Depois de um dia cheio com Ethan no parque, eu estava exausta. Ele tinha se divertido tanto que, assim que chegou em casa, tomou banho e caiu no sono no sofá, e eu tive que carregá-lo para a cama, o que foi uma tarefa nada fácil. Agora, já era tarde, e Nicolas ainda não tinha chegado. Sentei-me no sofá, olhando para o relógio no celular, tentando decidir se deveria ou não ligar para ele. Respirei fundo e apertei o botão de chamada. Ele atendeu depois de alguns toques. — Amor, onde você está? — perguntei, tentando não soar preocupada. — Me desculpa, meu anjo. Fiquei preso em uma reunião de última hora. Eu deveria ter avisado, mas foi tudo muito corrido. Suspirei, apoiando a cabeça no encosto do sofá. — Tudo bem, eu só fiquei preocupada. Você ainda vai demorar? — Não muito. Você pode me esperar? Quero te ver antes de dormir. Sorri de leve. — Claro, eu espero. — Obrigado, meu amor. E o Ethan? — Já está dormindo faz tempo. Ele ficou exausto depois de brincar tanto no p
No dia seguinte fui acordada com beijos, Nicolas estava bem animado, ele roçava o nariz na minha nuca e deixava pequenos beijos no local. — Parece que alguém acordou animado. — Sorri me virando para ele. — Acordei mesmo. — Ele me deu um beijo e de repente ouvi batidas na porta. — Mãe, posso entrar? — Ouvi a voz de Ethan. — Perdi o respeito mesmo, por que ele não fala comigo, sempre pergunta a você? — Por que ele sabe quem manda. — Dei um beijo nele e Ethan abriu a porta. — Estou atrapalhando? — Claro que não filho, vem cá. — bati no colchão e ele sentou. — Do que precisa meu amor? — Posso faltar a aula hoje? — Franzi o cenho com essa pergunta e Nicolas perguntou o motivo. — Por que hoje é aniversário da Aurélia e ela vai faltar e meus amigos e eu queriamos passar o dia com ela. Posso faltar? Nicolas a princípio negou,mas olhei para ele pedindo que ele faltasse e Nicolas concordou. Ethan sorriu e nos abraçou, assim que ele saiu Nicolas me encarou. — É por isso que ele gosta t
Na hora do almoço, Nicolas escolheu um restaurante chique, longe dos holofotes. O ambiente era sofisticado, com um design moderno, iluminação suave e detalhes requintados em cada canto. Ele queria me distrair, e eu agradeci por isso. Conversamos sobre tudo, menos sobre a matéria; era bom fugir um pouco daquela confusão.Mas a paz durou pouco.Enquanto terminávamos a sobremesa, um homem se aproximou da nossa mesa.— Boa tarde, casalzinho famoso.Levantei o olhar e meu estômago revirou ao ver quem era.David Lopes.O colunista que escreveu aquela matéria ridícula.Nicolas se levantou imediatamente, colocando-se entre mim e David.— O que você quer?— Ah, calma, eu só estava almoçando e aproveitei para cumprimentar vocês. Como estão, casalzinho do momento? — Ele sorriu de forma presunçosa. — O que achou da matéria, Jhulietta?— Achei que você não tem o que fazer — rebati. — E que é um babaca.— Ah, mas eu tenho, querida. Meu trabalho é mostrar a verdade.Nicolas soltou uma risada irônica
Chegamos ao restaurante que Nicolas escolheu para o jantar desta noite, um local sofisticado e exclusivo. A fachada, iluminada com luzes quentes e suaves, transmitia a sensação de que ali tudo era pensado para criar momentos inesquecíveis. Assim que entramos, o ambiente me encantou: mesas de madeira nobre, arranjos florais delicados e um murmúrio discreto de conversas elegantes ao fundo.Enquanto seguíamos pelo corredor, percebi alguns olhares discretos se voltando para nós. Nicolas, com sua postura sempre impecável, segurava minha mão com firmeza, enquanto eu segurava a de Ethan, formando um elo que, para mim, representava nossa pequena família.Fomos conduzidos a uma mesa estrategicamente posicionada com vista para a cidade, onde as luzes dos prédios brilhavam como estrelas refletidas no vidro das janelas. O garçom, demonstrando simpatia e profissionalismo, nos acomodou e rapidamente apresentou o cardápio.— Boa noite, senhorita Duarte. Boa noite, senhor Santorini. É um prazer receb
