Yan
A escolhi por dois motivos: seus olhos negros e desafiadores e seu poder de fogo. Preciso de um herdeiro, mas não quero uma companheira. Também não quero uma mulher maculada, por isso escolhi uma virgem. Resolvi unir a utilidade de uma escrava pessoal e possível genitora do meu filho com uma habilidade que pudesse me ser útil em um futuro próximo.
A guerra se aproxima, meu reino estará exposto, meu império de lobos será abalado se eu morrer e não houver um herdeiro para herdar o que conquistei.
O som na porta me desperta.
Eu ordeno:
— Entre.
— A escrava, senhor — A serva avisa e, ao se afastar, o meu lobo desperta ao ver a mulher linda na minha frente. O corpo imaculado vestindo apenas o tecido banco fino e transparente.
Marry se assusta ao ver o lobo negro gigantesco se aproximar dela, mas logo se recupera e se mantém inabalável em seu lugar. Gostei disso nela, silenciosa e controla o medo como poucos conseguem. Perfeita.
Cheiro a beldade na minha frente. Seus cabelos foram domados pelas mulheres que a prepararam e seu corpo está limpo e cheiroso. Meu focinho toca seu ventre e ele permanece imóvel, quero sentir seu cheiro. O cheiro da sua intimidade, por isso abaixo o focinho apreciando o aroma. Pura, posso sentir pelo seu cheiro que nenhum outro homem a tocou antes.
Volto a minha forma humana, completamente nu, e ela evita olhar meu corpo.
— Observe aquele que a tomará pela primeira vez, escrava — ordeno e ela obedece, seus olhos me avaliam e não vejo nenhum lampejo de medo — Sob esta lua cheia, a mãe Lua me abençoará com um filho. Nesta noite será possuída e seu ventre será abençoado pela deusa da Lua.
Ela responde calmamente:
— Lamento, majestade, mas se tivesse me dito suas intenções eu teria lhe avisado.
— O que quer dizer, escrava? — Eu falo irritado.
— Meu ventre é seco — Seus olhos estão focados em um único ponto e eu tento farejar a mentira, mas só encontro o perfuma da verdade.
— Como sabe que seu ventre é seco se é uma virgem? — questiono.
— Uma maldição, majestade. Fui amaldiçoada por uma bruxa em seu leito de morte e eu senti sua maldição se instalar quando seus olhos se fecharam e seu fôlego a deixou.
Mais uma vez percebo que ela fala a verdade.
Ando para a janela do quarto, observo a lua cheia. Não há tempo para escolher outra virgem e preparará-la para o ritual desta noite. Sinto uma brisa agradável em minha pele exposta, encorajo-me em prosseguir com o ritual.
Aviso a ela:
— A deusa da Lua abençoará seu ventre e gerará meu herdeiro.
Ela não fala nada e continua olhando para um ponto fixo.
Me aproximo dela e retiro o tecido fino, deixando-a totalmente exposta.
Eu a escolhi, ela é minha e eu aproveitarei de seu corpo. Se não gerar uma vida nesta noite, a usarei como arma e encontrarei outra escrava para a próxima lua cheia.
A coloco sobre a cama, de quatro. Me aproximo por trás e me abaixo. Meu nariz toca seu sexo, passo a língua ali para umidecer sua carne. Detenho-me ali por um bom tempo, com a finalidade de preparar seu corpo para me receber. Chupando, fazendo minha língua dançar em sua intimidade e percebi que ela tentava conter as reações de seu corpo.
Cansado de me conter e louco para possuí-la, viro-a rapidamente e a jogo sobre a cama. Meu meu menbro duro encontra seu caminho assim que me ponho sobre seu corpo.
Ela foi silenciosa, não gritou nem gemeu. Não houve som de dor ou de prazer, ela apenas me serviu com seu corpo imaculado. Agora, porém, não mais, pois retirei sua pureza.
Satisfeito, chamo a serva para levá-la e seguir com o ritual. Ela deve tomar um chá por sete noites até se confirmar se houve a benção da deusa Mãe.
