Grady estava de pé do lado de fora, olhando para a rua com as mãos nos bolsos da calça. Quando ele me viu, sua expressão mudou instantaneamente para uma surpresa genuína. Entrou na sala sem desviar os olhos, examinando-me com um olhar demorado e intenso. Então, ele se aproximou, acariciou meu rosto com delicadeza e abriu um sorriso que parecia cheio de admiração.— Você está linda, Holly! — disse ele, com uma suavidade que fez meu coração acelerar.Eu me sentia atordoada sob o peso daquele olhar tão fixo e profundo. Foi preciso um esforço considerável para esboçar um sorriso, mesmo que hesitante.— Obrigada — murmurei, quase sem voz.Grady estava impecável. Vestia a jaqueta que eu havia reformado, combinada com uma camisa branca, gravata cinza-claro e uma calça cinza-chumbo. A brancura do colarinho destacava sua pele bronzeada e os cabelos negros de uma forma quase hipnotizante. Ver aquele homem à minha frente, tão elegante e confiante, despertou algo dentro de mim que eu não consegui
— Quer sobremesa? — Grady indagou, depois que o garçom retirou os pratos.— Não, obrigada.— Café?— Não. Eu prefiro terminar o vinho.Ele esticou a mão e afastou uma mecha do meu cabelo que caía sobre o rosto.— Estou achando que você vai dormir durante todo o caminho de volta.Tudo estaria bem se ele não tivesse me tocado, mas aquela pequena carícia foi suficiente para me perturbar e trazer de volta a excitação violenta que havia experimentado antes. Era algo tão avassalador que minha mente se confundia, e eu mal conseguia pensar com clareza. Fechei os olhos, lutando para controlar a onda de desejo que me invadira. Nunca imaginei que fosse possível querer alguém tanto quanto eu queria Grady O'Neil naquele instante.Eu tinha vontade de sentir o corpo dele sobre o meu, os braços fortes me apertando, o contato da pele quente sem as barreiras das roupas. Queria senti-lo movendo-se de encontro a mim, sem nenhuma restrição...— Holly!Abri os olhos de repente, encontrando o rosto sério de
O quarto estava envolto em uma penumbra suave, o tipo de escuridão que deixa tudo mais intimo, mais próximo. Quando entrei, meu coração estava acelerado, e eu podia sentir o calor da expectativa crescer a cada passo. Olhei para Grady, que estava deitado de bruços sobre a cama, com o rosto voltado para o lado. A luz suave do abajur iluminava seus cabelos escuros e as costas expostas, revelando a tensão nos ombros e na linha rigida de sua coluna.Ele não se moveu até eu me sentar na beirada da cama e soltar o cinto do meu robe. Então, com uma lentidão deliberada, ele me puxou para perto de si, de modo suave, mas tão firme que não houve como me esquivar. Não resisti. A sensação de ser envolvida pelos braços dele me preencheu de tal forma que quase parecia que meu corpo havia esperado por aquele momento toda a vida.— Parece que esperel por isso a vida inteira — Grady murmurou com a voz rouca, seus dedos deslizando suavemente nas minhas costas, como se estivesse tentando desenhar um mapa,
Com um suspiro, desliguei o motor e retirei a chave da ignição, sentindo meus dedos ligeiramente trêmulos. Entreguei-a a Grady, que a guardou no bolso sem dizer nada, mas o pequeno sorriso que surgiu no canto de seus lábios denunciava seu pensamento.— Quer entrar? — perguntei, hesitante, minha voz quase um sussurro.Ele inclinou a cabeça levemente, analisando-me.— Você quer que eu entre?Mordi o lábio inferior antes de responder.— Quero.Aquele sorriso travesso dele se alargou, e Grady respondeu com uma leve provocação.— Então eu aceito. Estava louco para ouvir esse convite.Antes que pudesse me envergonhar da minha própria audácia, ele se inclinou para um beijo rápido. Algo contido, como se ambos tivéssemos receio de sermos flagrados ali. Saímos do carro, mas eu sentia o calor de sua presença me acompanhando a cada passo.Ao entrar na sala, joguei minha bolsa no sofá e tentei recuperar a compostura.— Quer um café? — ofereci, mais como um reflexo do que como um desejo genuíno de
