos para o hotel à noite, Eloá estava cansada o suficiente para dormir bem cedo, o que nos possibilitou alguns momentos de à dois. Eu me sentia bem mais disposta e tranquila ao voltar para Nova York na segunda-feira pela manhã e aquele clima agradável perdurou por quase toda a semana, algo que me fez sentir mais como a Nicole de antes, apenas vivendo o momento sem ficar pensando a todo o momento em problemas para os quais ainda não temos solução.Na sexta-feira, após a aula, novamente Oliver e Eloá estavam lá para me buscar para tomarmos sorvete e acabamos chegando ao prédio mais tarde do que de que costuma, por volta das dezenove horas.Ao abrir a porta, o telefone do apartamento estava toca
EmilyO fim de semana com a família de Douglas nos Hamptons foi tão terrível quanto eu já imaginava, mas consegui sobreviver. Douglas não se afastou de mim um minuto sequer, mesmo com todas as tentativas de sua família de o afastar e me deixar indefesa, ou ao menos era assim que eu acredito que eles pensam sobre mim. Não deixa de ser verdade, afinal, eu não pretendo me indispor com os meus futuros sogros, mesmo eles sendo insuportavelmente esnobes.— Tenho algo que pode animá-la — Douglas tinha comentado quando estávamos a sós em seu quarto na casa dos Hamptons — Como você mesma presenciou durante o último ano, mamãe e Nora costumam passar a maior parte do ano viajando, com exceção do verão, onde elas passam mais tempo na cidade. — Não propriamente em Nova York — eu complementei — Mas eu consegui entender o que você quer dizer.Douglas estava tentando me consolar ao sugerir que não precisamos manter contato com a família dele durante todo o ano, o que é verdade. O grande tormento tev
Oliver Precisei de toda a minha frieza para conseguir lidar com Martina mais uma vez. É sempre difícil encontrar a mulher que carregou um bebê por nove meses em seu ventre e mesmo assim conseguiu ser uma pessoa horrível que ela se mostrou ser durante anos e que apenas eu não percebi. Isso é algo que não consegui superar ainda. Penso seriamente em procurar terapia para conseguir lidar melhor com tudo o que envolveu o meu casamento com aquela “megera”, como Nicole costuma chamá-la quando acredita que eu não estou ouvindo. Eu já tinha conseguido ouvir pequenos trechos de conversas dela com Charlotte e Emily onde todas se referem a minha ex-esposa como megera e eu concordo totalmente com elas. Apenas tento evitar trazer esse assunto para a minha relação com Nicole, pois percebo que ela sempre fica bastante abalada quando falamos sobre isso. — Querido, estava morrendo de saudades de você — Foi a primeira coisa que Martina falou quando abri a porta para ela. Não satisfeita em dizer aqu
NicolePara evitar maiores problemas com Martina, optei por permanecer no quarto de Eloá após a saída da pequena ao lado do seu pai. Imagino que o rostinho triste da minha garotinha era o reflexo do meu, pois vê-la daquela forma partiu o meu coração.— Elas já saíram — Oliver avisou, entrando no quarto e sentando-se ao meu lado, no braço da poltrona. — Eu não confio na Martina — Desabafei aquilo que estava entalado na minha garganta há tempo demais — Ela é má.— Eu também não confio nela, mas espero que nada de ruim aconteca com a minha filha, pois não tenho certeza do que sou capaz de fazer. O rosto de Oliver estava duro, de uma forma como nunca o vi antes e a sua mandíbula estava cerrada, com uma veia saltada em seu pescoço. Imagino o quanto está sendo difícil para ele manter o controle das emoções. Eu me sentia muito próxima do limite.Eu pretendia tentar acalmá-lo, mas naquele momento a campainha tocou. ?nos entreolhamos em silêncio e imagino que Oliver pensou o mesmo que eu, p
