Quando Jack parou o carro em frente à emergência de qualquer jeito, saiu do carro, deixando-o todo aberto e logo pegando Lis em seus braços. Assim que passou pela porta de emergência, um dos médicos de plantão o viu e já foi gritando ordens para socorrer Lis. Não deixaram Jack acompanhar Lis logo no início do atendimento, pois ele era casado com ela e isso era contra a ética. Meia hora depois, um enfermeiro chamou Jack para que fizesse companhia para Lis, mas antes que Jack entrasse no quarto, o médico que atendeu Lis já tinha deixado Jack ciente da situação e as coisas não eram nada animadoras. A única coisa que Jack conseguiu fazer foi mandar uma mensagem breve de texto para Luiza, pois não sabia o que fazer nem como agir.Assim que Jack abriu a porta depois das duras palavras da médica, foi direto para a mulher pálida sobre a maca e ligada a uma máquina que a ajudava a respirar para controlar a pressão, que estava altíssima naquele momento. Jack sabia que aquilo não era um bom sina
Luísa abraça Jack ainda mais forte e, depois de um tempo, solta-o e vai para o lado de Liam, que também está ali com cara de pesar. Luísa se abraça a ele e continua inconsolável, mas sabe que tem que ser forte para auxiliar o seu cunhado e a sua irmã, depois da grande dor que os dois terão que passar.Jack está aflito e começa a gastar sua energia caminhando de um lado para o outro. Se Jack ficar parado, irá enlouquecer. Todos ali não conseguem dizer quanto tempo passou, mas parecem horas ou até mesmo dias. Luísa olha para o telefone e responde a algumas mensagens que chegaram naquele momento. Ela olha para Jack e dá uma direção.— Já avisei à sua mãe e ao seu pai, e também à sua irmã. Sua mãe disse que iria pegar o jatinho e estará aqui em breve. Sua irmã virá de carro com seu cunhado e as crianças. Pedi para que passassem na sua casa e deixassem suas coisas lá para depois virem para cá para o hospital. Infelizmente, agora não tem mais nada o que fazer, temos que esperar e ver o que
Luísa estava inconsolável. Acabara de perder um sobrinho, e ainda sua irmã estava em coma sem data para acordar, o que a deixava ainda mais aflita. Ao olhar nos rostos dos demais familiares que estavam lá, ficava cada vez mais deprimida, por saber que aquilo realmente estava acontecendo e que não era apenas um sonho ou algo do tipo. Logo em seguida, chega Beatriz acompanhada de Benício. Ela já havia passado na casa de Lis e Jack, deixado as crianças com a babá, e vieram diretamente para o hospital. Luísa levanta da poltrona correndo em direção a Beatriz, dando um abraço muito forte nela. As duas choram juntas, e Luísa sussurra em seu ouvido, informando-a que perderam o pequeno Lucca. Beatriz fica inconsolável, e as lágrimas lavam seu rosto. Benício segue em direção a Liam, perguntando por Jack, sendo informado que está em uma sala em observação, por passar mal. Benício então pede para que o levem até lá, pois ele também quer dar conforto a Jack, embora saiba que neste momento nada do
Frida anda pelo hospital como se estivesse sem rumo. Já fazia algum tempo que ela não tinha tanta alegria assim, desde que Beatriz teve seu último neto, e agora achava que novamente iria poder ter a mesma alegria que teve na gravidez de Beatriz. Mas o que aconteceu com Lis lhe deu uma rasteira terrível, que Frida não sabia se iria conseguir se recuperar. Olavo estava preocupado com sua mulher, pois vê-la naquela situação não era de seu costume, pois sabia que Frida sempre tinha tudo sob controle, mas dessa vez estava mal por deixar que aquilo acontecesse.— Meu amor! Que tal irmos para a casa do Jack e descansarmos mais um pouco lá? A gente pode tomar um banho e você comer alguma coisa, querida. Não adianta mais ficarmos aqui, você sabe muito bem que não poderemos fazer nada na situação em que a Lis está. Somente um milagre é que pode trazê-la de volta para nós. Nosso neto nós já perdemos, então nos resta agora poder descansar um pouco e nos recuperarmos para apoiar o nosso filho. Voc
