Depois da sorveteria, seguimos para o shopping, onde Ethan parecia estar no paraíso com tantas opções de brinquedos e roupas. Ele correu de loja em loja, e Nicolas insistiu em comprar quase tudo que o menino pedia, dizendo que "um sábado em família" merecia ser especial.— Não acha que está mimando demais? — perguntei, rindo, enquanto Nicolas pagava por um carrinho de controle remoto que Ethan insistiu em levar.— Talvez, mas não consigo resistir quando ele está tão feliz. — Ele sorriu, mas logo sua expressão ficou mais séria. — E quanto a você? Não quer nada?— Eu? Não preciso de nada, Nicolas. Já estou feliz assim.— Hm... — Ele fez uma expressão pensativa, como se não acreditasse completamente.Após o shopping, seguimos para o parque, onde Ethan correu direto para o playground. Sentamos em um banco próximo, observando-o brincar com outras crianças.— Sobre mais cedo... — comecei, quebrando o silêncio.— Já disse, não foi ciúmes — ele respondeu imediatamente, sem me olhar.— Certo.
Nicolas Santorini Passar o dia com Ethan e Jhulietta foi incrível. Por um momento, realmente parecíamos uma família. Quando o garçom mencionou isso, não o corrigi. Tudo estava indo muito bem até que meu celular apitou.Era uma mensagem de Olívia:“Oi, meu bem! Será que podemos nos encontrar?”Li rapidamente e bloqueei a tela, voltando minha atenção para Ethan, que estava radiante pelos três gols que tinha feito no jogo. Ele contava os detalhes animado quando meu celular apitou novamente.“Nick, estou com saudades das nossas loucuras. Sei que você sente falta também.”Respirei fundo, tentando conter a irritação. Pedi licença e procurei um lugar reservado para ligar para ela. Assim que atendeu, Olívia não perdeu tempo.— Sabia que você não resistiria ao ver minha mensagem. — Sua voz era provocante, o que só aumentou minha exasperação.— Olívia, por favor, me deixa em paz. O que tivemos acabou há muito tempo. Eu não quero mais nada com você.— Ah, Nick, para de fingir. Sei que você aind
Jhulietta DuarteDepois que Nicolas saiu, ajudei dona Neuza a retirar a mesa. Quando terminei, dona Bryana me chamou para um canto. — A senhora deseja conversar comigo? — perguntei, já imaginando sobre o que seria. — Sim, gostaria. Jhulietta, eu agradeço muito pelo que você tem feito pelo Ethan. Ele precisava de alguém que o ouvisse e o entendesse como você faz. Mas, ultimamente, tenho observado algumas coisas preocupantes e gostaria de conversar com você sobre isso. — Sim, o que a está preocupando? — Tenho notado você muito próxima do senhor Santorini. Já presenciei duas situações complicadas entre vocês. Então, quero lembrá-la de que você está aqui exclusivamente para cuidar do Ethan. — Claro! Como a águia que é... — murmurei baixinho. Ela franziu o cenho. — O que você disse? — Que a senhora é muito observadora. — Sorri levemente. — Entendo o que quer dizer, mas pode ficar tranquila. Não estou aqui para tomar o lugar da senhora Laura. Sei que ela se foi recentemente,
Depois de conversar um pouco com Renata, eu me ajeitei na cadeira ao lado da cama, tentando parecer mais relaxada. No fundo, sabia que minha amiga era observadora demais para não notar algo diferente em mim. Ela sempre foi assim, pegava os detalhes no ar. E hoje, parecia que seria o dia em que tudo viria à tona.— Jhulie, sabe o que eu estava pensando? — Renata disse, interrompendo meus devaneios.— O quê? — perguntei, fingindo inocência.— Que você está muito apegada a esse menino. Você fala dele com tanto carinho, com tanto cuidado...Sorri para ela, assentindo.— Ele é uma criança incrível, Renata. Muito especial. E passou por tanta coisa... Como não me apegar?Ela arqueou uma sobrancelha, aquela expressão de quem estava prestes a dar o golpe final.— Certo. Mas me diz uma coisa, você está apegada só a ele?Senti meu rosto queimar. Renata percebeu na hora e abriu um sorriso vitorioso.— Eu sabia! Não é só ao menino. Você está apegada ao pai também, não está? Anda, Jhulie, conta tud
