EmilyA primeira pessoa que vi ao entrar na cafeteria foi o Thomas e por mais estranho que aquilo pudesse parecer, eu senti o meu coração acelerar dentro do peito e algumas lembranças dos anos que passamos juntos voltaram a me atormentar. Algo bastante inconveniente de acontecer nesse momento.Por noites e noites depois que recebi a carta de Thomas com a notícia de que tinha vendido a nossa casa, eu chorei sem conseguir acreditar que o garoto que amei e com quem me casei teve a coragem de cometer tamanha maldade comigo e, principalmente com os nossos filhos. Mas eu continuei firme e resistindo a tudo o que estava acontecendo e os meus filhos foram o meu maior incentivo para que eu conseguisse fazer isso. Agora, vou ficar novamente diante do homem responsável pelos piores dias da minha vida, onde eu sofri sem saber o que seria da minha família sem ter um teto para morar e eu não posso esquecer disso de maneira alguma. É uma questão de honra. E me apeguei ao fato dele nem mesmo ter ten
NicoleConforme o que combinamos na aula do dia anterior, Kevin e eu nos encontramos na biblioteca da universidade no período da tarde para fazer os últimos ajustes do nosso trabalho para a faculdade. Kevin é um cara bastante agradável e acabei esquecendo os meus problemas por algumas horas e rindo bastante com algumas das histórias que ele me contou, todas elas envolvendo a sua família, que parecia ser uma grande e divertida família texana.Kevin tinha vindo para Nova York em busca de um sonho, que é cursar jornalismo e o próximo passo é conseguir se destacar na área e ser um repórter famoso. Sua família toda o apoiava, mas ele está em Nova York sozinho e mora no Bronx. Descobrimos que somos praticamente vizinhos, o que também rendeu muito assunto sobre a situação atual naquela região, como o aumento da criminalidade e o quanto está se tornando um local perigoso para morar.Aquilo me trouxe a lembrança de Oliver e da nossa discursão naquela manhã, quando eu o avisei que após as aula
OliverEu mal pude acreditar nos meus olhos quando saí da casa de Emily e me deparei com Nicole dentro de um carro desconhecido em companhia de um homem. Pior ainda, ela parecia estar se divertindo muito na companhia dele, como há muito tempo ela não consegue se divertir comigo e isso foi algo difícil de aceitar.Ela bem mesmo notou a minha presença na calçada, ao sair do carro ainda com um grande sorriso estampado em seu rosto, mas ao me ver, a sua expressão se transformou completamente, voltando a ficar tensa e a testa franzida em preocupação. Ela estava nitidamente nervosa agora.— Não vai dizer nada? — Insisti.— Você está insinuando algo completamente descabido e eu não vou aceitar isso de forma alguma — Como sempre fez, Nicole se impôs — O Kevin é apenas um colega da faculdade e não há qualquer relação diferente entre nós.Apesar de acreditar totalmente naquilo que Nicole estava dizendo, mais uma vez percebi o quanto a nossa relação está afetando-a de maneira negativa, tirando t
DouglasQuando uma das recepcionistas da empresa me avisou da presença da minha irmã no prédio da Reloading, imediatamente eu já antecipei que iria me aborrecer. Não é necessário ser um gênio para saber que Nora jamais viria me visitar no trabalho por mero desejo de ver o irmão. Ela tinha uma missão.Sendo assim, bloqueei o computador e me encostei melhor na cadeira, apenas aguardando pela entrada triunfal da minha querida irmãzinha. Apesar de conhecer toda a minha família muito bem e discordar de grande parte das coisas que eles fazem, continuam sendo a minha família e apesar de tudo, eu tento manter boas relações com todos eles. — Eu não sabia que precisava marcar hora para falar com o meu próprio irmão! — Nora disse de maneira dramática ao entrar na minha sala.— Você marcou? — Perguntei sem me deixar abalar.— Mas é claro que não! — Então, não foi necessário marcar hora para falar comigo — Dei de ombros, indicando a cadeira à minha frente — Sente-se, querida irmãzinha e me conte
