°•°Peter°•°• Ela está aqui ao meu lado e nem posso tocá-la, para confortar seu sono agitado. Estou triste, e a tempos não sinto tantos sentimentos assim. Achava que amava a Dália, mas com a inocência, pureza, delicadeza e atitude dessa menina, ela me conquistou, acho que estou apaixonado, toda vez que a vejo meu coração se enche de alegria. Não acho que foi algo que aconteceu após me dar conta de que era minha parceira, pois sinto esse aconchego desde que a mordi em minha forma de lobo. Deve ter sido a partir daí que nossa conexão começou, o lobo sentiu e eu mesmo, não consegui. — Droga. — Resmungo encarando o teto. Levo a mão à boca quando ela se mexe, sua expressão agora parece mais calma e serena, talvez seja por, inconscientemente, aproximar o corpo do meu até que esteja no meio da cama, quase encostada em mim. Pensei que sabia o significado de gostar de alguém, de amar, mas estava enganado e acho que só o olhar que ela me remete pode dizer o que é a definição do amor, ela é
•°• Mellany •°•• Faz uma semana que Peter me deu meu cachorro, desde esse dia, quase não o vi, ele sempre saia antes que eu acordasse e chegava quando já estava dormindo. Somente duas vezes que o vi, mas nossos diálogos não foram grandes, foi mera cordialidade e isso me incomodou tanto. Não deveria, mas… por que estou sentindo tanta falta dele? Estou de mau humor, me sentindo frustrada e propensa a tentar fugir só para ver se ele aparece para me impedir. Isso não é normal. — Aaah, que raiva! O que está acontecendo comigo? – Me questiono, dando um soco na árvore devido a minha loucura aparente. — Não consigo parar de pensar nele! – Outro soco. — Sai da minha cabeça. — Choramingo. — Que raiva! — Desisto de me machucar, apenas encosto com as costas na árvore e me sento no chão. Tutty vem correndo deitar em meu colo. — Oi! — Levanto meu olhar em desespero assim que escuto a voz do homem que mentalmente chamei. Engulo seco, ele se aproxima sorrindo com certa malícia. — Por que não con
•°• Mellany •°•• Não consigo esconder meu desespero e meu estado de choque, que, por incrível que pareça, não é pelo beijo, é pelo que ele falou. Como posso estar apaixonada por ele sem ao menos saber? Somos compatíveis? Isso não faz sentido. — Só quero ir para casa. — Resmungo. — Não quero ficar aqui. Fico em alerta quando escuto ele bater na porta, pela minha falta de resposta ele tenta abrir, mas desiste. — Me desculpe, não queria que ficasse assim, me deixei levar pela conversa, me desculpa, abre a porta, por favor. — Escuto a voz dele e engulo seco. — Não. — Respondo, firme. — Não quero que chegue perto de mim. — Tudo bem, eu entendo, não devia ter feito aquilo. — Parece arrependido. — Não quero que chore por minha culpa. — Diz e noto que, apesar do meu susto, não estou chorando. Acho que estou aprendendo a controlar melhor algumas emoções. Meu coração está batendo freneticamente contra meu peito, não sei ao menos o motivo, mas me deixa nervosa. — Escutei você fala
Recobro a consciência quando passamos pela porta do castelo. Resmungo de dor, levando minha mão a cabeça e apertando. Não me sinto nada bem. Meu corpo relaxa um pouco quando escuto o latido fino de Tutty, ainda bem que não deixaram ele lá.— Me coloca no chão. — Peço a quem me segura.Percebo que não é meu pai, é um dos guardas dele. Ele me obedece, e quando o faz, quase caio no chão, mas me apoio em seu corpo para ficar de pé. Puxo o ar com força, sem entender o motivo de minha súbita falta de energia, estava tão bem.— Obrigada. — Agradeço e me afasto, meu cachorro vem até mim e pego ele no colo. Estou com tanta saudade de uma pessoa em especial. — Nana! — É a primeira coisa que grito, pois pretendo ter uma conversa acalorada com meu pai. — Nana! Adentro mais minha casa, ela não parece tão aconchegante como antes na verdade, nunca me senti bem aqui, por isso sempre fugia pra natureza. Droga, diferente da casa do Peter, gostava de lá, apesar de tudo. Acho que fiquei louca, só pode.
