Depois de um banho relaxante e um tempo escolhendo o que vestir, finalmente me olhei no espelho, ajeitando os últimos detalhes. Optei por um vestido preto de alças finas, que moldava meu corpo de forma elegante, e combinei com um salto discreto. Meu cabelo estava solto, com ondas leves caindo sobre os ombros, e a maquiagem destacava meus olhos, deixando-me com um ar sofisticado, mas sem exageros. Respirei fundo, satisfeita com o resultado, e peguei minha clutch antes de sair do quarto.Assim que abri a porta, dei de cara com Nicolas, que parecia prestes a bater. Ele parou no mesmo instante, me olhando de cima a baixo, e um sorriso se formou lentamente no canto de seus lábios. — Uau... — Ele passou a língua pelos lábios antes de me puxar pela cintura. — Você está absolutamente deslumbrante. Senti um calor subir pelo meu corpo com a forma como ele me olhava, como se eu fosse a única mulher no mundo. — Obrigada. — Sorri, deslizando as mãos pelos ombros dele. — Você também não está na
Após um longo e cheio de aventuras dia, estávamos finalmente prontos para encerrar a tarde. Ethan estava com uma energia contagiante, mas a noite estava se aproximando, e os sinais de cansaço já se faziam presentes. Nicolas e eu estávamos a caminho do restaurante, já discutindo onde iríamos comer, quando ele parou de repente, me olhando com aquele sorriso de quem estava prestes a perguntar algo.— E a Renata? — ele perguntou, como se lembrasse da amiga que ainda não havia se juntado a nós. — Não vai sair?Suspirei, pensando no dia dela.— Ela disse que estava muito cansada, precisava descansar antes de sair de novo. — Respondi, sei bem como é querer um pouco de paz após um dia agitado. — E você, o que aconteceu com o Eduardo? Ele não veio com a gente?Nicolas deu uma risada baixa, claramente sabendo onde aquilo iria dar.— Ah, ele foi para uma boate local se divertir um pouco. Acho que não está tão cansado assim... — Ele deu de ombros, com um sorriso travesso.Eu não pude evitar solt
Acordei com a sensação de que o dia prometia ser repleto de risadas, tombos e, é claro, mais momentos que seriam lembrados para sempre. O sol ainda estava fraco, mas já refletia na neve, tornando o ambiente perfeito para o que eu sabia que seria uma aventura com minha turma. O plano era claro: esquiar. Eu e Nicolas já havíamos concordado que passaríamos o dia na estação de esqui, curtindo a neve e tentando aproveitar ao máximo o que restava da viagem.Quando saímos do quarto, encontrei Renata já na sala, com um casaco de esqui e uma expressão um tanto pensativa. Ela estava quieta, observando algo pela janela. Vi que Ethan estava agitado, dando pulinhos de excitação, e Eduardo, bem, Eduardo estava ali, com um olhar de sono profundo. Ele ainda não tinha recuperado completamente da noitada, e sua cara de sono não passava despercebida.— Bom dia, turma! — Disse eu, tentando animar o ambiente. — Preparados para encarar a neve?Eduardo soltou um bocejo exagerado e me olhou com um sorriso me
No outro dia abri os olhos sentindo cada músculo do meu corpo reclamar. Minhas pernas pareciam feitas de chumbo, minhas costas estavam doloridas e meus braços, bem, eu nem sabia que se podiam sentir dores nos braços depois de esquiar. Se era assim que atletas se sentiam após um dia intenso de treinos, eu respeitava ainda mais o trabalho duro deles.Virei-me na cama com um gemido de dor e percebi que Nicolas já estava acordado. Ele se apoiava na cabeceira, com um sorriso divertido no rosto, segurando o celular.— Bom dia, esquiadora profissional! — ele brincou, rindo ao me ver me contorcendo na cama.Fechei os olhos por um instante e fiz uma careta ao tentar sentar.— Não me zoa, Nicolas. Estou destruída. Minhas pernas não querem me obedecer.— Isso se chama dor da experiência. — Ele riu e, sem aviso, jogou um travesseiro em mim. — E você deve estar orgulhosa, porque ontem você foi um show à parte.Joguei o travesseiro de volta nele, mas sem força, porque, honestamente, meu corpo se re
