Jhulietta DuarteO jantar com Nicolas estava sendo mais agradável do que eu poderia imaginar. Sentada à mesa, de frente para ele, observava como sua presença parecia iluminar o ambiente. O restaurante à beira-mar tinha um clima tranquilo, com luzes suaves e o som das ondas ao fundo, tornando tudo mais íntimo.Conversávamos sobre assuntos leves, rindo de algumas histórias e aproveitando o momento sem pressa. Ele era encantador de uma maneira que me desconcertava. Havia algo nele, uma segurança e um charme natural que me faziam baixar a guarda sem perceber.Estava tão envolvida na conversa que só percebi que Nicolas tinha tirado algo do bolso quando ele segurou minha mão e deslizou algo em meu dedo. Pisquei algumas vezes, surpresa, e olhei para a pequena joia reluzindo à luz branda do restaurante.— O que significa isso? — perguntei, sentindo meu coração acelerar.Ele sorriu de lado, aquele sorriso que fazia meu estômago revirar.— O que você acha que significa?Engoli em seco. Eu sabia
Diogo LimaA fumaça do meu cigarro subia lentamente enquanto eu observava o jogo de sinuca acontecendo à minha frente. O bar estava meio escuro, com um cheiro de bebida misturado ao suor dos caras que riam alto e faziam apostas. Não estava exatamente me divertindo, mas também não tinha outro lugar para estar. Meus negócios estavam indo bem, e isso era tudo que importava.— Ei, Diogo — um dos caras me chamou, segurando um celular na mão. Ele tinha um sorriso sacana no rosto. — Não é tua filha, não?Franzi a testa e peguei o aparelho. Quando meus olhos bateram na tela, senti meu sangue gelar por um instante.Era ela.Minha filha.E ao lado dela, um sujeito, um riquinho bem vestido, daqueles que exalam dinheiro e poder. Meus olhos correram rapidamente para a legenda da matéria. Uma única palavra chamou minha atenção.BILIONÁRIO.Soltei uma risada baixa, sem humor.— Então é assim, hein, minha querida? Arranjou um bom peixe.— Parece que agora ela tem grana, hein? — um dos caras comentou,
Jhulietta DuarteDois meses passaram como um piscar de olhos. Depois de tudo que aconteceu, Nicolas, Ethan e eu finalmente estávamos vivendo uma rotina tranquila ou o mais tranquila possível. Nosso relacionamento só se fortalecia a cada dia, e o laço entre mim e Ethan se tornava cada vez mais natural. Ele me chamava de “mamãe” sem hesitação, e cada vez que ouvia essa palavra saindo de sua boca, meu coração se aquecia. No entanto, nem tudo eram flores. Se existia algo que realmente me incomodava e muito era a maldita imprensa. Repórteres eram como abutres, sempre rondando, esperando por uma mínima brecha para conseguirem um furo de reportagem. Queriam saber sobre meu relacionamento com Nicolas, sobre meu papel na vida de Ethan, sobre como eu havia entrado na família. Eles inventavam boatos, deturpavam fatos e, o pior de tudo, tentavam afetar Ethan. Foi por isso que Nicolas redobrou a segurança. Assim que saímos da mansão, Manolo dirigiu até a escola de Ethan. — Ficaremos aqui me
A noite caiu silenciosa sobre a casa, mas minha mente estava inquieta. Depois de tudo que aconteceu na escola de Ethan, eu sabia que precisaria conversar com Nicolas. Ele precisava saber o que tinha acontecido. Passei a noite ao lado de Ethan, garantindo que ele estivesse confortável. Pedi à dona Neuza que preparasse seu prato favorito para o jantar, ele pediu que eu lesse uma história e assim o fiz até que seus olhinhos cansados se fechassem. Ele ainda parecia abalado, mas pelo menos estava mais tranquilo do que à tarde. Quando me certifiquei de que ele estava profundamente adormecido, saí do quarto em silêncio e fui até o escritório de Nicolas. Bati de leve na porta e ouvi sua voz. — Entre. Abri a porta e o encontrei sentado atrás da mesa, concentrado em alguns papéis. Mas assim que me viu, seu semblante suavizou, e ele largou tudo, me dando sua atenção. — Aconteceu alguma coisa? — perguntou, franzindo o cenho aí ver meu semblante. Fechei a porta e me aproximei, sentan