Acordei sentindo um calor confortável me envolvendo. Levei alguns segundos para me situar antes de perceber onde estava: ainda na sala de cinema. Nicolas dormia ao meu lado, o braço jogado sobre minha cintura, como se quisesse me manter ali para sempre. Sorri ao lembrar da noite anterior e da forma como ele me envolvia não apenas fisicamente, mas emocionalmente também. Movi-me levemente, tentando sair sem acordá-lo, mas foi inútil. Assim que tentei me levantar, Nicolas abriu os olhos devagar e sorriu preguiçosamente. — Bom dia, senhorita Duarte. — Sua voz saiu rouca e baixa, o que apenas aumentou o calor que senti subindo pelo meu corpo. — Bom dia. — Sussurrei, acariciando o rosto dele. Ele se espreguiçou, puxando-me para mais um beijo demorado antes de me soltar. — Preciso subir e me arrumar. Ethan já deve estar acordado. — Certo. Mas eu preferia que você ficasse mais um pouco. Ri e me levantei, pegando a manta que usamos e dobrando-a antes de sair da sala. Ao subir a
Ethan SantoriniO dia estava indo bem até aquele momento. Era intervalo, e eu estava sentado no pátio da escola com meus amigos quando tudo aconteceu.— Cara, a viagem para a Suíça vai ser incrível! Eu já fui duas vezes e adoro. A tia Jujubinha vai gostar muito. — Emanuel disse, animado.— Com certeza! — concordei, dando uma mordida no meu lanche. — Já estou imaginando as pistas de esqui! Minha mãe nunca fez uma viagem internacional, então acho que vai ser legal para ela.— Você já esquiou antes, Ethan? — Aurélia perguntou.— Sim, com meu pai e minha mãe Laura.— Esse negócio de você chamar a tia Jujubinha de mãe está confuso. Por que não chama ela como chamava antes? — Violett me encarou, e eu apenas dei de ombros.— Porque agora ela é minha mãe. E ela não liga se eu chamá-la assim. Sem contar que ela é minha tia de sangue.— A história da sua família é confusa. — Violett riu.— Para, Violett! Cada família tem sua história.— Defendendo a família do seu namoradinho… — ela zombou de A
Jhulietta Duarte Estava me preparando para buscar Ethan na escola quando recebi uma ligação da diretora, informando que ele havia levado uma advertência. Perguntei os detalhes e, assim que ela explicou, respirei fundo, encerrando a chamada. Em seguida, liguei para Nicolas.— Oi, amor. Está ocupado?— Pode falar, meu anjo. Aconteceu alguma coisa? Você não costuma me ligar nesse horário.— Aconteceu uma coisa na escola do Ethan. A diretora acabou de me avisar.— O que houve?— Bom… nosso pequeno deu um soco no rosto do tal Carlos.A linha ficou muda por alguns segundos.— Por que ele fez isso? Ethan não é de partir para a violência.Expliquei toda a situação, e Nicolas pediu que, assim que eu pegasse Ethan na escola, o levasse até o escritório sem dizer nada. Ele queria que conversássemos os três juntos. Pedi que ele fosse compreensivo na conversa, e Nicolas apenas me pediu que me acalmasse.Encerrei a ligação e fui até Manolo, que já estava pronto para me levar à escola. Quando chegam
A manhã amanheceu tensa. Eu sabia que a reunião na escola de Ethan não seria nada fácil, mas nem nos meus piores pensamentos imaginei que enfrentaria um circo de horrores como o que estava prestes a acontecer.Nicolas e eu nos arrumamos em silêncio, e Ethan, por sua vez, estava visivelmente nervoso. Ele tentava fingir que não se importava, mas eu conhecia meu filho bem demais para cair nessa.— Está pronto, amor? — perguntei a ele enquanto pegava minha bolsa.— Pronto, mamãe — ele respondeu, mas sem o brilho nos olhos de sempre.Nicolas se aproximou, colocou as mãos nos ombros do nosso filho e o olhou nos olhos.— Você fez o que achou certo, e nós estamos com você, entendeu?Ethan assentiu, ainda sem dizer nada.O caminho até a escola foi silencioso. Nicolas dirigia com o olhar fixo na estrada, provavelmente planejando mentalmente como lidaria com a situação. Eu, por outro lado, já me preparava para manter a calma, mas sabia que essa promessa não duraria muito tempo, principalmente se