NicolePara evitar maiores problemas com Martina, optei por permanecer no quarto de Eloá após a saída da pequena ao lado do seu pai. Imagino que o rostinho triste da minha garotinha era o reflexo do meu, pois vê-la daquela forma partiu o meu coração.— Elas já saíram — Oliver avisou, entrando no quarto e sentando-se ao meu lado, no braço da poltrona. — Eu não confio na Martina — Desabafei aquilo que estava entalado na minha garganta há tempo demais — Ela é má.— Eu também não confio nela, mas espero que nada de ruim aconteca com a minha filha, pois não tenho certeza do que sou capaz de fazer. O rosto de Oliver estava duro, de uma forma como nunca o vi antes e a sua mandíbula estava cerrada, com uma veia saltada em seu pescoço. Imagino o quanto está sendo difícil para ele manter o controle das emoções. Eu me sentia muito próxima do limite.Eu pretendia tentar acalmá-lo, mas naquele momento a campainha tocou. ?nos entreolhamos em silêncio e imagino que Oliver pensou o mesmo que eu, p
EmilyApesar de estarmos nos Hamptons e há apenas um quilômetro de distância dos Carter, Douglas conseguiu evitar qualquer contato com a sua família durante todo o sábado e parte do domingo, ao que eu fiquei verdadeiramente feliz. O fato de Oliver e Nicole terem nos acompanhado com certeza foi o maior responsável pela distância auto imposta.Eu cheguei a acreditar que Douglas estava se rendendo aos laços de sangue e queria ficar perto da família, uma vez que durante toda a semana não os tinha visto e por esse motivo a sua decisão de viajar novamente para os Hamptons naquele fim de semana. Percebi que estava enganada sobre isso quando nós não fomos à casa dos Carter, optando por ficar apenas com as crianças, a minha irmã e o meu cunhado.Algumas atitudes de Douglas durante o fim de semana também me fizeram ter certeza de que o motivo da nossa viagem não foi realmente para ver a família de Douglas e desconfiar que talvez ele estivesse apenas tentando me manter longe de Nova York e isso
OliverQuando Emily e Douglas me contaram o que tinha acabado de acontecer com a minha filha, eu perdi o chão sob os meus pés. Como pode alguém ser tão relapsa ao ponto de não prestar a atenção na própria filha enquanto a babá vai ao banheiro? Apenas alguns minutos, dr0ga! Martina não pode ficar responsável pela filha dela, uma criança de apenas sete anos, apenas por alguns minutos? É inconcebível a forma como Martina simplesmente não se importa e parece não ter amor algum por uma criança que saiu de seu próprio ventre. Sinto-me a pior das criaturas mais uma vez ao assumir a minha parcela de culpa nesta história e quando cheguei ao hospital, o meu peito estava dolorido pelo sofrimento de saber o que poderia ter acontecido com Eloá se outras pessoas não tivessem intercedido pela minha filha.— Onde está a minha filha? — Não perdi tempo a perguntar.Tínhamos acabado de chegar à sala de espera do hospital para o qual a minha filha tinha sido trazida e a maneira como encontrei Martina, a
NicoleAproveitei um momento de distração de Oliver e saí da sala de espera apressada. Eu não conseguiria me sentir tranquila sabendo que fui a causadora de qualquer problema para Oliver, por esse motivo optei por fugir antes que ele perdesse totalmente o controle e acabasse discutindo com Martina, algo que eu pressenti que está bem próximo de acontecer.Martina não queria estar perto da filha e a maior prova desse fato é que ela preferiu deixar Eloá aos cuidados da babá até o momento em que ela se deu conta de que Oliver e eu ficaríamos juntos da nossa pequena. Nesse momento ela rapidamente mudou de ideia, provavelmente com o único objetivo de ter alguns momentos a sós com o ex-marido.Mesmo sentindo-me corroendo de ciúmes, preciso aceitar o que vier a acontecer, mesmo que isso queira dizer que Oliver aceitará Martina de volta, apesar de tudo o que ela já aprontou.Isso não quer dizer que não estou triste. Sinto que até a minha postura neste momento é de derrota, ao chegar na recepçã