Enquanto ele saía do quarto, Renata virou-se para mim e forçou um sorriso.— Me desculpa, Jhulie. Eu não queria estragar o momento de vocês.Toquei sua mão e apertei de leve.— Você não estragou nada. Ela suspirou e fechou os olhos por um instante.— As vezes sinto que estou carregando o mundo nas costas.Entendi perfeitamente o que ela queria dizer. Antes que eu pudesse responder, Nicolas voltou com um frasco pequeno nas mãos. Ele se aproximou da cama e entregou a Renata.— Aqui, você pode tomar esse sem preocupação. A Laura sempre tomava quando estava com dor durante a gravidez.Renata pegou o frasco com um olhar surpreso e agradecido.— Nicolas... Obrigada. De verdade.Ele sorriu de lado.— De nada. Agora descansa um pouco. Você precisa se cuidar.Ela assentiu e engoliu um comprimido com um gole d’água. Em seguida, acomodou-se melhor na cama e suspirou, fechando os olhos por um instante.Olhei para Nicolas e sorri. Apesar do jeito às vezes direto e inconveniente, ele sempre se pre
Você acredita que o nosso destino já está traçado de alguma forma?Eu nunca acreditei muito nisso... até meu caminho se cruzar com o de um lindo menino de olhos azuis. Através dele, encontrei mais do que buscava na vida. E tudo começou naquele final de tarde…Sou Jhulietta Duarte, professora em uma escola pública no coração da cidade. Sabe o que essa profissão me ensinou? Que a rotina simplesmente não existe. Crianças são imprevisíveis. Uma pergunta inesperada, um pequeno acidente ou um olhar carregado de uma tempestade silenciosa podem transformar um dia comum em um verdadeiro enigma.Depois de uma semana exaustiva, tudo o que eu queria era chegar em casa, tirar os sapatos, preparar um chá quente e me perder em um filme qualquer. Nada de surpresas.O relógio se aproximava das seis e meu trajeto até o ponto de ônibus era sempre o mesmo: ruas calmas, crianças rindo ao longe, um cachorro latindo, o murmúrio do trânsito ao fundo.Mas hoje… havia algo diferente.O silêncio parecia pesado,
A situação era tão irreal que parecia um sonho distorcido. Eu, uma professora de escola pública, estava agora enclausurada no banco de trás de um carro luxuoso, a mão pequena de Ethan apertando a minha com uma força quase desesperada. O homem a nossa frente emanava uma aura de tensão palpável. Sua postura rígida, os olhos fixos na estrada como se fugisse de algo, denunciavam uma batalha interna, um turbilhão de emoções contido a duras penas. — Senhor… — tentei quebrar o silêncio denso que nos envolvia como uma mortalha. — Santorini. Nicolas Santorini — respondeu ele, sem desviar o olhar da estrada. A voz grave e autoritária ecoou no interior do carro, revelando um homem acostumado a comandar. Engoli em seco. O sobrenome soava familiar, uma vaga lembrança que dançava à margem da minha memória, sem se concretizar. — Senhor Santorini, não quero me intrometer, mas… acho que precisamos conversar sobre o que aconteceu. Um suspiro impaciente escapou de seus lábios, como se minha ten
Nicolas Santorini Chegar em casa sempre me proporcionava uma trégua efêmera. Um breve alívio antes da exaustão inevitável. Meu dia, como tantos outros, fora uma maratona de reuniões intermináveis, a frieza dos contratos e o peso das decisões cruciais. Tudo o que ansiava era o silêncio reconfortante do meu lar e a presença de Ethan, mesmo que nossos encontros, desde a partida de Laura, fossem permeados por uma melancolia persistente. Assim que cheguei minha casa estava silenciosa. Normalmente, a essa hora, Ethan jogando ou brincando. Fechei a porta atrás de mim, um pressentimento incômodo se instalando em meu peito. — Ethan? — chamei, a voz ecoando no vazio. O silêncio respondeu. A calma que eu tanto buscava se esvaiu, dando lugar a uma crescente apreensão. Caminhei pela casa e cada passo aumentava a angústia. O quarto de Ethan estava impecável, um péssimo sinal. Meu filho era a personificação da desordem infantil. Inspecionei embaixo da cama, dentro do closet, vasculhei cada