Acordei com a sensação de que o dia prometia ser repleto de risadas, tombos e, é claro, mais momentos que seriam lembrados para sempre. O sol ainda estava fraco, mas já refletia na neve, tornando o ambiente perfeito para o que eu sabia que seria uma aventura com minha turma. O plano era claro: esquiar. Eu e Nicolas já havíamos concordado que passaríamos o dia na estação de esqui, curtindo a neve e tentando aproveitar ao máximo o que restava da viagem.Quando saímos do quarto, encontrei Renata já na sala, com um casaco de esqui e uma expressão um tanto pensativa. Ela estava quieta, observando algo pela janela. Vi que Ethan estava agitado, dando pulinhos de excitação, e Eduardo, bem, Eduardo estava ali, com um olhar de sono profundo. Ele ainda não tinha recuperado completamente da noitada, e sua cara de sono não passava despercebida.— Bom dia, turma! — Disse eu, tentando animar o ambiente. — Preparados para encarar a neve?Eduardo soltou um bocejo exagerado e me olhou com um sorriso me
No outro dia abri os olhos sentindo cada músculo do meu corpo reclamar. Minhas pernas pareciam feitas de chumbo, minhas costas estavam doloridas e meus braços, bem, eu nem sabia que se podiam sentir dores nos braços depois de esquiar. Se era assim que atletas se sentiam após um dia intenso de treinos, eu respeitava ainda mais o trabalho duro deles.Virei-me na cama com um gemido de dor e percebi que Nicolas já estava acordado. Ele se apoiava na cabeceira, com um sorriso divertido no rosto, segurando o celular.— Bom dia, esquiadora profissional! — ele brincou, rindo ao me ver me contorcendo na cama.Fechei os olhos por um instante e fiz uma careta ao tentar sentar.— Não me zoa, Nicolas. Estou destruída. Minhas pernas não querem me obedecer.— Isso se chama dor da experiência. — Ele riu e, sem aviso, jogou um travesseiro em mim. — E você deve estar orgulhosa, porque ontem você foi um show à parte.Joguei o travesseiro de volta nele, mas sem força, porque, honestamente, meu corpo se re
Enquanto ele saía do quarto, Renata virou-se para mim e forçou um sorriso.— Me desculpa, Jhulie. Eu não queria estragar o momento de vocês.Toquei sua mão e apertei de leve.— Você não estragou nada. Ela suspirou e fechou os olhos por um instante.— As vezes sinto que estou carregando o mundo nas costas.Entendi perfeitamente o que ela queria dizer. Antes que eu pudesse responder, Nicolas voltou com um frasco pequeno nas mãos. Ele se aproximou da cama e entregou a Renata.— Aqui, você pode tomar esse sem preocupação. A Laura sempre tomava quando estava com dor durante a gravidez.Renata pegou o frasco com um olhar surpreso e agradecido.— Nicolas... Obrigada. De verdade.Ele sorriu de lado.— De nada. Agora descansa um pouco. Você precisa se cuidar.Ela assentiu e engoliu um comprimido com um gole d’água. Em seguida, acomodou-se melhor na cama e suspirou, fechando os olhos por um instante.Olhei para Nicolas e sorri. Apesar do jeito às vezes direto e inconveniente, ele sempre se pre
Depois da conversa animada sobre vampiros brilhantes e o encerramento do debate sobre Crepúsculo, seguimos todos para o restaurante do resort. O ambiente era aconchegante e o cheiro de temperos frescos fez meu estômago roncar alto.— Alguém está com fome — Nicolas comentou, rindo ao ouvir meu estômago.— Nem vem! Você também reclamou de fome primeiro — retruquei, revirando os olhos.Nos acomodamos em uma mesa grande, e Ethan, animado, logo começou a brincar com os talheres, batucando na mesa.— Ethan, o garfo não é baqueta — murmurei, pegando o utensílio de sua mão.Ele fez um biquinho e começou a se entreter com o cardápio infantil que a garçonete trouxe.Eduardo pegou o cardápio e olhou para Nicolas.— Vamos apostar quem come mais? — desafiou.— Cara, não faço isso a muito tempo — Nicolas disse, cruzando os braços com um ar sério.— E por que não podemos fazer? Estamos de férias. — Eduardo insistiu. Renata e eu trocamos olhares.— Desde quando Nico é o rei da diversão? — perguntei,