EmilyA primeira pessoa que vi ao entrar na cafeteria foi o Thomas e por mais estranho que aquilo pudesse parecer, eu senti o meu coração acelerar dentro do peito e algumas lembranças dos anos que passamos juntos voltaram a me atormentar. Algo bastante inconveniente de acontecer nesse momento.Por noites e noites depois que recebi a carta de Thomas com a notícia de que tinha vendido a nossa casa, eu chorei sem conseguir acreditar que o garoto que amei e com quem me casei teve a coragem de cometer tamanha maldade comigo e, principalmente com os nossos filhos. Mas eu continuei firme e resistindo a tudo o que estava acontecendo e os meus filhos foram o meu maior incentivo para que eu conseguisse fazer isso. Agora, vou ficar novamente diante do homem responsável pelos piores dias da minha vida, onde eu sofri sem saber o que seria da minha família sem ter um teto para morar e eu não posso esquecer disso de maneira alguma. É uma questão de honra. E me apeguei ao fato dele nem mesmo ter ten
NicoleConforme o que combinamos na aula do dia anterior, Kevin e eu nos encontramos na biblioteca da universidade no período da tarde para fazer os últimos ajustes do nosso trabalho para a faculdade. Kevin é um cara bastante agradável e acabei esquecendo os meus problemas por algumas horas e rindo bastante com algumas das histórias que ele me contou, todas elas envolvendo a sua família, que parecia ser uma grande e divertida família texana.Kevin tinha vindo para Nova York em busca de um sonho, que é cursar jornalismo e o próximo passo é conseguir se destacar na área e ser um repórter famoso. Sua família toda o apoiava, mas ele está em Nova York sozinho e mora no Bronx. Descobrimos que somos praticamente vizinhos, o que também rendeu muito assunto sobre a situação atual naquela região, como o aumento da criminalidade e o quanto está se tornando um local perigoso para morar.Aquilo me trouxe a lembrança de Oliver e da nossa discursão naquela manhã, quando eu o avisei que após as aula
OliverEu mal pude acreditar nos meus olhos quando saí da casa de Emily e me deparei com Nicole dentro de um carro desconhecido em companhia de um homem. Pior ainda, ela parecia estar se divertindo muito na companhia dele, como há muito tempo ela não consegue se divertir comigo e isso foi algo difícil de aceitar.Ela bem mesmo notou a minha presença na calçada, ao sair do carro ainda com um grande sorriso estampado em seu rosto, mas ao me ver, a sua expressão se transformou completamente, voltando a ficar tensa e a testa franzida em preocupação. Ela estava nitidamente nervosa agora.— Não vai dizer nada? — Insisti.— Você está insinuando algo completamente descabido e eu não vou aceitar isso de forma alguma — Como sempre fez, Nicole se impôs — O Kevin é apenas um colega da faculdade e não há qualquer relação diferente entre nós.Apesar de acreditar totalmente naquilo que Nicole estava dizendo, mais uma vez percebi o quanto a nossa relação está afetando-a de maneira negativa, tirando t
DouglasQuando uma das recepcionistas da empresa me avisou da presença da minha irmã no prédio da Reloading, imediatamente eu já antecipei que iria me aborrecer. Não é necessário ser um gênio para saber que Nora jamais viria me visitar no trabalho por mero desejo de ver o irmão. Ela tinha uma missão.Sendo assim, bloqueei o computador e me encostei melhor na cadeira, apenas aguardando pela entrada triunfal da minha querida irmãzinha. Apesar de conhecer toda a minha família muito bem e discordar de grande parte das coisas que eles fazem, continuam sendo a minha família e apesar de tudo, eu tento manter boas relações com todos eles. — Eu não sabia que precisava marcar hora para falar com o meu próprio irmão! — Nora disse de maneira dramática ao entrar na minha sala.— Você marcou? — Perguntei sem me deixar abalar.— Mas é claro que não! — Então, não foi necessário marcar hora para falar comigo — Dei de ombros, indicando a cadeira à minha frente — Sente-se, querida irmãzinha e me conte