Nicolas Santorini Após desligar o celular, estava me preparando para ir embora quando meu celular tocou e vi o nome de Eduardo no visor. — Se quer me chamar para ir a algum puteiro, esquece, eu não vou. — Disse antes que ele começasse, e meu amigo soltou uma gargalhada. — Não é nada disso. Pensa que eu só vivo em puteiros? — Tenho certeza, mas se não é isso, então me diga. — Você se esqueceu que hoje tem o coquetel na casa dos Bittencourt? — Pior que eu realmente havia me esquecido disso. — Tinha se esquecido, não é? Está vendo como sou um bom amigo. Vai sozinho, levar a professorinha ou quer uma acompanhante? Conheço uma que é gata. — Sai fora! Eu iria sozinho, mas você me deu uma excelente ideia. Nos vemos no coquetel. Desliguei e fui direto para casa. Quando cheguei, Ethan e Jhulietta estavam brincando com um jogo. — O que estão jogando? — Banco Imobiliário, quer se juntar? — Jhulietta perguntou, e me sentei ao lado deles. — Tenho um coquetel para ir e havia me e
Jhulietta Duarte Eu estava sentada à mesa, com Ethan muito falante e animado. Enquanto ele falava, eu apenas ria e assentia, mas não conseguia deixar de notar os olhares ao meu redor. Alguns homens me encaravam com desejo, enquanto algumas mulheres lançavam olhares de desprezo. Definitivamente, aquele ambiente não era o meu lugar. — Tia Jujubinha, você está bem? Quer que eu chame o meu pai? — Ethan perguntou com preocupação nos olhos. — Não precisa, meu amor. Está tudo bem. — Sorri para tranquilizá-lo, mesmo que o desconforto estivesse evidente. Um garçom passou e me ofereceu uma bebida. Aceitei, na esperança de relaxar um pouco. Foi quando uma mulher bonita se aproximou, com um olhar que oscilava entre curiosidade e julgamento. — Olá, você é a babá do Ethan, não é? — Ela perguntou, avaliando-me de cima a baixo. — Sou tutora dele, sim. — Hum! Que fofinho. Então está aqui bancando a Cinderela por uma noite? — O tom ácido e o sorriso falso me deixaram imediatamente alerta.
Depois de um tempo, outros empresários chamaram Nicolas para uma conversa, e ele disse que já retornava. Ethan e eu já estávamos de saco cheio da festa.Após comer uma sobremesa, Ethan me puxou pelo braço.— Tia Jujubinha, podemos ir para outro lugar? Aqui está muito chato.Sorri para ele.— Claro, meu amor. Vamos encontrar seu pai e avisar que estamos saindo por um tempo.Levantei-me e fui em direção a Nicolas. Ele imediatamente percebeu minha aproximação e interrompeu a conversa com os empresários.— Está tudo bem? — perguntou ele, olhando primeiro para mim e depois para Ethan.— Está sim. Ethie e eu só vamos dar uma volta. Aqui está muito cheio para ele.Nicolas assentiu e, abaixando-se na altura de Ethan, disse:— Divirta-se, campeão. Mas não se esqueça de obedecer a tia Jhulietta, hein?Ethan riu e concordou com a cabeça. Quando nos afastamos, senti o olhar de Nicolas em nossas costas.Caminhamos até a área externa, onde o ar era mais fresco. Ethan parecia aliviado por sair do am
Nicolas Santorini Estava conversando com alguns empresários quando Olívia se aproximou de mim.— Olá, rapazes, posso roubá-lo por um minutinho? — perguntou, e os outros assentiram.Me afastei com ela e a encarei de semblante fechado.— O que você quer?— Calma, amor. Só queria te mostrar que sua Cinderela favelada está ali passando vergonha. Brincando de pega-pega com as crianças como se fosse uma recreadora — disse com sarcasmo, achando que me envergonharia.— E o que você tem a ver com isso? — retruquei, frio.Ela torceu a boca, surpresa com minha indiferença.— Não acredito que você acha normal essa garota se comportar assim. O que está acontecendo com você? Em outras épocas, você não agiria dessa maneira — disse incrédula.— As pessoas mudam. E, sinceramente, ela não está fazendo nada de errado. Se eu fosse você, iria caçar algo mais útil para fazer.Ela saiu batendo os pés, frustrada. Sua provocação não surtiu o efeito esperado. Decidi me aproximar de onde Jhulietta estava. Ela