NicoleOliver tinha feito uma pequena mala com todas as coisas que Eloá poderia precisar e na manhã seguinte eu a arrumei para levá-la à escola. Quando o motorista chegou para buscá-la, ela já estava pronta e bastante animada, pois Emily iria aproveitar para pegar carona com eles e deixar os gêmeos na escola também.Nós tínhamos tomado café todos juntos, Emily, eu e as crianças, então não tocamos em nenhum assunto comprometedor na frente dos pequenos falantes. Emily e eu tínhamos conversado bastante na noite anterior sobre tudo o que estava acontecendo, inclusive sobre o seu encontro com Thomas e tudo o que ela sentiu ao rever o pai dos seus filhos e conversar com ele sozinha, agora sem a presença de Melanie, por exemplo, como aconteceu no primeiro "reencontro" entre eles.Melhor não pensar sobre isso agora. Após essa noite longe do Oliver tomei uma importante decisão e não importa o que as pessoas pensam ou dizem, apenas eu sei o quanto é difícil conviver com uma mulher como Martina
DouglasEu estava em frente a porta da casa de Emily, prestes a usar a minha chave para abri-lá, quando um táxi estacionou em frente a residencia, o que me deixou bastante curioso. Demorei mais que o necessário para girar a chave. Por algum motivo, eu esperei, aguardando para ver que sairia do veículo aquela hora, mesmo sabendo que poderia ser apenas um vizinho qualquer chegando em casa e o taxista apenas tinha errado o local correto de estacionar.Qual não foi a minha supresa ao ver que se tratava na verdade da minha cunhada e, ainda mais espantoso, ela estava em companhia de um rapaz, que também desceu do carro. Eles trocaram alguns palavras e logo ele estava beijando-a e voltando a entrar no carro.Nicole permaneceu por alguns segundos no mesmo lugar, até que pareceu se dar conta do risco que estava correndo ao ficar parada na calçada aquela hora. Em se tratando do Bronx, ela estava sendo bastante irresponsável, na verdade.— Douglas!? — Nicole disse assustada, ao me ver.Só nesse
OliverQuando Nicole me mandou uma mensagem perguntando se eu poderia encontrá-la em uma cafeteria perto da sua casa no Bronx, eu já sabia qual o tema desta conversa. Aquele seria o fim da nossa relação. Eu não tinha mais a minha garota comigo. Sendo assim, eu não me surpreendi nenhum pouco ao ouvir diretamente da sua boca que era melhor terminar tudo entre nós. — Eu entendo, Nicole — Eu estava sendo completamente honesto — Você não tem ideia de como eu te entendo.Não tentei convencê-la do contrário. Ela merecer mais e eu sei disso. Não sou louco. Ela merece viver a sua vida da melhor forma possível. E se houver interesse em algum cara, que seja alguém sem um passado-presente tão conturbado.— Eu espero que sejamos amigos, mas não acho que isso seja possível, não é mesmo? — Ela sugeriu com incerteza.— Está enganada — Muito enganada! — Estarei disponível para qualquer coisa que precisar. Poderá sempre contar comigo, está ouvindo?— Eu agradeço muito por tudo, Oliver — Nicole parecia
NicoleEu sei que tomei a atitude correta ao terminar o meu relacionamento com Oliver. Se estou em dúvida sobre nós e, principalmente, sobre estar com ele ou não, significa que eu não o amo tanto quanto eu pensava. Ao menos foi essa a conclusão que eu cheguei após a minha breve conversa com Douglas. Ele conhece muito bem o melhor amigo, mas Douglas também me conhece e acompanhou toda a nossa história desde o ínicio, então, o que ele me disse foi na tentativa de ajudar, eu sei que sim. Para não pensar no Oliver e em tudo o que vivemos durante aquele ano que passamos juntos, eu tentei me dedicar completamente aos estudos. Porém, agora que não tenho mais o Oliver comigo, falando em termos financeiros, também não quero depender da Emily, pois não seria justo. Ela continua fazendo os seus doces por encomenda, mas eu jamais iria ficar dependendo da minha irmã, então, quando alguns dias depois eu vi um anúncio de vaga para garçonete em uma lanchonete próximo ao campus da universidade, eu nã