EmilyApesar de estarmos nos Hamptons e há apenas um quilômetro de distância dos Carter, Douglas conseguiu evitar qualquer contato com a sua família durante todo o sábado e parte do domingo, ao que eu fiquei verdadeiramente feliz. O fato de Oliver e Nicole terem nos acompanhado com certeza foi o maior responsável pela distância auto imposta.Eu cheguei a acreditar que Douglas estava se rendendo aos laços de sangue e queria ficar perto da família, uma vez que durante toda a semana não os tinha visto e por esse motivo a sua decisão de viajar novamente para os Hamptons naquele fim de semana. Percebi que estava enganada sobre isso quando nós não fomos à casa dos Carter, optando por ficar apenas com as crianças, a minha irmã e o meu cunhado.Algumas atitudes de Douglas durante o fim de semana também me fizeram ter certeza de que o motivo da nossa viagem não foi realmente para ver a família de Douglas e desconfiar que talvez ele estivesse apenas tentando me manter longe de Nova York e isso
OliverQuando Emily e Douglas me contaram o que tinha acabado de acontecer com a minha filha, eu perdi o chão sob os meus pés. Como pode alguém ser tão relapsa ao ponto de não prestar a atenção na própria filha enquanto a babá vai ao banheiro? Apenas alguns minutos, dr0ga! Martina não pode ficar responsável pela filha dela, uma criança de apenas sete anos, apenas por alguns minutos? É inconcebível a forma como Martina simplesmente não se importa e parece não ter amor algum por uma criança que saiu de seu próprio ventre. Sinto-me a pior das criaturas mais uma vez ao assumir a minha parcela de culpa nesta história e quando cheguei ao hospital, o meu peito estava dolorido pelo sofrimento de saber o que poderia ter acontecido com Eloá se outras pessoas não tivessem intercedido pela minha filha.— Onde está a minha filha? — Não perdi tempo a perguntar.Tínhamos acabado de chegar à sala de espera do hospital para o qual a minha filha tinha sido trazida e a maneira como encontrei Martina, a
NicoleAproveitei um momento de distração de Oliver e saí da sala de espera apressada. Eu não conseguiria me sentir tranquila sabendo que fui a causadora de qualquer problema para Oliver, por esse motivo optei por fugir antes que ele perdesse totalmente o controle e acabasse discutindo com Martina, algo que eu pressenti que está bem próximo de acontecer.Martina não queria estar perto da filha e a maior prova desse fato é que ela preferiu deixar Eloá aos cuidados da babá até o momento em que ela se deu conta de que Oliver e eu ficaríamos juntos da nossa pequena. Nesse momento ela rapidamente mudou de ideia, provavelmente com o único objetivo de ter alguns momentos a sós com o ex-marido.Mesmo sentindo-me corroendo de ciúmes, preciso aceitar o que vier a acontecer, mesmo que isso queira dizer que Oliver aceitará Martina de volta, apesar de tudo o que ela já aprontou.Isso não quer dizer que não estou triste. Sinto que até a minha postura neste momento é de derrota, ao chegar na recepçã
EmilyA primeira pessoa que vi ao entrar na cafeteria foi o Thomas e por mais estranho que aquilo pudesse parecer, eu senti o meu coração acelerar dentro do peito e algumas lembranças dos anos que passamos juntos voltaram a me atormentar. Algo bastante inconveniente de acontecer nesse momento.Por noites e noites depois que recebi a carta de Thomas com a notícia de que tinha vendido a nossa casa, eu chorei sem conseguir acreditar que o garoto que amei e com quem me casei teve a coragem de cometer tamanha maldade comigo e, principalmente com os nossos filhos. Mas eu continuei firme e resistindo a tudo o que estava acontecendo e os meus filhos foram o meu maior incentivo para que eu conseguisse fazer isso. Agora, vou ficar novamente diante do homem responsável pelos piores dias da minha vida, onde eu sofri sem saber o que seria da minha família sem ter um teto para morar e eu não posso esquecer disso de maneira alguma. É uma questão de honra. E me apeguei ao fato dele nem mesmo ter ten