Jhulietta DuarteDois meses passaram como um piscar de olhos. Depois de tudo que aconteceu, Nicolas, Ethan e eu finalmente estávamos vivendo uma rotina tranquila ou o mais tranquila possível. Nosso relacionamento só se fortalecia a cada dia, e o laço entre mim e Ethan se tornava cada vez mais natural. Ele me chamava de “mamãe” sem hesitação, e cada vez que ouvia essa palavra saindo de sua boca, meu coração se aquecia. No entanto, nem tudo eram flores. Se existia algo que realmente me incomodava e muito era a maldita imprensa. Repórteres eram como abutres, sempre rondando, esperando por uma mínima brecha para conseguirem um furo de reportagem. Queriam saber sobre meu relacionamento com Nicolas, sobre meu papel na vida de Ethan, sobre como eu havia entrado na família. Eles inventavam boatos, deturpavam fatos e, o pior de tudo, tentavam afetar Ethan. Foi por isso que Nicolas redobrou a segurança. Assim que saímos da mansão, Manolo dirigiu até a escola de Ethan. — Ficaremos aqui me
A noite caiu silenciosa sobre a casa, mas minha mente estava inquieta. Depois de tudo que aconteceu na escola de Ethan, eu sabia que precisaria conversar com Nicolas. Ele precisava saber o que tinha acontecido. Passei a noite ao lado de Ethan, garantindo que ele estivesse confortável. Pedi à dona Neuza que preparasse seu prato favorito para o jantar, ele pediu que eu lesse uma história e assim o fiz até que seus olhinhos cansados se fechassem. Ele ainda parecia abalado, mas pelo menos estava mais tranquilo do que à tarde. Quando me certifiquei de que ele estava profundamente adormecido, saí do quarto em silêncio e fui até o escritório de Nicolas. Bati de leve na porta e ouvi sua voz. — Entre. Abri a porta e o encontrei sentado atrás da mesa, concentrado em alguns papéis. Mas assim que me viu, seu semblante suavizou, e ele largou tudo, me dando sua atenção. — Aconteceu alguma coisa? — perguntou, franzindo o cenho aí ver meu semblante. Fechei a porta e me aproximei, sentan
Um arrepio percorreu minha espinha ao sentir sua respiração quente contra minha pele. Meu coração acelerou, e eu engoli em seco, sentindo o peso da tensão que Nicolas criava entre nós com apenas um sussurro. Ele segurou meu queixo com delicadeza, obrigando-me a encará-lo. Seus olhos tinham aquele brilho intenso, carregado de desejo e determinação. — Você fica tão linda quando fica tímida assim — murmurou, traçando um caminho lento com a ponta dos dedos pela lateral do meu rosto até minha clavícula. Minha pele se arrepiou sob seu toque, e eu mordi o lábio inferior, tentando controlar a onda de calor que tomou conta de mim. — Nicolas… — minha voz saiu fraca, quase um sussurro. Ele sorriu, aquele sorriso torto e provocador que me deixava sem ar. — Sim, meu amor? Antes que eu pudesse formular uma resposta coerente, Nicolas segurou minha cintura e me puxou para seu colo, me acomodando sobre ele com facilidade. Minhas mãos foram instintivamente para seus ombros, sentindo a fir
Nicolas Santorini Após o café chegarmos à escola, percebi imediatamente os olhares dos funcionários ao nos verem. Sabia exatamente o que aquela expressão significava: respeito… e um pouco de medo. O nome Santorini carregava um peso, e eu não hesitaria em usá-lo se fosse necessário. Fomos recebidos por uma assistente que nos levou até a sala da diretora. Ethan segurava a mão de Jhulietta, e eu sentia a tensão dele ao meu lado. Quando entramos, a diretora levantou-se, ajeitando os óculos no rosto. — Senhor Santorini, senhorita Duarte — ela nos cumprimentou, forçando um sorriso. — Sei por que estão aqui. Cruzei os braços, sem paciência para formalidades. — Ótimo. Então me diga, o que será feito sobre isso? Ela pigarreou, ajeitando-se na cadeira. — Conversei com a senhorito Duarte ontem e garanti que a escola tomaria providências. Estamos investigando… Soltei uma risada seca, sem um pingo de humor. — Investigando? — repeti. — Me poupe. Você não vai averiguar nada, dir
