O abraço de Nicolas era quente e firme, como se pudesse afastar todos os medos que ainda pulsavam dentro de mim. Eu sentia seu coração batendo forte contra o meu, como se quisesse me garantir que tudo ficaria bem. De repente, um trovão cortou o céu, iluminando a sala em um clarão intenso. Um arrepio percorreu minha espinha, e antes que eu percebesse, meus braços apertaram Nicolas com mais força. — Está tudo bem, Jhulietta — ele murmurou contra meus cabelos, sua voz grave e reconfortante. — Estou aqui com você. Assenti, ainda sem conseguir falar, apenas me deixando envolver por sua presença. Meu corpo tremia levemente, não só pelo medo que ainda latejava em mim, mas também pela adrenalina que parecia não querer me deixar. Nicolas afastou-se um pouco para olhar em meus olhos. Seu olhar escuro e intenso carregava uma preocupação genuína. — Vamos para o sofá — ele disse baixinho. Apenas assenti, permitindo que ele guiasse meus passos até a sala. Quando me sentei, Nicolas ajoel
Nicolas Santorini A chuva batia contra as janelas com uma força imensa, criando uma melodia incessante que preenchia o silêncio entre nós. Eu podia ouvir o leve tremor em sua respiração, o modo como Jhulietta ainda lutava contra o medo que parecia não querer se afastar dela. Ela estava ali, tão perto de mim, e ao mesmo tempo, tão distante, presa em seus próprios receios. Mas sabia que, de alguma forma, ela precisava de mim. Eu precisava dela.Ela estava com os olhos fechados, como se estivesse espantando seus demônios, e vê-la tão vulnerável partia meu coração. A cada respiração dela, eu sentia um impulso de protegê-la, de acalmá-la. A todo momento, eu dizia que estava ali para ela, e a cada vez que eu repetia essas palavras, ela parecia um pouco mais tranquila.— Jhulietta — chamei seu nome baixinho, a voz suave, quase como um sussurro.Ela virou para mim, os cílios ainda molhados pelas lágrimas que ela tentava conter. Cada pedaço dela que eu via, que eu tocava, me fazia querer prot
Jhulietta Duarte A noite ainda estava silenciosa quando abri os olhos. O quarto estava mergulhado em sombras, iluminado apenas pelos feixes fracos da lua que escapavam por entre as cortinas. Nicolas dormia ao meu lado, sua respiração tranquila e ritmada, o braço ainda descansando sobre minha cintura, como se temesse que eu escapasse.Mas eu não queria escapar.Fiquei ali, deitada ao lado dele, revivendo cada instante do que havíamos compartilhado. Meu corpo ainda sentia a presença dele, a maneira como ele me tocava, com reverência e paixão. Cada toque, cada beijo, cada palavra murmurada contra minha pele... tudo estava gravado em mim.E então, me lembrei do que ele disse no momento em que estávamos fazendo amor:"Olhe nos meus olhos, Jhulietta. Sempre que a chuva cair, quero que lembre desse momento... e não do que aconteceu antes."Fechei os olhos e deixei a lembrança da noite anterior me envolver. A chuva lá fora ainda caía, mas, dessa vez, seu som não me trazia medo. Trazia a memó
O sol brilhava no céu de uma forma que só fica depois de um dia chuvoso, e uma brisa fresca tornava o clima perfeito. Casais passeavam de mãos dadas, crianças corriam pelo gramado, e o cheiro de café recém-passado das barracas espalhava-se pelo ar.— Adoro esse lugar — murmurei, observando uma fonte próxima onde algumas crianças brincavam.— Eu também — Nicolas disse, entrelaçando seus dedos nos meus. — Mas só porque você está aqui comigo.Revirei os olhos, mas não consegui evitar um sorriso.— Ah, para!Ele riu, me puxando para mais perto.— Apenas digo a verdade.Enquanto caminhávamos, Nicolas e eu conversávamos sobre coisas aleatórias, rindo de pequenos momentos do nosso dia. O clima estava leve, confortável. Mas então, meus olhos pousaram em um grupo de crianças brincando.— O que foi?— Nada demais, só estou com saudades de Ethan.Nicolas sorriu de lado, balançando a cabeça.— Você realmente é apegada ao meu filho, né?— Muito mesmo. Mas precisamos conversar com ele… não sei o qu