Permaneço um bom tempo sentada na sacada, desperto dos meus pensamentos quando um uivo me faz ficar atenta e meu coração começa a bater com mais força. Procuro o local de onde veio o som, meu corpo relaxa no mesmo instante em que dois olhos oscilando entre azul e vermelho me fazem notá-lo na floresta.Corro em direção a porta, torcendo para que consiga chegar até ele e … Não sei, sinto necessidade de vê-lo, apesar de tudo que passamos. Abro a porta na euforia e saio, mas acabo batendo de frente com alguém, olho para cima e engulo seco ao notar o semblante fechado do meu pai.— Para onde vai com tanta pressa? — Pergunta me empurrando para dentro do quarto, trancando a porta como se soubesse que quero fugir.— É... — Penso. — Eu… ia tomar um pouco de água. — Falo e ele me olha sem acreditar muito, cruzo os braços e fico o encarando também.— Você não vai a lugar algum, só sairá desse quarto com minha permissão. — Fico surpresa com o tom que fala comigo, é tão áspero.Ele passa por mim,
••°• Mellany •°•• Acordo com um barulho de cortina a ser aberta e logo o sol entra no quarto, só pode ser Nana. — Não, não quero acordar agora, só mais um pouquinho. — Digo tapando o rosto com a coberta. — Só mais um tempinho. — Não pode, seu pai deseja conversar com a senhorita. Não tem como adiar, desde que chegou não falou para onde foi, quem a pegou e como conseguiu sair. É muito estranho. — Diz puxando a coberta. — Vá tomar banho e desce logo. Não falarei novamente. — Levanto ainda sonolenta, indo em direção a banheira, pelo jeito não vai dar para enrolar mais, preciso pensar bem no que falar. Quero contar a verdade, ao mesmo tempo em que não quero. Tem o fato de que não quero me casar e poderia usar isso ao meu favor, mas não sei bem como fazer tal coisa. Até lá consigo pensar em algo. Já terminei de fazer tudo, quero me trancar no quarto, mas Nana fez questão de deixar um guarda bem parado na porta após eu me vestir, para me impedir de fazer isso. Estou com tanto medo do
•°• Mellany •°••Uma capa preta está me cobrindo, olho para o lado e vejo Peter agora agachado, ele tem um sorriso calmo no rosto, isso me faz relaxar mais. Solto um longo suspiro, apertando com força a frente do pano que me cobre. Estou me sentindo tão triste, que só consigo sentir certo acalento quando sou puxada para o colo do homem e abraçada com mais força. — Está tudo bem? — Pergunta acariciando meu rosto. — Senti que estava em perigo e a segui pelo chei…— Estou com tanto medo, Peter. — Interrompo o homem, sendo sincera. — O que aconteceu? — Segura em meu rosto, virando para ele e faço um bico gigante.— Meu pai, ele queria saber o que aconteceu e eu... — Fico em silêncio por um momento. — As coisas não saíram como imaginei. — Mordo os lábios, me afastando dele e voltando a sentar no tronco. — Ele te machucou? — Toca minha bochecha, creio que já está sabendo a resposta pelo vermelho que deve ter se formado pelo tapa que recebi antes.— Ele queria saber o que aconteceu, acabe
•°• Mellany •°••Chego ao castelo, não vejo ninguém, isso é bem estranho. Ando na ponta do pé até chegar em meu quarto, torcendo para ninguém me encontrar, não quero falar com meu pai ou Nana. Tudo está tão silencioso, será que saíram à minha procura? Isso explicaria muita coisa. Abro a porta do quarto devagar, entro e empurro ela devagar para fechar, torcendo para não ranger, isso pode me denunciar. Travo no mesmo instante que escuto a respiração de alguém atrás de mim, além da sensação de estar sendo observada.— Estava te esperando. — A voz do meu pai ecoa pelo quarto e engulo seco, me virando para encará-lo. Sinto que meu coração pode fugir a qualquer momento pelo nervosismo. — Para onde foi? Saiu correndo como uma louca. — Diz se levantando, por um instante meu coração gelou, será que ele vai fazer alguma coisa?— Não interessa o local em que eu estava. Agora se importa comigo? — Pergunto e continuo no mesmo lugar, encostada na porta e ele respira fundo, como se estivesse se con