Jhulietta Duarte Ethan e eu terminamos de almoçar e o chamei para irmos à praça andar de skate, e ele se animou. Manolo já estava com o carro pronto à nossa espera.— Vamos, mãe! — Ethan disse com um sorriso travesso enquanto me puxava pela mão. — Aposto que posso te vencer na pista de skate!Sorri, lembrando-me de como, quando era mais nova, adorava me desafiar nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. No entanto, sabia que, com a idade, fiquei mais prudente.— Você precisa aprender primeiro, campeão! — respondi, rindo.Quando chegamos ao parque, a área de skate estava relativamente vazia, com apenas alguns jovens se exercitando. A pista estava perfeita, com poucas marcas e um brilho suave sob o sol. Ethan se apressou em colocar as proteções e me pediu para ajudá-lo. Depois de um tempo, ele sentou e me encarou.— Faz uma manobra pra mim? — pediu animado.— Uma só.Quando terminei a minha manobra, ouvi uma voz familiar me chamar.— Jhulietta!Virei-me e vi Caio se aproximando, montado em
Depois de um dia cheio com Ethan no parque, eu estava exausta. Ele tinha se divertido tanto que, assim que chegou em casa, tomou banho e caiu no sono no sofá, e eu tive que carregá-lo para a cama, o que foi uma tarefa nada fácil. Agora, já era tarde, e Nicolas ainda não tinha chegado. Sentei-me no sofá, olhando para o relógio no celular, tentando decidir se deveria ou não ligar para ele. Respirei fundo e apertei o botão de chamada. Ele atendeu depois de alguns toques. — Amor, onde você está? — perguntei, tentando não soar preocupada. — Me desculpa, meu anjo. Fiquei preso em uma reunião de última hora. Eu deveria ter avisado, mas foi tudo muito corrido. Suspirei, apoiando a cabeça no encosto do sofá. — Tudo bem, eu só fiquei preocupada. Você ainda vai demorar? — Não muito. Você pode me esperar? Quero te ver antes de dormir. Sorri de leve. — Claro, eu espero. — Obrigado, meu amor. E o Ethan? — Já está dormindo faz tempo. Ele ficou exausto depois de brincar tanto no p
No dia seguinte fui acordada com beijos, Nicolas estava bem animado, ele roçava o nariz na minha nuca e deixava pequenos beijos no local. — Parece que alguém acordou animado. — Sorri me virando para ele. — Acordei mesmo. — Ele me deu um beijo e de repente ouvi batidas na porta. — Mãe, posso entrar? — Ouvi a voz de Ethan. — Perdi o respeito mesmo, por que ele não fala comigo, sempre pergunta a você? — Por que ele sabe quem manda. — Dei um beijo nele e Ethan abriu a porta. — Estou atrapalhando? — Claro que não filho, vem cá. — bati no colchão e ele sentou. — Do que precisa meu amor? — Posso faltar a aula hoje? — Franzi o cenho com essa pergunta e Nicolas perguntou o motivo. — Por que hoje é aniversário da Aurélia e ela vai faltar e meus amigos e eu queriamos passar o dia com ela. Posso faltar? Nicolas a princípio negou,mas olhei para ele pedindo que ele faltasse e Nicolas concordou. Ethan sorriu e nos abraçou, assim que ele saiu Nicolas me encarou. — É por isso que ele gosta t
Na hora do almoço, Nicolas escolheu um restaurante chique, longe dos holofotes. O ambiente era sofisticado, com um design moderno, iluminação suave e detalhes requintados em cada canto. Ele queria me distrair, e eu agradeci por isso. Conversamos sobre tudo, menos sobre a matéria; era bom fugir um pouco daquela confusão.Mas a paz durou pouco.Enquanto terminávamos a sobremesa, um homem se aproximou da nossa mesa.— Boa tarde, casalzinho famoso.Levantei o olhar e meu estômago revirou ao ver quem era.David Lopes.O colunista que escreveu aquela matéria ridícula.Nicolas se levantou imediatamente, colocando-se entre mim e David.— O que você quer?— Ah, calma, eu só estava almoçando e aproveitei para cumprimentar vocês. Como estão, casalzinho do momento? — Ele sorriu de forma presunçosa. — O que achou da matéria, Jhulietta?— Achei que você não tem o que fazer — rebati. — E que é um babaca.— Ah, mas eu tenho, querida. Meu trabalho é mostrar a verdade.Nicolas soltou uma risada irônica