Deito-me ainda nu em minha cama com lençóis bagunçados e manchados de sangue, o sangue da pureza dela.
Meu sono sempre foi pesado, sem sonhos, sem perturbação, mas essa noite foi diferente. Rolei na cama e acordei diversas vezes na noite, mas a pior parte foi o pesadelo.
“Meus pés estavam descalços e eu corria por uma escada infinita, degrau após degrau, fugindo de algo ou procurando a saída, não consigo definir. Há algo atrás de mim, mas sempre que olho para trás vejo somente escuridão.
Volto a olhar meus pés e então me surpreendo em ver que não são mais meus pés humanos e sim minha forma de lobo, um lobo negro com uma mancha branca no peito em formato de cruz. Não estou mais em uma escada, agora é uma longa estrada, não consigo ver seu fim, mas é noite e muito distante há algo brilhante. Continuo me aproximando e concluo que é uma chama, algo está sendo consumido pelas chamas.
“Yan”
Escuto me chamar. É um sussuro, e ele se repete várias vezes. Continuo a correr. A lua se torna cada vez maior, as chamas se aproximam e há uma pessoa no meio delas. Cada vez mais próximo... escritos gritos. Os gritos estão altos, cada vez mais altos. É ela.
De frente para as chamas observo que a pessoa que grita a plenos pulmões é Marry, seu corpo está envolto em chamas, chamas negras.”
Eu desperto. Estou suado e ainda ouço os gritos de Marry. Na verdade eles se parecem reais demais.
Pulo da cama e visto uma calça. Puxo meus cabelos rebeldes para trás e os prendo. Abro as portas do meu quarto, sendo guiado pelos gritos que se tornam cada vez mais alto conforme me aproximo dele. Vejo uma movimentação estranha na entrada do quarto que selecionei para a minha escrava e futura mãe do meu filho.
Eu questiono:
— O que está acontecendo?
As servas me encaram preocupadas e respondem:
— Não sabemos, majestade. Ela está gritando há quase vinte minutos e não para, não acorda, já tentamos de tudo — fala a mulher idosa desesperada.
Invado o quarto de Marry e me deparo com seu corpo quase nu, já que a camisola que usa se embolou acima da barriga com sua movimentação constante. Minha escrava se contorce e grita. Seus olhos estão fechados, sua expressão é de dor e sua pele está banhada de suor.
— Marry, acorde! — Eu ordeno, mas de nada adianta. Ela continua a se contorcer e a gritar.
— Não adianta, senhor, já tentamos de tudo — fala outra empregada mais jovem.
Me lembro do sonho. Nele ela estava queimando e gritava desesperadamente.
— Água, traga água, agora.
As servas me olham confusas, mas saem imediatamente em busca do que pedi. Aguardo o retorno delas, equanto assisto Marry gritar. Por algum motivo que não identifico, sinto uma grande angústia enquanto a assisto sem poder fazer nada.
As mulheres chegam com duas grandes jarras de água e eu despejo todo o conteúdo de um deles sobre seu corpo e ela cessa os movimentos e gritos, mas continua agitada. Pego a outra jarra e o esvazia sobre o corpo dela, deixando-a totalmente molhada, assim como o colchão sobre si. Mas ela se cala, seu corpo se acalma.
— Como sabia que água resolveria? — A serva mais idosa perguntou.
— Não sabia, mas tive um palpite.
Observo Marry e suas pálpebras se movem e de repente ela se senta na cama, olhando para seu corpo totalmente molhado e depois me encara.
Antes que ela diga algo eu dou uma ordem:
— Saiam todas da quarto.
As servas se apressam em se afastarem e deixarem o cômodo. Ficamos sozinhos novamente.
— Teve um pesadelo — Eu falo com certeza das minhas palavras e ela balança a cabeça em confirmação.
— Sobre o que sonhou? — Eu questiono, mas só obtenho silêncio em resposta. — Quando eu faço uma pergunta, espero receber uma resposta — Eu exijo me aproximando mais dela.