Grady me conduziu suavemente até a cama, e eu senti o colchão macio contra a pele enquanto me deitava ao lado dele. Estava consciente da intimidade do momento, com meu corpo parcialmente exposto, coberto apenas pela parte de baixo da roupa intima, enquanto ele ainda estava com a calça.Por um momento, ficamos ali, nossos olhares se cruzando. Havia una ternura na forma como ele me observava, como se estivesse capturando cada detalhe, cada curva, cada expressão.Eu me inclinei sobre ele, meu cabelo caindo ao redor de nossos rostos enquanto nossos lábios se encontravam novamente. O beijo era lento, profundo, trazia uma intensidade que fazia o tempo parecer parar. Era como se nada mais importasse além do que estávamos compartilhando naquele instante.À medida que o beijo continuava, deixei meus lábios explorarem mais, descendo lentamente pelo seu maxilar e pescoço, até alcançar seu peito. Pude sentir o ritmo constante do seu coração sob meus lábios, enquanto minhas mãos deslizavam por seu
Já era fim de tarde quando chegamos ao camping. O trailer dos Crawford estava estacionado tranquilamente ao lado do riacho. Eric estava na água, lavando alguns peixes, enquanto Liz, fiel à sua palavra, estava sentada numa espreguiçadeira, imersa em um livro. Mas, ao olhar ao redor, não vi as crianças.Senti um certo receio de ser vista com Grady. Liz havia mencionado que outras duas famílias da cidade estavam no camping, e eu não queria que fizessem suposições sobre o que estava acontecendo entre nós. Liz com certeza não comentaria nada, mas Eric... Eric adorava me provocar, especialmente depois de perceber como eu me ruborizava facilmente. Eu sabia que daria um jeito de lidar com ele, mas minha maior preocupação eram os outros.Quando Eric nos viu, levantou-se com um largo sorriso no rosto e falou, rindo:— Ora, eu deveria saber! Grady O’Neil sempre aparece na hora de comer. Viajei cem quilômetros para me esconder no meio do mato, e ele consegue me encontrar!Grady, como sempre, resp
Enquanto observava Grady com Megan, meu coração se apertou. Ele mantinha aquele olhar sério, quase contemplativo, enquanto eu guiava Megan pelo caminho de volta ao trailer. De repente, Megan tropeçou numa raiz exposta. Meu coração saltou ao vê-la desequilibrar-se, mas, antes que eu pudesse reagir, Grady estendeu o braço com rapidez, apoiando-a.Vi o alarme nos olhos da minha filha enquanto ela o fitava, hesitante, quase como se esperasse ser repreendida. Grady, no entanto, suavizou a expressão rígida que se formou em seu rosto, trocando-a por um sorriso acolhedor. Ele se abaixou, ficando na altura dela.— Pelo menos você não derrubou o desfile de formigas — ele disse, lançando um olhar divertido para o lenço que Megan segurava com tanta determinação.Megan, ainda incerta, olhou para mim antes de esboçar um pequeno sorriso de volta para ele. Ele começou a limpar a terra do joelho dela com cuidado.— Vamos ajeitar isso para que você não se machuque em algum galho seco, tudo bem?Pela pr
Enquanto recolhia os pedaços de vidro, senti como se minha vida estivesse ali, espalhada em cacos diante de mim. Um nó apertava minha garganta, e eu fechei os olhos com força, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Será que algum dia o tempo seria capaz de reparar todos esses danos?A viagem de volta foi marcada por um silêncio opressivo. Grady não disse uma palavra, e eu, fitando a estrada à nossa frente, não sabia como quebrar aquela tensão que parecia sufocar o ar dentro do carro. Por um momento, fiquei aliviada por as crianças terem decidido passar a noite com os Crawford e voltar só no dia seguinte. Mas, ao mesmo tempo, desejei que suas vozes animadas estivessem ali para dissipar o clima pesado entre mim e Grady.Quando finalmente chegamos a Jennings, uma dor de cabeça latejante tomou conta de mim. Tudo o que eu queria era me esconder no quarto e esquecer o mundo. Assim que o carro parou, saí rapidamente, na esperança de que Grady fosse embora. Mas ele não foi. Ouvi o so