Chegamos em minha casa e Nicolas fez questão de carregar as sacolas do mercado. O clima entre nós ainda estava leve, repleto da intimidade que havíamos compartilhado no parque. Nicolas parecia relaxado, mas algo em seu olhar denunciava que havia algo rondando sua mente. — Você pode ir escolhendo um filme enquanto eu preparo o almoço — digo abrindo as sacolas e colocando as coisas na pia da cozinha. — E perder a chance de te ver cozinhando? Nem pensar. Revirei os olhos, mas um sorriso brincou em meus lábios. Ele se encostou na porta da cozinha, cruzando os braços, e ficou ali, me observando com atenção. — Sabe que é estranho, né? — comentei, enquanto terminava de retirar os ingredientes das sacolas. — O quê? — Nicolas perguntou curioso. — Você me encarando desse jeito,chefe.Ele deu de ombros. — Gosto de te ver fazendo as coisas, e aqui não sou seu chefe. Ri baixinho e comecei a preparar o peixe. Cortei os ingredientes com cuidado, sentindo seu olhar atento em cada movime
Nicolas Santorini O filme terminou e Jhulietta suspirou satisfeita, ainda aconchegada ao meu lado no sofá. Eu, por outro lado, estava mais atento a ela do que ao que passava na tela. Seu corpo estava relaxado, a cabeça levemente encostada em meu ombro. O cheiro do seu shampoo adocicado se misturava ao aroma do vinho que ainda estava em nossas taças. Eu poderia ficar assim por horas, mas ela se mexeu e me encarou com um sorriso travesso. — Agora vem a melhor parte — ela anunciou, se levantando do sofá. Arqueei uma sobrancelha, curioso. — E qual seria essa parte? — Você vai me ajudar a lavar a louça. Revirei os olhos, fingindo um suspiro pesado. — Deveria saber que isso era uma armadilha. Ela riu, me puxando pela mão. Me deixei ser guiado até a pequena cozinha dela, observando o espaço enquanto ela começava a empilhar os pratos na pia. A cozinha era simples, compacta, mas bem organizada. O balcão estava um pouco gasto, o fogão não era dos mais modernos, e os armários dem
Jhulietta DuarteOlhei para o relógio e suspirei. O ponteiro das horas já passava das cinco e olhei para Nicolas. Ele precisava voltar para casa, e eu precisava descansar para o trabalho no dia seguinte. — Nicolas, já está tarde — comecei, sentando-me no sofá e o encarando. — Você precisa voltar para casa. Ele franziu a testa e cruzou os braços, em uma postura teimosa que me fez sorrir. — Só volto se você for comigo. Revirei os olhos, já imaginando que ele não facilitaria as coisas. — Eu volto amanhã bem cedo, prometo. Ele arqueou uma sobrancelha. — Bem cedo? — Sim — garanti. — Tipo, quatro da manhã? — Ah, Nicolas, não exagera! — reclamei, me levantando do sofá.Ele me observou em silêncio, e eu sabia exatamente o que ele estava pensando. Ele não queria me deixar sozinha, e eu também não podia negar que estava com um pouco de medo daqueles caras estranhos voltarem. — Tá bom, eu vou com você — cedi, pegando algumas roupas e jogando na mochila. O sorriso vitorio
Assim que entrei no quarto de Nicolas, ele fechou a porta atrás de nós e me puxou suavemente para seus braços. Seu toque era quente, reconfortante, e seu olhar me prendia de uma forma que fazia meu coração acelerar. — Finalmente sozinhos — ele murmurou, deslizando as mãos por minha cintura. Sorri, sentindo meu corpo arrepiar sob seu toque. — Achei que você estivesse cansado — provoquei, entrelaçando meus dedos nos cabelos dele. — Para você, sempre terei energia — ele sussurrou antes de me beijar. O beijo foi profundo, envolvente, cheio de sentimentos que palavras jamais poderiam traduzir. Nossas roupas foram sendo deixadas pelo caminho, enquanto nossas mãos exploravam cada detalhe um do outro. Entre toques suaves e sussurros apaixonados, nos entregamos completamente. Depois, deitados lado a lado, Nicolas me envolveu em seus braços, sua respiração calma contra meus cabelos. — Você está bem? — ele perguntou baixinho, seus dedos desenhando círculos em minha pele. — Nunca