— Não sei explicar — ela sussurra. — Foi um sonho confuso.
— Eu também tive um sonho — revelo e ela me observa em silêncio. —Nunca tive sonhos antes. Você costumava ter esses pesadelos?
Ela balançou a cabeça em negação.
— Levante-se dessa cama, vista-se e vá para o meu quarto.
Seus olhos arregalam em surpresa, sei que não quer repetir o que aconteceu há pouco. Hoje só quero descansar tranquilo, sabendo que a mãe do meu filho não ficará doente, mas em outro momento a tomarei novamente.
— Não quero que fique doente. Por hoje, só quero que durma. Meu filho irá crescer em seu ventre e não quero que adoeça.
— Sim, senhor — Ela respondeu secamente.
— Não demore ou virei buscá-la, aí sim terei que repetir nossa noite para conseguir dormir novamente.
Acreditei que com essas palavras ela fosse correr para fora do quarto, mas não, ela apenas me respondeu:
— Irei em breve, majestade — Ela permaneceu em pé, esperando que eu saia de seu quarto.
Ando desconcertado até meus aposentos. Marry é uma escrava como nunca vi antes. Ela me enfrenta e me desafia, sabe controlar seu medo.
Minutos depois ela entra no quarto vestindo uma camisola seca. Entra em silêncio e aguarda minhas ordens. Agora só quero deitar e dormir. Por isso dou uma única ordem:
— Deite-se, Marry.
Ela vem lentamente e se senta no outro lado da cama, se acomoda no colchão macio e se cobre, mas seus olhos permanecem abertos, encarando o teto.
Repito a ordem:
— Durma, Marry.
Ela fecha os olhos com minha ordem, mas sei que ainda está acordada.
Não tiro a calça, me deito da mesma forma e encaro o teto como ela fazia antes. Nunca compartilhei a cama com nenhuma mulher. Eu as usava e depois iam para seu próprio quarto, por isso eu me viro para todo lado e não consigo dormir.
Me sento sobre a cama e encaro a lua cheia que já não está no centro do céu, ela me convida a correr. Me aproximo da janela e admiro a lua luminosa, peço a ela que me dê a bênção de um filho, que faça um milagre no ventre de Marry. Olho a mulher na minha cama. Ela está com os olhos fechados, mas provavelmente não dorme ainda.
Poderia acordá-la e tomá-la novamente, quantas vezes quisesse até me cansar e finalmente poder me deitar e dormir, mas não sinto este desejo. Meu desejo é correr, a lua me chama para isso. Deixo a forma de lobo tomar meu corpo e pulo a janela. Começo a correr em direção à floresta.
Enquanto corro tenho uma visão. Tudo passa rápido demais, a lua muda de forma, se torna minguante, nova, crescente e se torna cheia novamente.
Continuo a correr.
Vejo Marry na minha frente, ela está envolta em uma chama negra azulada e está de costas para mim. A chama escura rodopia ao redor do corpo dela e se destaca em sua pele pálida, mas ela se vira e seus olhos estão brilhando em um azul reluzente e suas mãos pairam em seu ventre. A barriga dela está grande, ela está grávida.
A imagem de Marry grávida me agrada, mas ela some. Em seu lugar surge a imagem de uma guerra, lobos negros e lobos cinzas, os dois clãs rivais há séculos. Vejo sangue, muito sangue. Vejo o castelo cair, o meu castelo está caindo e os lobos cinzas avançam. Mas há algo no meio do castelo destruído e é uma chama negra com estalos azuis reluzentes.
Me senta sobre a cama. Olho para o lado e vejo Marry dormindo, deitada de lado, e pela janela vejo o sol entrar pelas cortinas. Me olho e estou vestindo a calça preta na qual me deitei.
Tudo foi um sonho.