Um arrepio percorreu minha espinha ao sentir sua respiração quente contra minha pele. Meu coração acelerou, e eu engoli em seco, sentindo o peso da tensão que Nicolas criava entre nós com apenas um sussurro. Ele segurou meu queixo com delicadeza, obrigando-me a encará-lo. Seus olhos tinham aquele brilho intenso, carregado de desejo e determinação. — Você fica tão linda quando fica tímida assim — murmurou, traçando um caminho lento com a ponta dos dedos pela lateral do meu rosto até minha clavícula. Minha pele se arrepiou sob seu toque, e eu mordi o lábio inferior, tentando controlar a onda de calor que tomou conta de mim. — Nicolas… — minha voz saiu fraca, quase um sussurro. Ele sorriu, aquele sorriso torto e provocador que me deixava sem ar. — Sim, meu amor? Antes que eu pudesse formular uma resposta coerente, Nicolas segurou minha cintura e me puxou para seu colo, me acomodando sobre ele com facilidade. Minhas mãos foram instintivamente para seus ombros, sentindo a fir
Nicolas Santorini Após o café chegarmos à escola, percebi imediatamente os olhares dos funcionários ao nos verem. Sabia exatamente o que aquela expressão significava: respeito… e um pouco de medo. O nome Santorini carregava um peso, e eu não hesitaria em usá-lo se fosse necessário. Fomos recebidos por uma assistente que nos levou até a sala da diretora. Ethan segurava a mão de Jhulietta, e eu sentia a tensão dele ao meu lado. Quando entramos, a diretora levantou-se, ajeitando os óculos no rosto. — Senhor Santorini, senhorita Duarte — ela nos cumprimentou, forçando um sorriso. — Sei por que estão aqui. Cruzei os braços, sem paciência para formalidades. — Ótimo. Então me diga, o que será feito sobre isso? Ela pigarreou, ajeitando-se na cadeira. — Conversei com a senhorito Duarte ontem e garanti que a escola tomaria providências. Estamos investigando… Soltei uma risada seca, sem um pingo de humor. — Investigando? — repeti. — Me poupe. Você não vai averiguar nada, dir
Jhulietta Duarte Ethan e eu terminamos de almoçar e o chamei para irmos à praça andar de skate, e ele se animou. Manolo já estava com o carro pronto à nossa espera.— Vamos, mãe! — Ethan disse com um sorriso travesso enquanto me puxava pela mão. — Aposto que posso te vencer na pista de skate!Sorri, lembrando-me de como, quando era mais nova, adorava me desafiar nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. No entanto, sabia que, com a idade, fiquei mais prudente.— Você precisa aprender primeiro, campeão! — respondi, rindo.Quando chegamos ao parque, a área de skate estava relativamente vazia, com apenas alguns jovens se exercitando. A pista estava perfeita, com poucas marcas e um brilho suave sob o sol. Ethan se apressou em colocar as proteções e me pediu para ajudá-lo. Depois de um tempo, ele sentou e me encarou.— Faz uma manobra pra mim? — pediu animado.— Uma só.Quando terminei a minha manobra, ouvi uma voz familiar me chamar.— Jhulietta!Virei-me e vi Caio se aproximando, montado em
Depois de um dia cheio com Ethan no parque, eu estava exausta. Ele tinha se divertido tanto que, assim que chegou em casa, tomou banho e caiu no sono no sofá, e eu tive que carregá-lo para a cama, o que foi uma tarefa nada fácil. Agora, já era tarde, e Nicolas ainda não tinha chegado. Sentei-me no sofá, olhando para o relógio no celular, tentando decidir se deveria ou não ligar para ele. Respirei fundo e apertei o botão de chamada. Ele atendeu depois de alguns toques. — Amor, onde você está? — perguntei, tentando não soar preocupada. — Me desculpa, meu anjo. Fiquei preso em uma reunião de última hora. Eu deveria ter avisado, mas foi tudo muito corrido. Suspirei, apoiando a cabeça no encosto do sofá. — Tudo bem, eu só fiquei preocupada. Você ainda vai demorar? — Não muito. Você pode me esperar? Quero te ver antes de dormir. Sorri de leve. — Claro, eu espero. — Obrigado, meu amor. E o Ethan? — Já está dormindo faz tempo. Ele ficou exausto depois de brincar tanto no p