O aeroporto estava movimentado, cheio de pessoas apressadas indo e vindo, malas deslizando pelo piso brilhante, vozes se misturando ao som dos avisos de embarque. Estava sentada em uma das poltronas da sala de embarque, segurando uma xícara de café quente entre as mãos. O aroma forte da bebida me confortava, enquanto meus pensamentos dançavam entre a última semana e o que me aguardava ao voltar para casa.Olhei para o lado e vi Ethan absorto no jogo do tablet, as sobrancelhas franzidas em concentração. Ele estava tão feliz durante toda a viagem. Ria, brincava, se divertia como uma criança deve fazer. Saber que esses momentos ficariam para sempre na memória dele me enchia de alegria, mas ao mesmo tempo, um peso se instalava em meu peito. O que aconteceria agora? Como minha vida mudaria depois daquela viagem?Suspirei, levando a xícara aos lábios. O calor do café desceu por minha garganta, mas não espantou a ansiedade que se instalava em meu peito. Eu precisava tomar uma decisão. E, mai
Nicolas SantoriniO voo foi tranquilo, mas minha mente estava a mil. A conversa com Jhulietta ainda ecoava na minha cabeça. Quando pousamos, peguei nossas malas e caminhei ao lado dela e de Ethan até o carro. Durante o trajeto para casa, ela olhava pela janela, claramente imersa em pensamentos.— Como estão as coisas, Manolo? — Jhulietta perguntou.— Estão bem, minha esposa está grávida novamente e estamos muito felizes. — Ele disse.Assim que chegamos, Ethan correu para dentro de casa, animado por estar de volta. Eu o observei desaparecer pela porta, sorrindo com sua energia contagiante, antes de soltar um suspiro e pegar as malas. Jhulietta ficou parada na entrada por alguns segundos, olhando ao redor como se estivesse absorvendo tudo de volta.— Está tudo bem? — perguntei, enquanto entrava logo atrás dela.— Sim… só parece que estivemos fora por tanto tempo. — Ela deu um sorriso pequeno, mas não me enganou.Fui até a cozinha e peguei duas garrafas de água, entregando uma para ela.
Jhulietta DuarteO calor dos lábios de Nicolas em meu pescoço me fez suspirar, meu corpo se arrepiando com o contato. Meus olhos fecharam automaticamente quando ele deslizou as mãos por minha cintura, sua respiração quente contra minha pele.— Sou ótimo em fazer você gemer ao meu toque. — Ele sussurrou, e um arrepio percorreu minha espinha.Eu sabia que deveria parar, que estávamos na sala e que qualquer um poderia aparecer a qualquer momento, mas quando Nicolas me tocava assim, eu simplesmente esquecia do mundo ao nosso redor.— Nico… — murmurei, tentando soar firme, mas minha voz saiu mais fraca do que eu queria.Ele sorriu contra minha pele e deslizou os lábios para minha clavícula, me puxando ainda mais para ele. Sua intensidade sempre me deixava sem reação, e eu estava prestes a me entregar completamente ao momento quando uma voz conhecida nos interrompeu.— Oh, céus! Me desculpem! — A voz de Dona Bryana fez com que eu praticamente pulasse para longe de Nicolas, meu rosto instant
Os dias estavam se passando rapidamente e especialmente hoje precisava do ar fresco da noite. Caminhei pelo jardim da mansão, deixando a brisa fria acariciar minha pele. A lua brilhava no céu, iluminando a paisagem ao meu redor, e respirei fundo, meus pés me guiaram até o portão, onde me encostei na estrutura de ferro, observando o mundo do lado de fora.Foi quando o vi.Meu corpo congelou.Uma silhueta masculina se destacava na penumbra, e meu coração parou por um segundo antes de disparar como um tambor de guerra dentro do meu peito. Meus olhos se arregalaram ao reconhecer os traços daquele rosto tão familiar, mas que eu preferia manter enterrado no passado.Meu pai.O homem que me causou traumas, que fez da minha infância um inferno, estava ali, em pé diante de mim. Sentia meu sangue gelar enquanto ele dava um passo hesitante à frente, as mãos erguidas em um gesto de paz. Mas eu não via paz. Via medo. O medo que me consumiu por tantos anos.— Jhulietta… — sua voz soou rouca,e me p