Marry O fogo me consumia, sentia minha carne se rasgar e encolher. Meus ossos ficaram expostos, minha garganta se secando e a pele rachando. Meus cabelos pegam fogo e uma dor lancinante atravessa meu corpo quando o osso de minha perna se racha. A dor me paralisa, há somente o grito atravessando a minha garganta e nem sei como, pois já estou quase completamente consumida pela chama. Minha carne está enegrecida, torrada, há somente restos ainda agarrados aos ossos. Continuo gritando por uma eternidade e então sinto um alívio. — Será que morri? — penso. Meu corpo relaxa e então eu desperto. Assim que abro os olhos me arrependo, pois vejo o motivo de meus pesadelos na minha frente. O homem que em outro momento poderia simplesmente me pedir para dormir com ele que eu aceitaria. Não precisaria de ameaças ou de tortura. Mas ele só tinha a beleza externa, seu interior era podre e era isso que eu via agora na minha frente. Um rei mesquinho, rude e cruel. Ele me salvou do meu pesadelo, mas
Yan Meu reino, meu império, está em festa. Com três meses de vida, meu filho será apresentado a todos como o meu primogênito. O futuro alfa, aquele que conduzirá o império dos lobos negros após a minha partida. O alfa híbrido, descendete de uma bruxa poderosa. Quando Marry explodiu em fogo negro, entendi o que ela quis dizer. O fogo que ela carregava era frio como a morte, não queimava, mas sugava a vida de tudo o que ela desejava sugar. E meu filho trará seu poder dentro de si, junto com a força e dominância de um alfa. Enry está em meus braços. Tecido preto, como o carvão, bardado com fios dourados envolvem o corpo nu do meu filho. — O primogênito do alfa! — pessoas gritavam. — Nosso futuro rei! — outros completavam. Com o som avassalador, meu filho abre seus olhinhos verdes e resmunga. As mãozinhas com dedinhos esticados buscam por segurança, algo que lhe tire da cacofonia histérica dos súditos que estão no pátio do castelo. Assim que surjo na varanda destinada a discursos p
Atenção para os dias de publicação: Segunda, quarta e sexta. Deixe seu comentário e indique a leitura para as amigas. Boa leitura! *** Marry A floresta a minha frente estava em chamas. Labaredas engoliam as árvores, gritos envolviam a noite ao meu redor e um choro irrompeu até meus ouvidos. Meu corpo estremeceu... meu filho... Enry... era o choro do meu filho. Comecei a correr naquela direção. — Enry! — gritei por ele mesmo sabendo que era pequeno demais para responder — Enry! — Yan! — grito pelo pai do meu filho, pois se ela estiver ao alcance da minha voz com certeza o salvará. — Nosso filho! Continuo a correr na direção de seu chorinho. As chamas aumentam mais, cada vez mais e estou sozinha. Nem Yan nem seus soldados, ninguém está aqui para nos ajudar e eu preciso encontrar o meu filho, só não sei como. O choro se torna mais forte e eu vejo nitidamente centenas de lobos, todos me cercando, me impedindo de avançar pela floresta. Não tenho escolha. Meu filho está ali em alg
Malmy— Hoje é seu dia, Malmy, estive a sua procura a manhã inteira.Ergo-me de onde estava, cavando a pequena cova para a semente ser plantada.— Se eu for agora, os soldados do rei me verão, sentirão a minha falta.— Mas o Fosso vai enfraquecer — rebate o homem que insistia que eu deveria ir.— Não vê que eles estão por toda parte? Deixe-me trabalhar, assim que terminar aqui eu vou.— Se perdermos todo o poder por sua causa...— Vai fazer o quê, vai me chicotear também? — encaro-o. Valentia brilha em meu olhar. Pra quem já está afundado na merda, um balde a mais não faz diferença.— Vai se arrepender de me afrontar.— Você é que vai se arrepender. O guarda já está vindo e se não me deixar trabalhar, nós dois seremos chicoteados.O velho bruxo se afasta. Seu olhar tem promessas das mais perversas ao me encarar.Continuo meu trabalho debaixo do sol quente. A pequena pá em minhas mãos é enfiada no solo, fazendo mais uma cova.Dou um passo a diante e faço outra, e assim prossigo meu tra
