O filho mais novo do Sheik Hashib, Hakim, possuía quinze anos. Era alto para a sua idade e já demonstrava a sua beleza. Possuía cabelos pretos, olhos igualmente pretos, mas com brilho encantador. Ele estava andando pela cidade de forma despreocupada quando viu um carro preto atrás de si. Teve a impressão de estar seguido. Pegou o seu celular, discou um numero, entrou na primeira loja que viu e observou o carro parar. Dois homens saíram de dentro dele e entraram na mesma loja. Hakim ficou estático, sem saber o que deveria fazer. Olhou ao seu redor e entrou no provador de roupas. Sabia que se estava sendo seguido em poucos minutos os homens o encontrariam. Prendeu a respiração ao ver um par de sapatos pretos parado em frente a cabine em que estava. Não demorou muito para abrirem a porta. Hakim viu o rosto do homem e o encarou, achando-o familiar.
Yoon Hee sorriu ao ver Hassan adormecido na poltrona, levantou-se com cuidado e saiu do quarto dele. Andou ate o quarto de Mahir, bateu na porta, mas não obteve resposta. O procurou por todo o palácio e o encontrou no jardim, próximo ao seu carro.–Estava lhe procurando – Yoon Hee disse se aproximando dele.–Para que? – perguntou frio.–Eu soube de seu irmão. Vim saber como estava – falou acariciando os seus cabelos – está muito preocupado, não é?–Um pouco – admitiu baixo – pensei que estava com Hassan.–Estava, mas ele dormiu – disse sorrindo – ia sair?
Hassan encarou Yoon Hee enquanto sentia a sua face arder, pelo tapa. Viu em seus olhos a fúria e não se conteve, andou ate ela, segurou em seu braço e a jogou, deitada, sobre a cama, ficando por cima dela. Percebeu a fúria ser substituída pelo medo e sorriu vitorioso.–Nunca mais se atreve a me bater Yoon Hee.–Saia de cima de mim, seu chontteugi(cafajeste) –disse debatendo-se em baixo dele.–Usando o coreano para xingar? – segurou os seus pulsos, colocando-os em cima da cabeça dela, prendendo-os – e chama Mahir como? Salang(amor)?Estou curioso.–Não chamo de nada disso, solte-me –
Jihad olhou para a carta surpreso, não conseguindo acreditar na audácia deles.Sua esposa anda muito vulnerável. Ela fica radiante ao ir à universidade e quando está andando pelos jardins do palácio. Ela é linda, deveria tomar mais cuidado, afinal nunca se sabe o que pode acontecer às pessoas, tão próximas, não é mesmo?–Isso pode ser algum engano ou alguma brincadeira – Jihad disse sem acreditar em suas próprias palavras.–Não é. Eu sei disso. Prepare o meu apartamento em Londres. Devo ir para lá ainda esta semana.–Sim senhor. Devo preparar mais alguma coisa?
Yoon Hee observou o homem a sua frente e suspirou, um pouco mais, aliviada. Ele deveria ter 1.90 de altura, possuía fartos cabelos negros e olhos igualmente negros. Seu rosto lembrava-lhe alguém, mas ela não conseguia se recordar. Sentiu o seu cabelo ser puxado com mais força pelo homem misterioso, à medida que o seu salvador avançava em sua direção.–Fique onde está se não a matarei – o seqüestrador disse sério.–Se quisesse matá-la, já teria feito. Solte-a e vamos... Conversar – falou irônico.–Afaste-se. – gritou.O homem aproximou-se rapidamente, segurou a mão de Yoon Hee e sorriu para el
Yoon Hee ficou parada, vendo ele se afastar enquanto as palavras, frias dele, ecoavam em sua mente. Respirou fundo e foi atrás dele. Entrou no quarto de forma abrupta e o encarou.–Não vou embora.–Você irá – disse frio.–Se eles quiserem fazer algo comigo, podem fazer lá também. Fuga não é sinônimo de proteção.–Eu sei disso, mas... Não quero que se machuque.–Entenda Hassan, eu não vou embora. Não adianta você falar. Estou fazendo faculdade aqui, algo que sempre quis, já tenho amigos, não quero me afastar de tudo isso, por medo.
Hassan olhou para a mulher sentada do outro lado do jatinho e suspirou. Yoon Hee estava chorando desde que havia saído do palácio e ele não sabia o que fazer. Ele estava dividido entre o certo e o que desejava, mas como sempre havia pensado racionalmente e estava a mandando para longe. Olhou pela janela, viu as nuvens e tentou sorrir, mas não conseguiu. Retirou o cinto de segurança, andou ate onde ela estava sentada e sentou-se em sua frente.–Se continuar chorando assim vão pensar que estou lhe maltratando – Hassan disse a olhando, sem evitar um pequeno sorriso ao vê-la chorando. – Porque estou pensando no quanto ela fica linda chorando? Se perguntou em pensamento.–E não é isso que está fazendo?
Ao sair do hotel onde o seu pai estava com Samira, Mahir retirou o paletó, entrou em seu carro e dirigiu para casa. Chegou ao palácio, foi ao seu quarto pegar o seu passaporte. Ele pretendia ir atrás de Yoon Hee, mas ao ir em sua gaveta, onde o guardava, não o encontrou. Procurou por todo o quarto, mas sem sucesso. Já estava indo procurar as empregadas para saber onde poderia estar quando viu o secretario de seu pai, parado na porta, o encarando com um sorriso nos lábios.–Está procurando por algo Alteza? – o secretario do rei Hashib disse sorrindo.–O que está fazendo aqui?–Nada. Vim apenas cumprir ordens.–Pare de fazer joguinhos e me diga logo o
Samira sorriu ao olhar para o palácio de Hassan. Ela estava decidida a fazer Mahir gostar dela. Apertou a campainha e logo a porta foi aberta. Em poucos instantes ela se encontrava olhando para o seu noivo. Ele estava sentado no jardim, olhando para o nada quando sentiu alguém o observar, virou-se e se deparou com a mesma mulher do restaurante, a diferença estava em suas roupas, não havia nada comportado. Ela usava um vestido colado ao corpo com um decote, considerável. Ela se aproximou dele com um sorriso nos lábios enquanto a brisa, refrescante, balançava os seus cabelos criando uma sensação de leveza para quem a via.–Olá, soube que não tem saído de casa – Samira falou sentando-se ao seu lado, no banco.–O que veio fazer aqui? &ndash