Samuel passa algumas horas conversando com seu amigo, tentando confortá-lo. Por mais que tente falar coisas com ele, sabe que nada, nenhuma palavra, pode arrancar essa dor que ele está sentindo neste momento. Mas pelo menos está tentando distraí-lo, para que ele não pense tanto assim na dor que está sentindo. Benício e Liam seguem juntos para casa, para ficarem com as crianças, enquanto Frida e Beatriz seguem para cuidar de tudo que será necessário para fazer o velório e enterro do pequeno Lucca. Jack continua totalmente inconsolável, e por mais que Beatriz tente se aproximar dele para conversar, ele não quer falar com ninguém. Contínua em um canto isolado e até mesmo como se não estivesse em si. As lágrimas escorrem em seu rosto constantemente. Os dias se passam e Jack não sai do hospital por nada. Sua mãe, sua irmã, sempre estão indo e vindo da casa de Jack para o hospital, mas ele se recusa a ir embora do lado de Lis e continua lá todo momento.A primeira coisa que Lis viu quando a
Luiza não escondeu o choque ao ouvir aquelas palavras de Jack. Ela tinha certeza de que, assim que Lis acordasse, Jack não sairia do seu lado. Por outro lado, Luiza não sabia qual havia sido a reação de sua irmã ao saber que o pequeno Lucca havia morrido, então não julgou.— Claro, Jack. — Jack somente acenou em concordância e saiu de cabeça baixa, sem dizer uma única palavra.Lis não cabia em dor. A dor dela era pior do que quando tinha perdido seus pais. Era quase sufocante, como se fosse morrer com seu pequeno doutor. Seu coração parecia que estava atrofiando e ela não sabia se aguentaria.Quando Lis ouviu a porta se abrir, ela se encolheu ainda mais. Não queria ter ninguém ali com ela, e se visse as pessoas que a atormentaram por toda a sua gravidez, ela gritaria.— Lis... — Lis ouviu a voz embargada de Luiza.Quando Lis se virou, viu sua irmã já perto de sua cama, também chorando. Ela abriu os braços para Lis.— Oh! Lis. — Luiza se jogou nos braços de Lis, as duas ficaram vários
Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas a dor que Lis sentia não era física, era sentimental, a pior de todas.Fazia alguns dias que Lis estava em casa, mas era como se só o corpo dela estivesse ali. Sua mente, seu coração, sua alma, estavam dilacerados. As coisas pioraram mais quando Lis descobriu que nem o rostinho do seu pequeno doutor pôde ver, pois quando Lis acordou já o haviam enterrado. Outra coisa que a deixava fora de si era sua sogra. Lis não aguentava mais. Queria ficar só e sentir sua dor.— O que quero saber é por que vocês não me deram o direito de ver o rosto do meu filho. Nem isso pude ver. Imagine só uma mãe acordar e saber que nunca poderá ver o rosto do seu filho novamente. Por que vocês tomaram decisões precipitadas, decisões que só eu poderia tomar? Quem gerou ele dentro de mim fui eu, n
Lis respirou aliviada por ter Jack fora. Ela precisava de privacidade e espaço. Lis sabia que as coisas não estavam fáceis para Jack também, mas por mais que pensasse em ter uma aproximação com seu marido, aquilo lhe machucava bastante. Estar ao lado dele a fazia lembrar constantemente de seu filho e de que talvez, por causa dele, ela perdeu, e isso Lis não conseguia perdoar de jeito nenhum. A água quente foi muito bem-vinda, e Lis demorou a sair. Lavou os cabelos sem pressa e tremeu cada vez que fazia um movimento brusco. Lis se sentia um pouco melhor, não sabia se foi o toque de Jack ou aquele banho após dias.Quando saiu do boxe, encontrou toalhas e um roupão de banho. Enrolou-se em um e saiu para o quarto, onde viu Jack encostado em uma parede olhando para ela. Ele não transmitia nada do que pensava em seu olhar, além de intensidade.— Sei que você não me quer por perto. — Jack falou em um sussurro. Lis apertou mais seu roupão. — Da mesma forma que você está sofrendo pelo nosso fi