YanHoje é dia de A caçada. Esse evento serve para reaproximar a alcateia, trazer nossas raízes de volta e reafirmar a posição e importância de cada um.Mas antes de sair do castelo, passei no quarto da minha escrava e ordenei que me aguardasse em meus aposentos, pois depois de horas correndo, caçando, uivando e matando, precisarei do alívio urgente do sexo.Só de pensar em sua pele macia, sinto a urgência de retornar para meu quarto, mas o momento com meus lobos também é importante.Estamos todos em forma lupina, somos todos negros, mas reconhecemos muito bem um ao outro. Como Alfa da matilha sigo na frente, conduzindo os outros lobos pela trilha na floresta. Logo atrás de mim vem meu Beta, meu braço direito nas estratégias de defesa do reino. Os demais seguem atrás de nós.Qualquer som de folhas e galhos estalando, faz com que paremos de caminhar. O instinto de caça aflorando, as orelhas sensíveis percebendo cada som. O cheiro do medo nos entrega a posição da vítima. Um cervo. Ele s
MarryO que senti nos braços do Alfa foi diferente do que já havia experimentado até aquele momento. O beijo foi urgente e cheio de desejo, diferente do que havia sido até ali e confesso que gostei do que senti. Me lembrei da deusa Mãe me dizendo que me tornaria uma Luna e que não precisaria fazer nada para que isso acontecesse.No momento em que estava muito envolvida dos braços do rei, senti algo urgente, algo que não sentia há muito tempo. Como se algo estivesse sendo arrancado de mim, a fraqueza foi instantânea e não pude fazer nada além de ceder à escuridão que me envolveu.O frio me cercou e me tragou para um lugar onde meu corpo parecia flutuar, era escuro, vazio, como se minha alma tivesse sido retirada de mim. Só senti isso uma vez: quando minha irmã foi gravemente ferida e estava à beira da morte. Os cortes provocados pelas chicotadas infeccionaram e a coleira em torno de seu pescoço não permitiu que que seu corpo se curasse.O tratamento de ervas da minha mãe não funcionou
YanOs sentimentos dentro de mim estavam completamente confusos quando deixei o meu quarto. Por um momento achei que Marry estivesse morta. Meus planos seriam interrompidos, meu filho não teria mais uma mãe, eu não teria mais a escrava que há mais de um ano era a única mulher que tomava em meus braços, que deitava-se em minha cama. Porém, quando a mulher abriu os olhos, não soube lidar com o sentimento de alívio, o desejo de tomá-la em meus braços e protegê-la, de beijar a sua boca e agradecer à deusa Mãe por sua bondade e misericórdia. Isso me deixou assustado.Enquanto percorria o castelo, decido encontrar com meus lobos e tomar alguma cerveja na taverna da nossa aldeia que cerca o castelo, porém, antes que alcançasse a porta que leva ao exterior do castelo, um soldado esbaforido me alcança, trazendo o recado de minha escrava: Marry tem urgência de falar comigo.Me transformo em lobo, rugindo e correndo como um louco de volta ao meu quarto. O que será que aconteceu? Ela está em peri
MarryA exaustão me tomou e adormeci logo que o rei saiu do quarto, levando meu filho adormecido consigo. O sono foi tranquilo, sem sonhos estranhos, e desperto me sentindo revigorada com o sol da manhã entrando pela janela e banhando o quarto.Percebo que Yan não está no quarto. Penso se passei a noite sozinha em seus aposentos, se ele voltou quando disse que voltaria, mas isso não é da minha conta, sou apenas uma escrava, uma que se deita com o rei, mas uma escrava no fim das contas.Levanto-me e me visto com meu roupão branco habitual que estava depositado sobre a poltrona no canto do quarto. Antes que eu saia, o cômodo é invadido por algumas servas que carregam água quente, sais de banhos, perfumes, óleos e um tecido preto se estende nos braços de uma delas. Meu coração se aperta ao ver aquilo e espero que não seja para mim, espero que não seja o que estou pensando.Quando elas terminam de passar para a sala de banhos, saio do cômodo, andando rapidamente para o meu quarto. Tentan